Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 31 de julho de 2013

DONS


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DONS
Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do Alto. Tiago (1:17).

Certificando-se o homem de que coisa alguma possui de bom, sem que Deus lho conceda, a vida na Terra ganhará novos rumos.
       Diz a sabedoria, desde a antiguidade:
— Faze de tua parte e o Senhor te ajudará.
Reconhecendo o elevado teor da exortação, somos compelidos a reconhecer que, na própria aquisição de títulos profissionais, o homem é o filho que se esforça, durante alguns anos, para que o Pai lhe confira um certificado de competência, através dos professores humanos.
Qual ocorre no patrimônio das realizações materiais, acontece no círculo das edificações do espírito.
Indiscutivelmente, toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm de Deus. Entretanto, para recebermos o benefício, faz-se preciso “bater” à porta para que ela se nos abra, segundo a recomendação evangélica.
Queres o dom de curar? começa amando os doentes, interessando-te pela solução de suas necessidades.
Queres o dom de ensinar? faze-te amigo dos que ministram o conhecimento em nome do Senhor, através das obras e das palavras edificantes.
Esperas o dom da virtude? disciplina-te.
Pretendes falar com acerto? aprende a calar no momento oportuno.
Desejas acesso aos círculos sagrados do Cristo? aproxima-te dEle, não só pela conversação elevada, mas também por atitudes de sacrifício, como foram as de sua vida.
As qualidades excelentes são dons que procedem de Deus; entretanto, cada qual tem a porta respectiva e pede uma chave diferente.

MINHA REFLEXÃO
Somos criados simples e ignorantes, conforme nos adianta os Espíritos Superiores em resposta à questão 115 de O Livro dos Espíritos. Todavia, Deus nos oportuniza oportunidades para evoluirmos e assim surgem os dons específicos de cada um, ou seja:
 
(...) A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos – Questão 115).
Cada um especializa seu dom nas diversas experiências reencarnatórias, na medida que naturalmente se predispõe a exercer uma atividade dentro do seio da sociedade. Por não ser um ser solitário, é reforçado no que faz e se compraz no seu dom que se desenvolve.
Mas nada se desenvolve sem a inspiração de Deus. Jesus, em Mateus (7:7 a 11), nos ensina:

Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á. Qual o homem, dentre vós, que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão? - Ou, se pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? -Ora, se, sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, não é lógico que, com mais forte razão, vosso Pai que está nos céus dê os bens verdadeiros aos que lhos pedirem?
Cada um, por uma porta diferente, sai em busca de seus dons que cada vez mais se aperfeiçoam, à medida que se busca com determinação, querendo achar. Todavia esses dons não devem ser motivo de orgulho exacerbado, pois pode ser tirados temporariamente para que os Espíritos aprenda a desenvolvê-los com humildade e espírito de doação, ensinando e motivando cada um a buscar o seu.
Então, que aproveitemos os dons vindos de Deus e sejamos Espíritos resolutos em nos esclarecer e fazer de nossa arte um bem para a humanidade. Pois, assim, poderemos contribuir mais e receber muito mais, considerando que a Seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.

Que Deus nos ajude.
Domício 

Segue uma poesia de L. Angel para pensarmos um pouco mais sobre o tema. 

TALENTOS DOADOS, TALENTOS DOBRADOS

L. ANGEL   22/07/10 

Talentos que se construiu,
Nas oportunidades de ir e vir,
Nesta Terra que o Senhor esculpiu,
Servem para ajudar os outros a evoluir.

As experiências exitosas,                                                
Realizadas em vida passada
Possibilita outras ditosas
Nesta vida privilegiada.

Ninguém é perfeito absolutamente.
Eis uma condição do Deus de Amor.
Então, relativamente,
O Espírito é inferior e superior.

Nas diversas relações pessoais,
Doar talentos é uma atitude certa,
Pois o Espírito aprende mais,
Por haurir novas descobertas.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

MENINOS ESPIRITUAIS


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MENINOS ESPIRITUAIS
Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, pois é menino.” — Paulo.

(HEBREUS, 5:13.)

Na apreciação dos companheiros de luta, que nos integram o quadro de trabalho diário, é útil não haja choques, quando, inesperadamente, surgirem falhas e fraquezas. Antes da emissão de qualquer juízo, é conveniente conhecer o quilate dos valores espirituais em exame.

