Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PRÁTICA DO BEM

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PRÁTICA DO BEM

Porque assim é a vontade de Deus que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos homens loucos.
I Pedro (2:15).
Á medida que o espírito avulta em conhecimento, mais compreende o valor do tempo e das oportunidades que a vida maior lhe proporciona, reconhecendo, por fim, a imprudência de gastar recursos preciosos em discussões estéreis e caprichosas.
O apóstolo Pedro recomenda seja lembrado que é da vontade de Deus se faça o bem, impondo silêncio à ignorância e à loucura dos homens.
Uma contenda pode perdurar por muitos anos, com graves desastres para as forças em litígio; todavia, basta uma expressão de renúncia para que a concórdia se estabeleça num dia.
No serviço divino, é aconselhável não disputar, a não ser quando o esclarecimento e a energia traduzem caridade. Nesse caminho, a prática do bem é a bússola do ensino.
Antecedendo qualquer disputa, convém dar algo de nós mesmos. Isso é útil e convincente.
O bem mais humilde, é semente sagrada.
Convocado a discutir, Jesus imolou-se.
Por se haver transformado ele próprio em divina luz, dominou-nos a treva da ignorância humana.
Não parlamentou conosco. Ao invés disso, converteu-nos.
Não reclamou compreensão. Entendeu a nossa loucura, localizou-nos a cegueira e amparou-nos ainda mais.

MINHA REFLEXÃO

As contendas são infrutíferas, pois nascem do desejo egoístico de prevalência de uma ideia ou mesmo de ridicularizar a ideia de outrem. O Mestre em várias passagem fugiu ao debate deixando que seu instigador que queria compromete-lo ou colocá-lo em confronto com os romanos (caso da moeda, em Marcos, 12:13-17), se livrar da responsabilidade de uma decisão (Pilatos em Marcos, 18: 33-37) ou mesmo saber mais (Nicodemos em João – 3:12, sobre a reencarnação), buscasse um entendimento que lhe faltava ou mesmo se responsabilizar pelas intenções maléficas bem identificada por Ele.
Somos ainda muito ignorantes do saber divino e muitas vezes nos perdemos discutindo com energias que desagregam o ambiente que respiramos. Sejamos convincentes pelo exemplo do silêncio e ações pela causa do bem. Que saibamos calar o homem velho que ainda existe em nós. As provocações (e Jesus Cristo foi muito provocado) nada mais são que provas da humildade e sabedoria. Escutar para falar (mesmo com o silêncio) é ato de superação do egoísmo, egocentrismo que ainda habita em nós.
Que saibamos reconhecer as armadilhas do mal em querendo que entremos em contendas, que separam e/ou desarmonizam, ao nos insuflar na mente a maledicência, o orgulho do saber, o melindre, a desconfiança e o espírito excessivo de preservação da integridade pessoal/moral.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

OS AMADOS

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OS AMADOS

Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.
Paulo (HEBREUS, 6:9). 

Comenta-se com amargura o progresso aparente dos ímpios.
Admira-se o crente da boa posição dos homens que desconhecem o escrúpulo, muita vez altamente colocados na esfera financeira.
Muitos perguntam: “Onde está o Senhor que lhes não viu os processos escusos?
A interrogação, no entanto, evidencia mais ignorância que sensatez. Onde a finalidade do tesouro amoedado do homem perverso? Ainda que experimentasse na Terra inalterável saúde de cem anos, seria compelido a abandonar o patrimônio para recomeçar o aprendizado.
A eternidade confere reduzida importância aos bens exteriores. Aqueles que exclusivamente acumulam vantagens transitórias, fora de sua alma, plenamente esquecidos da esfera interior, são dignos de piedade. Deixarão tudo, quase sempre, ao sabor da irresponsabilidade.
Isso não acontece, porém, com os donos da riqueza espiritual. Constituindo os amados de Deus, sentem-se identificados com o Pai, em qualquer parte a que sejam conduzidos. Na dificuldade e na tormenta guardam a alegria da herança divina que se lhes entesoura no coração.
Do ímpio, é razoável esperarmos a indiferença, a ambição, a avareza, a preocupação de amontoar irrefletidamente; do ignorante, é natural recebermos perguntas loucas. Entretanto, o apóstolo da gentilidade exclama com razão: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.”

