Mensagem de boas vindas


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

ALÉM-TÚMULO

68
ALÉM-TÚMULO
E, se não há ressurreição de mortos, também o Cristo não ressuscitou.
Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, 15: 13.)
Teólogos eminentes, tentando harmonizar interesses temporais e espirituais, obscureceram o problema da morte, impondo sombrias perspectivas à simples solução que lhe é própria.
Muitos deles situaram as almas em determinadas zonas de punição ou de expurgo, como se fossem absolutos senhores dos elementos indispensáveis à análise definitiva. Declararam outros que, no instante da grande transição, submerge-se o homem num sono indefinível até o dia derradeiro consagrado ao Juízo Final.
Hoje, no entanto, reconhece a inteligência humana que a lógica evolveu com todas as possibilidades de observação e raciocínio.
Ressurreição é vida infinita. Vida é trabalho, júbilo e criação na eternidade.
Como qualificar a pretensão daqueles que designam vizinhos e conhecidos para o inferno ilimitado no tempo? como acreditar permaneçam adormecidos milhões de criaturas, aguardando o minuto decisivo de julgamento, quando o próprio Jesus se afirma em atividade incessante?
Os argumentos teológicos são respeitáveis; no entanto, não deveremos desprezar a simplicidade da lógica humana.
Comentando o assunto, portas a dentro do esforço cristão, somos compelidos a reconhecer que os negadores do processo evolutivo do homem espiritual, depois do sepulcro, definem-se contra o próprio Evangelho. O Mestre dos Mestres ressuscitou em trabalho edificante. Quem, desse modo, atravessará o portal da morte para cair em ociosidade incompreensível? Somos almas, em função de aperfeiçoamento, e, além do túmulo, encontramos a continuação do esforço e da vida.

MINHA REFLEXÃO

A continuidade da vida após a morte do corpo físico é um fato. Emmanuel nos lembra do trabalho incessante do Cristo, mesmo depois da morte de seu corpo. A obra dele tinha que continuar e para isso ele apareceu num fenômeno de materialização para os seus discípulos.
Se houvesse de chegar o juízo final, para então o Espírito despertar, como Elias e Moisés poderiam ter aparecido conversando com Jesus? (Lucas 9:30). O Mestre adiantou aos discípulos que ressuscitaria depois do 3º dia, já adiantando a continuidade da vida após a morte.
A vida incessante de trabalho atribuída ao Pai, se reproduz no Filho, como diz São João, 5: 17 – “E Jesus lhe respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”. Assim, a razão de ser do Espírito é o trabalho e não teria sentido toda inteligência e capacidade para o trabalho se perdesse com a morte do corpo físico.
Que saibamos honrar a vinda do Filho até nós.
Que Deus nos ajude.
Domicio

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

OS VIVOS DO ALÉM

67
OS VIVOS DO ALÉM 
E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias.
Lucas, 9: 30

Várias escolas religiosas, defendendo talvez determinados interesses do sacerdócio, asseguram que o Evangelho não apresenta bases ao movimento de intercâmbio entre os homens e os espíritos desencarnados que os precederam na jornada do Mais Além...
Entretanto, nesta passagem de Lucas, vemos o Mestre dos Mestres confabulando com duas entidades egressas da esfera invisível de que o sepulcro é a porta de acesso.
Aliás, em diversas circunstâncias encontramos o Cristo em contacto com almas perturbadas ou perversas, aliviando os padecimentos de infortunados perseguidos. Todavia, a mentalidade dogmática encontrou aí a manifestação de Satanás, inimigo eterno e insaciável.
Aqui, porém, trata-se de sublime acontecimento no labor. Não vemos qualquer demonstração diabólica e, sim, dois espíritos gloriosos em conversação íntima com o Salvador. E não podemos situar o fenômeno em associação de generalidades, porquanto os “amigos do outro mundo”, que falaram com Jesus sobre o monte, foram devidamente identificados. Não se registrou o fato, declarando-se, por exemplo, que se tratava da visita de um anjo, mas de Moisés e do companheiro, dando-se a entender claramente que os “mortos” voltam de sua nova vida.

