Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

CONVÉM REFLETIR

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CONVÉM REFLETIR
Mas todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (Tiago, 1: 19).
Analisar, refletir, ponderar são modalidades do ato de ouvir.
É indispensável que a criatura esteja sempre disposta a identificar o sentido das vozes, sugestões e situações que a rodeiam.
Sem observação, é impossível executar a mais simples tarefa no ministério do bem. Somente após ouvir, com atenção, pode o homem falar de modo edificante na estrada evolutiva.
Quem ouve, aprende. Quem fala, doutrina. Um guarda, outro espalha.
Só aquele que guarda, na boa experiência, espalha com êxito.
O conselho do apóstolo é, portanto, de imorredoura oportunidade.
E forçoso é convir que, se o homem deve ser pronto nas observações e comedido nas palavras, deve ser tardio em irar-se.
Certo, o caminho humano oferece, diariamente, variados motivos à ação enérgica; entretanto, sempre que possível, é útil adiar a expressão colérica para o dia seguinte, porquanto, por vezes, surge a ocasião de exame mais sensato e a razão da ira desaparece.
Tenhamos em mente que todo homem nasce para exercer uma função definida. Ouvindo sempre, pode estar certo de que atingirá serenamente os fins a que se destina, mas, falando, é possível que abandone o esforço ao meio, e, irando-se, provavelmente não realizará coisa alguma.

MINHA REFLEXÃO
Esses três verbos, ouvir, falar e irar, estão muito ligados na relação humana, pois são ações que dão qualidade a um relacionamento, seja de qualquer tipo.
Depende deles a união ou desunião, a sintonia ou a cisão, a paz ou a conturbação, a concretização ou a desistência de um projeto.
Disse Chico Xavier, certa vez, que seria preferível ser magoado a magoar; desejou Francisco de Assis, em outro momento, que aprendesse a perdoar a ser perdoado, que aprendesse a compreender a ser compreendido (Oração de São Francisco). Jesus nos ensinou que deveríamos perdoar para sermos perdoados por Deus (Oração Dominical).
Jesus nos ensinou que se uma pessoa nos levasse a caminhar uma légua, que caminhássemos duas com ela.
Aprender a ouvir e a falar, são necessidades imediatas do ser humano que evitam a cólera tão natural naquele que egoisticamente não aceita ser retrucado em sua fala ou opinião.
Muito belo, esse pensamento de Emmanuel: “E forçoso é convir que, se o homem deve ser pronto nas observações e comedido nas palavras, deve ser tardio em irar-se”.
Ouvir mais e falar menos é a chave do sucesso de toda relação humana, é a prevenção da cólera.
O silêncio de si mesmos nos conduz à serenidade e à paz.
A brandura, a paciência e a amabilidade são virtudes que devemos cultivar em nossa vida se quisermos ser bem-aventurados, conforme nos ensinou Jesus no Sermão do Monte:
Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v.9.)
Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. – Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (Id., vv. 21 e 22.)
Como somos desavisados ao dizer impropérios aos nossos semelhantes, porque não aceitamos seu modo de ser, seu estágio evolutivo. O orgulho fala mais alto nessa hora, como nos ensina o Espírito Protetor em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Capítulo 9, Item 9)[1]. A raiva, a indignação, nos fazem descer a níveis vibratórios, os mais baixos possíveis. É quando não temos mais ouvidos e nem cérebros para ouvir e analisar. Prevalece a língua que nos representa muito bem na escala espiritual. Revelamo-nos, assim, a partir de um único órgão e deixamos de aprender com a dificuldade do outro.
Como seria bom se tivéssemos sempre, a mão, um copo de água para abrandar nossa língua que fala tanto...
Que possamos possuir a Terra; que possamos vir a ser chamado Filhos de Deus.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1]Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar. Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade”. Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)

6 comentários:

  1. Parabéns e que Deus lhe dê muita paz, saúde e sabedoria para seguir as verdadeira pegadas do Mestre maior.

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  2. Muito bem meu Caro Maciel! Preferível e mais fácil/sábio cair e levantar-se a derrubar a outrem, pois não faz parte da natureza humana na essência com a lei natural maior.

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    1. Concordo, irmão(ã)!
      Devemos estar pronto pra levantar o próximo, quando cair, e não o contrário.

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  3. Muito obrigada por suas reflexões. Estão me ajudando muito.

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    1. Que bom, irmã!!
      Muita paz, saúde e alegrias para vocês e os seus entes queridos!!!

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