MINHA REFLEXÃO
Somos todos convidados, diariamente, em todas as horas do dia, ao trabalho dignificante de nossa alma. Nem sempre damos ouvidos a esse chamados e mostramos desinteresse ao convite do Senhor.
Sabemos, pelos ensinamentos do Cristo, que nesta vida cada um responde segundo suas obras. Que importa, para nós, se os outros estão tendo vantagens e vivendo uma vida repleta de iniquidades, senão para nos apiedarmos de sua trajetória atual, que pode ter sido a nossa em vidas passadas?
Aqueles que hoje não se preocupam com a vida futura, a do Espírito, certamente, num momento de crescimento, optarão por uma vida mais voltada para as coisas espirituais, como a que nos propomos viver nessa, sem contudo, ainda, sermos perfeitos.
Nosso Mestre espera mais de nós, como nos lembra Paulo. Ele deseja que nos tornemos homens de bem, como nos diz Allan Kardec:

3. O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17, Item 3).
Temos que a cada dia nos tornamos melhor que o dia anterior, pelo esforço moral, a partir de nossa reforma íntima, ou seja, devemos nos tornar um bom espírita, como Allan Kardec nos assevera, quando nos afirma:

Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más (Idem, Item 4).
Que possamos finalizar esta existência recebendo a recompensa do dever cumprido, primeiro para com Deus, depois para conosco e nosso semelhante.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

GANHAR



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GANHAR

Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
Jesus (MARCOS, 8:36).

As criaturas terrestres, de modo geral, ainda não aprenderam a ganhar. Entretanto, o espírito humano permanece no Planeta em busca de alguma coisa. É indispensável alcançar valores de aperfeiçoamento para a vida eterna.
Recomendou Jesus aos seus tutelados procurassem, insistissem...
Significa isso que o homem se demora na Terra para ganhar na luta enobrecedora.
Toda perturbação, nesse sentido, provém da mente viciada das almas em desvio.
O homem está sempre decidido a conquistar o mundo, mas nunca disposto a conquistar-se para uma esfera mais elevada. Nesse falso conceito, subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia. Se Deus lhe concede bastante saúde física, costuma usá-la na aquisição da doença destruidora; se consegue amealhar possibilidades financeiras, tenta açambarcar os interesses alheios.
O Mestre Divino não recomendou que a alma humana deva movimentar-se despida de objetivos e aspirações de ganho; salientou apenas que o homem necessita conhecer o que procura, que espécie de lucros almeja, a que fins se propõe em suas atividades terrestres.
Se teus desejos repousam nas aquisições factícias, relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao apodrecimento, renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada vale ganhar o mundo que te não pertence e perderes a ti mesmo, indefinidamente, para a vida imortal.

MINHA REFLEXÃO
São muitas as oportunidades de crescimento que podemos encontrar no mundo. A (re) encarnação, para os Espíritos, tem
o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta (Questão 132 de O Livro dos Espíritos).
Para isso, temos que buscar, ou seja, trabalhar para o nosso progresso. Foi isso que o Cristo quis nos dizer quando nos estimulou a buscar, com a garantia de que acharíamos o fruto dessa busca: a felicidade.
No entanto, por milênios, o que temos buscado? A estagnação espiritual, simbolizada pela procura dos excessos que o corpo pode nos oferecer. Esses excessos, alimentados pelo egoísmo e insensatez, frutos da ilusão de que somos possuidores de nossas vidas, sem integração com a Divindade que nos criou, nos leva a ganhar a vida aqui na Terra e perdê-la no Céu.
Somos devedores da infinita sabedoria e misericórdia de Deus e muitas vezes quando nada dá certo, entendemos que podemos blasfemar contra ele, imputando-O a culpa de nossos insucessos e revezes. Muitas vezes, chegamos a pensar que Ele não existe... Tristes de nós nessa hora. Momentos de falta de fé em algo acima de nós. Ele nos perdoa, mas quanto perdemos nessa hora?
Quantos resvalam pela cegueira da vida fácil, entendendo que essa vida tem que ser vivida ao menor preço e deve ser aproveitada ao máximo, à revelia do que vai encontrar depois da morte?
A morte, passagem para o tribunal da própria consciência está aberta para todos, pois temos todos que passar por ela. Mas antes de chegarmos a ela, devemos passar por uma Porta estreita chamada Jesus. A porta estreita que Ele prometeu para quem quisesse segui-Lo, pode ser vista como a cruz que todos devemos carregar, sem esmorecimento e muita fé (Marcos, 8:34).
Sobre isso, A. Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XXIV, reflete:
"Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir", isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: "Já recebestes a vossa recompensa”.
Que tenhamos a sobriedade de buscar o melhor para nós: a conquista de nós mesmo junto a Deus e a seu Filho amado Jesus Cristo, com a fé de nunca estamos sozinhos e sempre teremos alguém para nos ajudar a carregar nossa cruz.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