MINHA REFLEXÃO
As evidências da vida além da morte estão presente em vários relatos dos evangelistas. Esta passagem, como diz Emmanuel, não deixa dúvidas quanto ao fato de que os “mortos” voltam para conversar conosco, se assim é útil para nós. Quando não é em sonho, se dá de maneira mediúnica nos trabalhos de comunicação voltados para esse fim ou mesmo diretamente à revelia da vontade do encarnado (muitas vezes quando um quadro obsessivo está em curso).
Cabe a nós entender com isso que a vida continua e que podemos privar, se for do nosso merecimento, seja para nos provar, seja para esclarecer ou consolar, da companhia daqueles que nos precederam ao plano espiritual.
O próprio Cristo voltou para se comunicar e o fez para concluir sua missão dando aos apóstolos a certeza de que não os abandonaria e que era possível se comunicar com os Espíritos, dando a eles o poder de falar “línguas estranhas” e expulsar os demônios (Espíritos maus e ou sofredores).
Que saibamos tornar úteis as oportunidades de ter com os nossos amigos espirituais momentos de esclarecimentos e consolo. Que saibamos distinguir os bons dos maus espíritos quando nos apresentarem para se comunicarem, conforme João (1ª Epístola, 4:1):
Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, pois muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
Vide comentários de Allan Kardec a essa exortação de João em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 21, Item 7.
Que Deus nos ajude.
Domício.

COMO PEDES?


66
COMO PEDES?

Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.” — Jesus.
João (16:24).

Em muitos recantos, encontramos criaturas desencantadas da oração.
Não prometeu Jesus a resposta do Céu aos que pedissem no seu nome? Muitos corações permanecem desalentados porque a morte lhes roubou um ente amigo, porque desastres imprevistos lhes surgiram na estrada comum.
Entretanto, repitamos, o Mestre Divino ensinou que o homem deveria solicitar em seu nome.
Por isso mesmo, a alma crente, convicta da própria fragilidade, deveria interrogar a consciência sobre o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais.
Estará suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo? Reclamar, em virtude dos caprichos que obscurecem os caminhos do coração, é atirar ao Divino Sol a poeira das inquietações terrenas; mas pedir, em nome de Jesus, é aceitar-lhe a vontade sábia e amorosa, é entregar-se-lhe de coração para que nos seja concedido o necessário.
Somente nesse ato de compreensão perfeita do seu amor sublime encontraremos o gozo completo, a infinita alegria.
Observa a substância de tuas preces. Como pedes? Em nome do mundo ou em nome do Cristo? Os que se revelam desanimados com a oração confessam a infantilidade de suas rogativas.

MINHA REFLEXÃO
O ato de orar é um ato de adoração a Deus, humildade diante de Jesus Cristo e sintonia com os mentores, particularmente com o nosso Anjo da Guarda. Tivemos entre nós o Cristo, Governador Espiritual desse planeta. Ele, sendo o Maior, se tornou o menor, dentre nós, mas nos ensinando a postura do ser que tem um Senhor Supremo e o considera como tal, não só de boca, mas de coração e profunda consciência.
Numa escala hierárquica, somos convidados a pedir em nome Dele, a Deus, pois ele tinha acesso direto ao Pai. Ele nos acolheu quando recebeu a incumbência de governar esse planeta e ajudar todos os seus habitantes a evoluir para o estado de Espírito Puro, como o dEle.
Somos devedores de sua humílima assistência e qualquer pedido a Deus se torna mais eficaz se for em Seu nome, ou seja, independente das necessidades imediatas que o mundo exige.
Todo pedido deve estar em consonância com a vontade do Pai e temos Jesus Cristo como exemplo vivo disso.
Assim,
(...) A vossa prece deve conter o pedido das graças de que necessitais, mas de que necessitais em realidade. Inútil, portanto, pedir ao Senhor que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e riquezas. Rogai- lhe que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé. Não digais, como o fazem muitos: "Não vale a pena orar, porquanto Deus não me atende." Que é o que, na maioria dos casos, pedis a Deus? Já vos tendes lembrado de pedir-lhe a vossa melhoria moral? Oh! não; bem poucas vezes o tendes feito. O que preferentemente vos lembrais de pedir é o bom êxito para os vossos empreendimentos terrenos e haveis com frequência exclamado: "Deus não se ocupa conosco; se se ocupasse, não se verificariam tantas injustiças." Insensatos! Ingratos! Se descêsseis ao fundo da vossa consciência, quase sempre depararíeis, em vós mesmos, com o ponto de partida dos males de que vos queixais. Pedi, pois, antes de tudo, que vos possais melhorar e vereis que torrente de graças e de consolações se derramará sobre vós. (Ver em o Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 4.).