Jamais prescindamos da compreensão ante os que se desviam do caminho reto. A estrada percorrida pelo homem experiente está cheia de crianças dessa natureza. Deus cerca os passos do sábio, com as expressões da ignorância, a fim de que a sombra receba luz e para que essa mesma luz seja glorificada. Nesse intercâmbio substancialmente divino, o ignorante aprende e o sábio cresce.

Os discípulos de boa-vontade necessitam da sincera atitude de observação e tolerância. É natural que se regozijem com o alimento rico e substancioso com que lhes é dado nutrir a alma; no entanto, não desprezem outros irmãos, cujo organismo espiritual ainda não tolera senão o leite simples dos primeiros conhecimentos.

Toda criança é frágil e ninguém deve condená-la por isso.

Se tua mente pode librar no vôo mais alto, não te esqueças dos que ficaram no ninho onde nasceste e onde estiveste longo tempo, completando a plumagem. Diante dos teus olhos deslumbrados, alonga-se o infinito. Eles estarão contigo, um dia, e, porque a união integral esteja tardando, não os abandones ao acaso, nem lhes recuses o leite que amam e de que ainda necessitam.

 

MINHA REFLEXÃO

Somos todos crianças, se entendermos que temos um longo caminho a percorrer até atingir a pureza espiritual. Portanto, se sabemos que existe toda uma escala hierárquica a percorrer, é de se esperar que não nos agastemos com as atitudes que nessa mensagem é considerada infantil. Devemos respeitar o estágio evolutivo, nosso, e do semelhante. Mas nem sempre respeitamos.

Em se tratando da liderança, considerando que já nos achamos em consciência maior do trabalho a fazer, os Espíritos nos recomendam agir com tolerância com a inexperiência dos coordenados, como está escrito a seguir, ao responder a A. Kardec sobre os indícios de elevação moral, na questão 918 do O Livro dos Espíritos:

Se sob a sua dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e complacência, porque são seus iguais perante Deus. Usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com seu orgulho. É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros e se lembra destas palavras do Cristo: Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.

Desse modo é que devemos cuidar de todos que estão aos cuidados, enquanto pais (agindo com mansidão, sem olvidar a energia e o exemplo), professores, superiores socialmente falando (no trabalho e/ou na lide religiosa (principalmente)).

Como é bom sermos compreendidos quando erramos... Que compreendamos aqueles que comentem um erro, mesmo que esse erro nos afetem no dia a dia. Que saibamos contornar a situação, dialogando e, a partir daí, agirmos com justiça, pensando no indivíduo e na coletividade.

Que Deus nos ajude.

Domício

quarta-feira, 10 de julho de 2013

CONTA DE SI

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CONTA DE SI
 
“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.”
Paulo. (ROMANOS, 14:12.) 

É razoável que o homem se consagre à solução de todos os problemas alusivos à esfera que o rodeia no mundo; entretanto, é necessário saiba a espécie de contas que prestará ao Supremo Senhor, ao termo das obrigações que lhe foram cometidas.

Inquieta-se a maioria das criaturas com o destino dos outros, descuidadas de si mesmas. Homens existem que se desesperam pela impossibilidade de operar a melhoria de companheiros ou de determinadas instituições.

Todavia, a quem pertencerão, de fato, os acervos patrimoniais do mundo? A resposta é clara, porque os senhores mais poderosos desprender-se-ão da economia planetária, entregando-a a novos operários de Deus para o serviço da evolução infinita.

O argumento, contudo, suscitará certas perguntas dos cérebros menos avisados. Se a conta reclamada refere-se ao círculo pessoal, que tem o homem a ver pelas contas de sua família, de sua casa, de sua oficina? Cumpre-nos, então, esclarecer que os companheiros da intimidade doméstica, a posse do lar, as finalidades do agrupamento em que se trabalha, pertencem ao Supremo Senhor, mas o homem, na conta que lhe é própria, é obrigado a revelar sua linha de conduta para com a família, com a casa em que se asila, com a fonte de suas atividades comuns. Naturalmente, ninguém responderá pelos outros; todavia, cada espírito, em relacionando o esforço que lhe compete, será compelido a esclarecer a sua qualidade de ação nos menores departamentos da realização terrestre, onde foi chamado a viver.