DINHEIRO

57
DINHEIRO
Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e, nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. — Paulo. (1ª EPÍSTOLA A TIMÓTEO, 6:10)
Paulo não nos diz que o dinheiro, em si mesmo, seja flagelo para a Humanidade.
Várias vezes, vemos o Mestre em contato com o assunto, contribuindo para que a nossa compreensão se dilate. Recebendo certos alvitres do povo que lhe apresenta determinada moeda da época, com a efígie do imperador romano, recomenda que o homem dê a César o que é de César, exemplificando o respeito às convenções construtivas. Numa de suas mais lindas parábolas, emprega o símbolo de uma dracma perdida. Nos movimentos do Templo, aprecia o óbolo pequenino da viúva.
O dinheiro não significa um mal. Todavia, o apóstolo dos gentios nos esclarece que o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males. O homem não pode ser condenado pelas suas expressões financeiras, mas, sim, pelo mau uso de semelhantes recursos materiais, porquanto é pela obsessão da posse que o orgulho e a ociosidade, dois fantasmas do infortúnio humano, se instalam nas almas, compelindo-as a desvios da luz eterna.
O dinheiro que te vem às mãos, pelos caminhos retos, que só a tua consciência pode analisar à claridade divina, é um amigo que te busca a orientação sadia e o conselho humanitário. Responderás a Deus pelas diretrizes que lhe deres e ai de ti se materializares essa força benéfica no sombrio edifício da iniquidade!

MINHA REFLEXÃO
O dinheiro, em princípio, é resultado do suor do homem. Sempre existiu das mais diversas formas. Representa um bem que o seu possuidor tem ou pode vir a ter. A maioria da humanidade tem o seu que representa a subsistência, sendo o bem maior que tem, e não se anima a sonhar com outros. Uma menor parte possui um dinheiro maior e usufrui das realizações de pequenos sonhos. E uma bem menor parte da humanidade acumula bens a partir do trabalho seu e da realização dos pequenos sonhos ou da subsistência dos demais. Possuir dinheiro, como diz Emmanuel, não é um mal em si, pois pode ser resultado do esforço. No entanto, o uso dele pode significar elevação ou queda (principalmente se é obtido de modo ilícito).
O Cristo, lembrado por Emmanuel, usou da imagem do dinheiro, várias vezes, para dar um ensinamento (vide mensagem anterior a essa, postada nesse blog). Reforço a passagem em que pede a um jovem que se desfaça de todos os seus bens para segui-lo, o que não foi atendido, pois ele tinha muito dinheiro (bens). Jesus, nessa passagem, exclamou: “É mais fácil um camelo[1] passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reio dos Céus (Lucas, 18:25). Aqui, fica a simbologia de que é preciso colocar a vida espiritual acima da vida física, sem, no entanto, se empobrecer para isso. Os ricos são ricos por estarem sendo provados no bom uso de sua riqueza. A pobreza nem sempre é sinal de elevação, mas a resignação que é demonstrada diante dela, sim.
Que saibamos a fazer uso desse bem com justiça, benevolência e beneficência, isto é, com caridade para consigo e para com os outros.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] Camelo aqui se refere ao cabo de amarrar navios que era feito com o pelo de camelo.