Que saibamos praticar esse ato tão necessário, mas que deve ser feito com a consciência de que somos responsáveis por sucessos e insucessos de nossas vidas. Nada nos foi ou será dado que não seja de nosso merecimento ou fruto de nossa busca e trabalho (Mateus, 7:7 – 11; O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 25).
Que Deus nos ajude a compreender tudo isso, para o nosso bem.
Domício

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PEDIR


65
PEDIR
Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis.
MATEUS, 20: 22.
A maioria dos crentes dirige-se às casas de oração, no propósito de pedir alguma coisa.
Raros os que aí comparecem, na verdadeira atitude dos filhos de Deus, interessados nos sublimes desejos do Senhor, quanto à melhoria de conhecimentos, à renovação de valores íntimos, ao aproveitamento espiritual das oportunidades recebidas de Mais Alto.
A rigor, os homens deviam reconhecer nos templos o lugar sagrado do Altíssimo, onde deveriam aprender a fraternidade, o amor, a cooperação no seu programa divino. Quase todos, porém, preferem o ato de insistir, de teimar, de se imporem ao paternal carinho de Deus, no sentido de lhe subornarem o Poder Infinito. Pedinchões inveterados, abandonam, na maior parte das vezes, o traçado reto de suas vidas, em virtude da rebeldia suprema nas relações com o Pai. Tanto reclamam, que lhes é concedida a experiência desejada.
Sobrevêm desastres. Surgem as dores. Em seguida, aparece o tédio, que é sempre filho da incompreensão dos nossos deveres.
Provocamos certas dádivas no caminho, adiantamo-nos na solicitação da herança que nos cabe, exigindo prematuras concessões do Pai, à maneira do filho pródigo, mas o desencanto constitui-se em veneno da imprevidência e da irresponsabilidade.
O tédio representará sempre o fruto amargo da precipitação de quantos se atiram a patrimônios que lhes não competem.
Tenhamos, pois, cuidado em pedir, porque, acima de tudo, devemos solicitar a compreensão da vontade de Jesus a nosso respeito.

MINHA REFLEXÃO
Pedir a Deus é um ato de submissão a Ele. Uma compreensão de que Ele tudo pode. No entanto, não sabemos os seus desígnios. Necessário desenvolver em nós a humildade de saber esperar o que é melhor para nós e isso Ele sabe na sua infinita onisciência.
Grande parte dos que creem em sua superioridade e paternidade não compreendeu o significado da parte da oração dominical em que o orador deve dizer: Seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu. Muito menos o gesto de infinita humildade e entrega ao Pai, da parte do Cristo, quando nos seus últimos suspiros: Pai, em tuas mãos entrego meu espírito". (Lucas 23:46).
No O Evangelho Segundo o Espiritismo, há um capítulo especialmente desenvolvido por Allan Kardec sobre o ato de pedir, intitulado Pedi e Obtereis (Cap. 27). Jesus Cristo nos ensinou como devíamos nos relacionar com Pai. Entre as “dicas”, destacam-se: orar sem ostentação e espírito de superioridade em relação aos semelhantes (Mateus, 6: 5-8; Lucas, 18: 9-14); o coração deve estar puro de ressentimentos (Marcos 11: 25-26).
Assim, confiantes de que seremos atendidos, conforme nosso merecimentos devemos sempre pedir num ato de submissão à vontade do Pai que tudo sabe sobre nós, mas nos ensina que devemos, antes de tudo, crescer como Espíritos que somos.
A esperança e a confiança de que Deus sabe o que é melhor para nós devem ser nossas atitudes na hora do ato de orar. Não devemos nos entediar, como Emmanuel lembra as atitudes dos impositores de vontades à Deus, quando aquilo que pedimos não nos é dado de imediato, pois em verdade, nem sempre saberemos usufruir com nobreza aquilo que tanto pedimos, muitas vezes,por inconformação, bem como por falta de fé, humildade e esperança.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O TESOURO MAIOR