MINHA REFLEXÃO

Somos todos imperfeitos. Contudo, inadvertidamente, somos muito julgadores das imperfeições alheias, e muitas vezes com muita severidade. A indulgência nos falta e acabamos até magoando o outro quando deveríamos ser indulgentes com ele.

Cada um deve dar conta de si, como temos no caput da mensagem de Emmanuel, pois viemos para o mundo corpóreo para nos educar. De certo que contamos para isso com os nossos pais, familiares mais próximos, professores e amigos, e até inimigos (nossos melhores educadores).

Temos responsabilidades para com muitos, no sentido de lhes ajudar em sua evolução. Todavia, a responsabilidade maior que temos, é conosco mesmos. Não devemos nos colocar como responsáveis pela evolução alheia, mesmos dos próprios filhos, pois eles também terão que dar conta de si, por serem independentes e terem, tanto quanto nós, o livre-arbítrio.

Na conta de amar os nossos entes mais queridos, de cuidar deles, caímos na contradição de fazer a eles o que não gostaríamos de lhes fazer. Entretanto, A. Kardec é claro quando nos esclarece que

Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? (A. Kardec in: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XI – Item 4).

Assim, cada um segundo suas obras. E ninguém está sozinho. Na jornada espiritual ninguém é abandonado a própria sorte. Mas, "nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mateus, 7:21)

Então, que possamos fazer a vontade do nosso Pai e lembremos, sempre, antes que queiramos dar conta dos outros, de cuidar de nossa conta que é, por sinal, muito devedora.

Que Deus nos ajude!

Domicio

quinta-feira, 4 de julho de 2013

SABER E FAZER

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SABER E FAZER
Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes. Jesus. (JOÃO, 13:17.)

Entre saber e fazer existe singular diferença. Quase todos sabem, poucos fazem. Todas as seitas religiosas, de modo geral, somente ensinam o que constitui o bem. Todas possuem serventuários, crentes e propagandistas, mas os apóstolos de cada uma escasseiam cada vez mais.

Há sempre vozes habilitadas a indicar os caminhos. É a palavra dos que sabem.

Raras criaturas penetram valorosamente a vereda, muita vez em silêncio, abandonadas e incompreendidas. É o esforço supremo dos que fazem. Jesus compreendeu a indecisão dos filhos da Terra e, transmitindo-lhes a palavra da verdade e da vida, fez a exemplificação máxima, através de sacrifícios culminantes.

A existência de uma teoria elevada envolve a necessidade de experiência e trabalho. Se a ação edificante fosse desnecessária, a mais humilde tese do bem deixaria de existir por inútil.

João assinalou a lição do Mestre com sabedoria. Demonstra o versículo que somente os que concretizam os ensinamentos do Senhor podem ser bem-aventurados.

Aí reside, no campo do serviço cristão, a diferença entre a cultura e a prática, entre saber e fazer.
 
MINHA REFLEXÃO

De fato, sabemos de muita coisa que foram sendo assimiladas pelo nosso cognitivo ao longo dos milênios que já vivemos. Jesus Cristo passou pela Terra nos dando o exemplo da verdadeira caridade, do verdadeiro amor, na verdade o único amor preconizado pela "benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas." (O Livro dos Espíritos – Questão 886).

Saber é fácil e todos têm acesso ao conhecimento. Transformar isso em vivência, só vivendo, respeitando as limitações e o estágio evolutivo de cada um. O Espiritismo não cobra transformação imediata de ninguém, todavia espera que todos os seus adeptos trabalhem sua reforma íntima. O lema geral da Doutrina Espírita é "Fora da Caridade não há Salvação" (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XV – item 8). Isso no tocante a relação da Criatura com o Criador.

Tratando-se da relação da criatura consigo mesma, a Doutrina Espírita preconiza que: "reconhece-se o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más tendências." (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XVII – item 4 – Sede Perfeitos).

Então, que continuemos a estudar, para saber, mas, que, sobretudo, nos movimentemos no sentido fazer, de nos tornar cada vez melhor que nós mesmos, aprendendo a compreender respeitar a imperfeição do próximo, assim como precisamos que ele compreenda e respeite a nossa.

Que Deus nos ajude.

Domício