64
O TESOURO MAIOR

Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração. Jesus.
LUCAS, 12:34
No mundo, os templos da fé religiosa, desde que consagrados à Divindade do Pai, são departamentos da casa infinita de Deus, onde Jesus ministra os seus bens aos corações da Terra, independentemente da escola de crença a que se filiam.
A essas subdivisões do eterno santuário comparecem os tutelados do Cristo, em seus diferentes graus de compreensão. Cada qual, instintivamente, revela ao Senhor onde coloca seu tesouro.
Muitas vezes, por isso mesmo, nos recintos diversos de sua casa, Jesus recebe, sem resposta, as súplicas de inúmeros crentes de mentalidade infantil, contraditórias ou contraproducentes.
O egoísta fala de seu tesouro, exaltando as posses precárias; o avarento refere-se a mesquinhas preocupações; o gozador demonstra apetites insaciáveis; o fanático repete pedidos loucos.
Cada qual apresenta seu capricho ferido como sendo a dor maior.
Cristo ouve-lhes as solicitações e espera a oportunidade de dar-lhes a conhecer o tesouro imperecível. Ouve em silêncio, porque a erva tenra pede tempo destinado ao processo evolutivo, e espera, confiante, porquanto não prescinde da colaboração dos discípulos resolutos e sinceros para a extensão do divino apostolado. No momento adequado, surgem esses, ao seu influxo sublime, e a paisagem dos templos se modifica. Não são apenas crentes que comparecem para a rogativa, são trabalhadores decididos que chegam para o trabalho. Cheios de coragem, dispostos a morrer para que outros alcancem a vida, exemplificam a renúncia e o desinteresse, revelam a Vontade do Pai em si próprios e, com isso, ampliam no mundo a compreensão do tesouro maior, sintetizado na conquista da luz eterna e do amor universal, que já lhes enriquece o espírito engrandecido.

MINHA REFLEXÃO
Em todo o mundo há adeptos de uma filosofia religiosa. Todos se apegam ao ícone gerador do pensamento religioso. Em particular, os adeptos do cristianismo, por sua vez, se entregam, pelo menos de modo mecânico, aos labores da prática exterior religiosa.
A reforma íntima é imprescindível (O Evang. Segundo o Espiritismo, cap. 17, Item 4). A busca de tesouros imperecíveis é fundamental à felicidade. Todos temos que pensar na vida futura e não se apegar ao imediatismo de respostas que satisfazem os apetites materiais e vantagens pessoais na sociedade.
Antes de pedir, que limpemos o coração e reconciliemos com oss adversário, como advertiu Jesus (Mateus, 5: 23 – 24).
O tesouro maior que devemos buscar é a paz do coração e a consciência tranquila do dever cumprido.
Que Deus nos ajude.
Domício

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

QUEM SOIS?


63
QUEM SOIS?
Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?
ATOS, 19: 15
Qualquer expressão de comércio tem sua base no poder aquisitivo. Para obter, é preciso possuir.
No intercâmbio dos dois mundos, terrestre e espiritual, o fenômeno obedece ao mesmo princípio.
Nas operações comerciais de César, requerem-se moedas ou expressões fiduciárias com efígies e identificações que lhes digam respeito. Nas operações de permuta espiritual requisitam-se valores individualíssimos, com os sinais do Cristo. O dinheiro de Jesus é o amor. Sem ele, não é lícito aventurar-se alguém ao sagrado comércio das almas.
O versículo aqui nomeado constitui benéfica advertência a quantos, para o esclarecimento dos outros, invocam o Mestre, sem títulos vivos de sua escola sacrificial.
Mormente no que se refere às relações com o plano invisível, mantendo cuidado por evitar afirmativas a esmo.
Não vos aventureis ao movimento, sem o poder aquisitivo do amor de Jesus.
O Mestre é igualmente conhecido de seus infelizes adversários. Os discípulos sinceros do Senhor são observados por eles também. Os inimigos da luz reconhecem-lhes o sublime valor.
Quando vos dispuserdes, portanto, a esse gênero de trabalho, não olvideis vossa própria identificação, porque, provavelmente, sereis interpelados pelos representantes do mal, que vos perguntarão quem sois.

MINHA REFLEXÃO
Essa reflexão propiciada por Emmanuel nos reporta, em especial, aos praticantes do mediunismo, ou mesmo ao evangelizadores ou doutrinadores de sessões de desobsessão.
Em geral, aqueles que são admoestados a passar para a Luz querem justificar o que fazem sem serem questionados. Então, buscam seguir os passos de quem os quer evangelizar. Desse modo, se o doutrinador(a) ou evangelizador(a), por maior que seja a sua intenção, não segue sua vida vigilantemente contra as tentações de suas próprias imperfeições, quando for lembrar do Amor do Cristo ao Espírito obsessor, ele será chamado a atenção pelo que foi visto fazer, contrariando a Lei do Amor vivido em sua plenitude pelo Cristo.
No livro intitulado “Voltei” - Capitulo 18 do Irmão Jacob, psicografado por Chico Xavier (Edição FEB), o Irmão Jacob se diante de um Espírito obsessor que quando encarnado o doutrinava e nesse encontro, aquele Espírito o lembra de suas imperfeições manifestadas logo após as reuniões de desobsessões.
Não é fácil fazer a reforma íntima, pois além de nossas fraquezas cometidas, somos diuturnamente cobrados de angelitudes que ainda não possuímos. No entanto, a virtude da humildade pode nos fazer avançar, afastando-nos de nosso passado espiritual contrário à Lei do Amor.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

PARENTELA


62
PARENTELA
E disse-lhe: Sai de tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à terra que eu te mostrar.
Atos (7: 3).
Nos círculos da fé, vários candidatos à posição de discípulos de Jesus queixam-se da sistemática oposição dos parentes, com respeito aos princípios que esposaram para as aquisições de ordem religiosa.
Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente afins. Frequentemente, pelas imposições da consanguinidade, grandes inimigos são obrigados ao abraço diuturno, sob o mesmo teto.
É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de “família” e “parentela”. O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do amor, o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes acerbas, em que devemos diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-os na liga divina do amor para a eternidade. A família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família.
Recordamos tais conceitos, a fim de acordar a vigilância dos companheiros menos avisados.
A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da família maior, que é a de Jesus-Cristo.


REFLEXÃO
Quando somos chamados a reencarnar, devemos escolher a família que nos acolherá. Somos Espíritos milenares e nossa história de vida está repleta de afetos e desafetos. Não podemos evoluir sem resolver pendências cármicas construídas pelos nossos relacionamentos espirituais desavisados e conflituosos que nos enlamearam a alma.
Assim, o lar nos configura como o cadinho depurador de nossa alma no convívio com aqueles que ontem nos fizeram mal ou fizemos mal a eles, quando não temos aqueles afins que muitos nos ajudaram a chegar até o estágio evolutivo em que nos encontramos. Desse modo, vivemos entre “parentes” e “familiares” segundo a Doutrina Espírita (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIV – Honrai a vosso Pai e a vossa Mãe).
A falta de afinidade espiritual se revela também na escolha dessa ou daquela religião e, então, a religião se transforma em motivos de desavenças. Contraditoriamente, mas previsto pelo Senhor, as ideias cristãs se transformam em combustíveis de dissensões e até ofensas.
Nesse ponto, o Espiritismo nos adverte que “fora da caridade não há salvação", favorecendo a fraternidade familiar, o respeito entre não afins, religiosamente falando, ajudando a parentela se transformar em família espiritual.
Que sejamos irmãos em família, pois para isso nos reencontramos sob a égide de um lar. Que as diferenças religiosas, assim como outras, não nos afastem daqueles que buscamos nos aproximar espiritualmente pelo abençoado ministério da reencarnação.
Que Deus nos ajude.
Domício

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

MINISTÉRIOS


61
MINISTÉRIOS
Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
I Pedro (4: 10).
Toda criatura recebe do Supremo Senhor o dom de servir como um ministério essencialmente divino.
Se o homem levanta tantos problemas de solução difícil, em suas lutas sociais, é que não se capacitou, ainda, de tão elevado ensinamento.
O quadro da evolução terrestre apresenta divisão entre os que denominais “magnatas” e “proletários”, porquanto, de modo geral, não se entendeu até agora no mundo a dignidade do trabalho honesto, por mais humilde que seja.
É imprescindível haja sempre profissionais de limpeza pública, desbravadores de terras insalubres, chefes de fábricas, trabalhadores de imprensa.
Os homens não compreenderam, ainda, que a oportunidade de cooperar nos trabalhos da Terra transforma-os em despenseiros da graça de Deus. Chegará, contudo, a época em que todos se sentirão ricos. A noção de “capitalista” e “operário” estará renovada. Entender-se-ão ambos como eficientes servidores do Altíssimo.
O jardineiro sentirá que o seu ministério é irmão da tarefa confiada ao gerente da usina.
Cada qual ministrará os bens recebidos do Pai, na sua própria esfera de ação, sem a ideia egoística de ganhar para enriquecer na Terra, mas de servir com proveito para enriquecer em Deus.

MINHA REFLEXÃO
No concerto da humanidade, os homens se revezaram em posições sociais, via a reencarnação. O pobre e o rico, o superior e o inferior, socialmente falando, nada significou, senão uma face da moeda do processo evolutivo do ser humano.
A evolução é o alvo. A posição social um meio. Esse meio deve ser aproveitado o máximo possível para que o Espírito evolua a cada existência.
Conforme François, Nicolas, Madeleine, Cardeal de Morlot, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17 (Sede Perfeitos – Item 9),

A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme a maioria dos potentados da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, aliás, lhes prova constantemente que não é nem uma nem outra coisa, pois que deles a retira quando lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente às suas personalidades, seria inalienável.

O homem inteligente, muitas vezes se orgulha disso e trata com menosprezo o semelhante. No entanto, ele desperdiça sua encarnação assim, pois se chegou onde chegou, foi com a ajuda de Deus, conforme Ferdinando, Espírito Protetor, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 7 (Bem Aventurados os pobres de espíritos – Item 13),

Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a ele.

De outro modo, quanto ao inferior, François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17 (Sede Perfeitos – Item 9),

Mas, se o superior tem deveres a cumprir, o inferior, de seu lado, também os tem e não menos sagrados. Se for espírita, sua consciência ainda mais imperiosamente lhe dirá que não pode considerar-se dispensado de cumpri-los, nem mesmo quando o seu chefe deixe de dar cumprimento aos que lhe correm, porquanto sabe muito bem não ser lícito retribuir o mal com o mal e que as faltas de uns não justificam as de outrem.

Assim, podemos resolver nossos problemas cármicos, e, a partir de nossas potencialidades, podemos também contribuir para a evolução dos demais irmãos e para a sociedade planetária.
Que possamos passar por essas duas faces da moeda de modo cristão e crescermos como Espíritos, fazendo a vontade do Pai, sendo gratos por tudo que Ele nos dispensa em prol de nossa evolução.
Que o Nosso Pai nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PRÁTICA DO BEM

60
PRÁTICA DO BEM

Porque assim é a vontade de Deus que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens loucos.
I Pedro (2:15).
Á medida que o espírito avulta em conhecimento, mais compreende o valor do tempo e das oportunidades que a vida maior lhe proporciona, reconhecendo, por fim, a imprudência de gastar recursos preciosos em discussões estéreis e caprichosas.
O apóstolo Pedro recomenda seja lembrado que é da vontade de Deus se faça o bem, impondo silêncio à ignorância e à loucura dos homens.
Uma contenda pode perdurar por muitos anos, com graves desastres para as forças em litígio; todavia, basta uma expressão de renúncia para que a concórdia se estabeleça num dia.
No serviço divino, é aconselhável não disputar, a não ser quando o esclarecimento e a energia traduzem caridade. Nesse caminho, a prática do bem é a bússola do ensino.
Antecedendo qualquer disputa, convém dar algo de nós mesmos. Isso é útil e convincente.
O bem mais humilde, é semente sagrada.
Convocado a discutir, Jesus imolou-se.
Por se haver transformado ele próprio em divina luz, dominou-nos a treva da ignorância humana.
Não parlamentou conosco. Ao invés disso, converteu-nos.
Não reclamou compreensão. Entendeu a nossa loucura, localizou-nos a cegueira e amparou-nos ainda mais.

MINHA REFLEXÃO

As contendas são infrutíferas, pois nascem do desejo egoístico de prevalência de uma ideia ou mesmo de ridicularizar a ideia de outrem. O Mestre em várias passagem fugiu ao debate deixando que seu instigador que queria compromete-lo ou colocá-lo em confronto com os romanos (caso da moeda, em Marcos, 12:13-17), se livrar da responsabilidade de uma decisão (Pilatos em Marcos, 18: 33-37) ou mesmo saber mais (Nicodemos em João – 3:12, sobre a reencarnação), buscasse um entendimento que lhe faltava ou mesmo se responsabilizar pelas intenções maléficas bem identificada por Ele.
Somos ainda muito ignorantes do saber divino e muitas vezes nos perdemos discutindo com energias que desagregam o ambiente que respiramos. Sejamos convincentes pelo exemplo do silêncio e ações pela causa do bem. Que saibamos calar o homem velho que ainda existe em nós. As provocações (e Jesus Cristo foi muito provocado) nada mais são que provas da humildade e sabedoria. Escutar para falar (mesmo com o silêncio) é ato de superação do egoísmo, egocentrismo que ainda habita em nós.
Que saibamos reconhecer as armadilhas do mal em querendo que entremos em contendas, que separam e/ou desarmonizam, ao nos insuflar na mente a maledicência, o orgulho do saber, o melindre, a desconfiança e o espírito excessivo de preservação da integridade pessoal/moral.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

OS AMADOS

59
OS AMADOS

Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.
Paulo (HEBREUS, 6:9). 

Comenta-se com amargura o progresso aparente dos ímpios.
Admira-se o crente da boa posição dos homens que desconhecem o escrúpulo, muita vez altamente colocados na esfera financeira.
Muitos perguntam: “Onde está o Senhor que lhes não viu os processos escusos?
A interrogação, no entanto, evidencia mais ignorância que sensatez. Onde a finalidade do tesouro amoedado do homem perverso? Ainda que experimentasse na Terra inalterável saúde de cem anos, seria compelido a abandonar o patrimônio para recomeçar o aprendizado.
A eternidade confere reduzida importância aos bens exteriores. Aqueles que exclusivamente acumulam vantagens transitórias, fora de sua alma, plenamente esquecidos da esfera interior, são dignos de piedade. Deixarão tudo, quase sempre, ao sabor da irresponsabilidade.
Isso não acontece, porém, com os donos da riqueza espiritual. Constituindo os amados de Deus, sentem-se identificados com o Pai, em qualquer parte a que sejam conduzidos. Na dificuldade e na tormenta guardam a alegria da herança divina que se lhes entesoura no coração.
Do ímpio, é razoável esperarmos a indiferença, a ambição, a avareza, a preocupação de amontoar irrefletidamente; do ignorante, é natural recebermos perguntas loucas. Entretanto, o apóstolo da gentilidade exclama com razão: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.”

MINHA REFLEXÃO
Somos todos convidados, diariamente, em todas as horas do dia, ao trabalho dignificante de nossa alma. Nem sempre damos ouvidos a esse chamados e mostramos desinteresse ao convite do Senhor.
Sabemos, pelos ensinamentos do Cristo, que nesta vida cada um responde segundo suas obras. Que importa, para nós, se os outros estão tendo vantagens e vivendo uma vida repleta de iniquidades, senão para nos apiedarmos de sua trajetória atual, que pode ter sido a nossa em vidas passadas?
Aqueles que hoje não se preocupam com a vida futura, a do Espírito, certamente, num momento de crescimento, optarão por uma vida mais voltada para as coisas espirituais, como a que nos propomos viver nessa, sem contudo, ainda, sermos perfeitos.
Nosso Mestre espera mais de nós, como nos lembra Paulo. Ele deseja que nos tornemos homens de bem, como nos diz Allan Kardec:

3. O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17, Item 3).
Temos que a cada dia nos tornamos melhor que o dia anterior, pelo esforço moral, a partir de nossa reforma íntima, ou seja, devemos nos tornar um bom espírita, como Allan Kardec nos assevera, quando nos afirma:

Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más (Idem, Item 4).
Que possamos finalizar esta existência recebendo a recompensa do dever cumprido, primeiro para com Deus, depois para conosco e nosso semelhante.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

GANHAR



58
GANHAR

Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
Jesus (MARCOS, 8:36).

As criaturas terrestres, de modo geral, ainda não aprenderam a ganhar. Entretanto, o espírito humano permanece no Planeta em busca de alguma coisa. É indispensável alcançar valores de aperfeiçoamento para a vida eterna.
Recomendou Jesus aos seus tutelados procurassem, insistissem...
Significa isso que o homem se demora na Terra para ganhar na luta enobrecedora.
Toda perturbação, nesse sentido, provém da mente viciada das almas em desvio.
O homem está sempre decidido a conquistar o mundo, mas nunca disposto a conquistar-se para uma esfera mais elevada. Nesse falso conceito, subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia. Se Deus lhe concede bastante saúde física, costuma usá-la na aquisição da doença destruidora; se consegue amealhar possibilidades financeiras, tenta açambarcar os interesses alheios.
O Mestre Divino não recomendou que a alma humana deva movimentar-se despida de objetivos e aspirações de ganho; salientou apenas que o homem necessita conhecer o que procura, que espécie de lucros almeja, a que fins se propõe em suas atividades terrestres.
Se teus desejos repousam nas aquisições factícias, relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao apodrecimento, renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada vale ganhar o mundo que te não pertence e perderes a ti mesmo, indefinidamente, para a vida imortal.

MINHA REFLEXÃO
São muitas as oportunidades de crescimento que podemos encontrar no mundo. A (re) encarnação, para os Espíritos, tem
o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta (Questão 132 de O Livro dos Espíritos).
Para isso, temos que buscar, ou seja, trabalhar para o nosso progresso. Foi isso que o Cristo quis nos dizer quando nos estimulou a buscar, com a garantia de que acharíamos o fruto dessa busca: a felicidade.
No entanto, por milênios, o que temos buscado? A estagnação espiritual, simbolizada pela procura dos excessos que o corpo pode nos oferecer. Esses excessos, alimentados pelo egoísmo e insensatez, frutos da ilusão de que somos possuidores de nossas vidas, sem integração com a Divindade que nos criou, nos leva a ganhar a vida aqui na Terra e perdê-la no Céu.
Somos devedores da infinita sabedoria e misericórdia de Deus e muitas vezes quando nada dá certo, entendemos que podemos blasfemar contra ele, imputando-O a culpa de nossos insucessos e revezes. Muitas vezes, chegamos a pensar que Ele não existe... Tristes de nós nessa hora. Momentos de falta de fé em algo acima de nós. Ele nos perdoa, mas quanto perdemos nessa hora?
Quantos resvalam pela cegueira da vida fácil, entendendo que essa vida tem que ser vivida ao menor preço e deve ser aproveitada ao máximo, à revelia do que vai encontrar depois da morte?
A morte, passagem para o tribunal da própria consciência está aberta para todos, pois temos todos que passar por ela. Mas antes de chegarmos a ela, devemos passar por uma Porta estreita chamada Jesus. A porta estreita que Ele prometeu para quem quisesse segui-Lo, pode ser vista como a cruz que todos devemos carregar, sem esmorecimento e muita fé (Marcos, 8:34).
Sobre isso, A. Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XXIV, reflete:
"Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir", isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: "Já recebestes a vossa recompensa”.
Que tenhamos a sobriedade de buscar o melhor para nós: a conquista de nós mesmo junto a Deus e a seu Filho amado Jesus Cristo, com a fé de nunca estamos sozinhos e sempre teremos alguém para nos ajudar a carregar nossa cruz.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

DINHEIRO

57
DINHEIRO
Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e, nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. — Paulo. (1ª EPÍSTOLA A TIMÓTEO, 6:10)
Paulo não nos diz que o dinheiro, em si mesmo, seja flagelo para a Humanidade.
Várias vezes, vemos o Mestre em contato com o assunto, contribuindo para que a nossa compreensão se dilate. Recebendo certos alvitres do povo que lhe apresenta determinada moeda da época, com a efígie do imperador romano, recomenda que o homem dê a César o que é de César, exemplificando o respeito às convenções construtivas. Numa de suas mais lindas parábolas, emprega o símbolo de uma dracma perdida. Nos movimentos do Templo, aprecia o óbolo pequenino da viúva.
O dinheiro não significa um mal. Todavia, o apóstolo dos gentios nos esclarece que o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males. O homem não pode ser condenado pelas suas expressões financeiras, mas, sim, pelo mau uso de semelhantes recursos materiais, porquanto é pela obsessão da posse que o orgulho e a ociosidade, dois fantasmas do infortúnio humano, se instalam nas almas, compelindo-as a desvios da luz eterna.
O dinheiro que te vem às mãos, pelos caminhos retos, que só a tua consciência pode analisar à claridade divina, é um amigo que te busca a orientação sadia e o conselho humanitário. Responderás a Deus pelas diretrizes que lhe deres e ai de ti se materializares essa força benéfica no sombrio edifício da iniquidade!

MINHA REFLEXÃO
O dinheiro, em princípio, é resultado do suor do homem. Sempre existiu das mais diversas formas. Representa um bem que o seu possuidor tem ou pode vir a ter. A maioria da humanidade tem o seu que representa a subsistência, sendo o bem maior que tem, e não se anima a sonhar com outros. Uma menor parte possui um dinheiro maior e usufrui das realizações de pequenos sonhos. E uma bem menor parte da humanidade acumula bens a partir do trabalho seu e da realização dos pequenos sonhos ou da subsistência dos demais. Possuir dinheiro, como diz Emmanuel, não é um mal em si, pois pode ser resultado do esforço. No entanto, o uso dele pode significar elevação ou queda (principalmente se é obtido de modo ilícito).
O Cristo, lembrado por Emmanuel, usou da imagem do dinheiro, várias vezes, para dar um ensinamento (vide mensagem anterior a essa, postada nesse blog). Reforço a passagem em que pede a um jovem que se desfaça de todos os seus bens para segui-lo, o que não foi atendido, pois ele tinha muito dinheiro (bens). Jesus, nessa passagem, exclamou: “É mais fácil um camelo[1] passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reio dos Céus (Lucas, 18:25). Aqui, fica a simbologia de que é preciso colocar a vida espiritual acima da vida física, sem, no entanto, se empobrecer para isso. Os ricos são ricos por estarem sendo provados no bom uso de sua riqueza. A pobreza nem sempre é sinal de elevação, mas a resignação que é demonstrada diante dela, sim.
Que saibamos a fazer uso desse bem com justiça, benevolência e beneficência, isto é, com caridade para consigo e para com os outros.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] Camelo aqui se refere ao cabo de amarrar navios que era feito com o pelo de camelo.