Mensagem de boas vindas


terça-feira, 5 de maio de 2015

FIRMEZA DE FÉ

Nesta data, estamos postando 3 mensagens: de nº 122 a 124.
124
FIRMEZA DE FÉ
E os que estão sobre a pedra, estes são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas, como não têm raiz, apenas creem por algum tempo, e, na época da tentação, se desviam.
Jesus. (Lucas, 8: 13.)
A palavra “pedra”, entre nós, costuma simbolizar rigidez e impedimento; no entanto, convém não esquecer que Jesus, de vez em quando, a ela recorria para significar a firmeza. Pedro foi chamado pelo Mestre, certa vez, a “rocha viva da fé”.
O Evangelho de Lucas fala-nos daqueles que estão sobre pedra, os quais receberão a palavra com alegria, mas que, por ausência de raiz, caem, fatalmente, na época das tentações.
Não são poucos os que estranham essa promessa de tentações, que, aliás, devem ser consideradas como experiências imprescindíveis.
Na organização doméstica, os pais cuidarão excessivamente dos filhos, em pequeninos, mas a demasia de ternura é imprópria no tempo em que necessitam demonstrar o esforço de si mesmos.
O chefe de serviço ensinará os auxiliares novos com paciência e, depois, exigirá, com justiça, expressões de trabalho próprio.
Reconhecemos, assim, pelo apontamento de Lucas, que nas experiências religiosas não é aconselhável repousar alguém sobre a firmeza espiritual dos outros; enquanto o imprevidente descansa em bases estranhas, provavelmente estará tranquilo, mas, se não possui raízes de segurança em si mesmo, desviar-se-á nas épocas difíceis, com a finalidade de procurar alicerces alheios.
Tudo convida o homem ao trabalho de seu aperfeiçoamento e iluminação. Respeitemos a firmeza de fé, onde ela existir, mas não olvidemos a edificação da nossa, para a vitória estável.
MINHA REFLEXÃO
Esse versículo de Lucas constitui parte da explicação (Lucas, 8: 12-15) que Jesus deu aos seus discípulos sobre a parábola do semeador (Lucas, 8:5-8). Em Mateus(13: 18-23) temos uma explicação ampliada a respeito.
Somos chamados a viver com o Cristo através de Sua Palavra. Nesse caso da parábola, “a semente é a Palavra de Deus” (Lucas, 8: 11).
Devemos segui-La em todos os momentos de nossas vidas; no entanto, por invigilância, na maioria das vezes, em prova, as esquecemos, caindo em tentação do orgulho, da soberba e tantos outros pecados capitais.
Pedro que foi considerado “rocha viva da fé”, por Jesus, vacilou três vezes, mas tinha um potencial de fervor altíssimo e a ele foi dado a incumbência de coordenar o trabalho da edificação inicial do Reino de Deus na Terra.
Em o Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17, item 6, A. Kardec interpreta essa parábola, voltando-a para os iniciantes no Espiritismo, considerando que muitos se entusiasmam apenas com os fenômenos e filosofia, mas que não dão sequência à sua transformação moral. Alguns até deixam o movimento, desconhecendo seus princípios, pelos apelos sociais.
Que sejamos firmes (empedrados), quanto ao desenvolvimento do fruto da Vida em nós.
Que Deus nos ajude.

Domício.

ESPERAR EM CRISTO

123
ESPERAR EM CRISTO
Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
1ª Epístola aos Coríntios, 15: 19.
O exame do versículo fornece ao estudioso explicações muito claras.
É natural confiar em Cristo e aguardar n’Ele, mas que dizer da angústia da alma atormentada no círculo de cuidados terrestres, esperando egoisticamente que Jesus lhe venha satisfazer os caprichos imediatos?
Seria razoável contar com o Senhor tão-só nas expressões passageiras da vida fragmentária?
É indispensável descobrir a grandeza do conceito de “vida”, sem confundi-lo com “uma vida”.
Existir não é viajar da zona de infância, com escalas pela juventude, madureza e velhice, até ao porto da morte; é participar da Criação pelo sentimento e pelo raciocínio, é ser alguém e alguma coisa no concerto do Universo.
Na condição de encarnados, raros assuntos confundem tanto como os da morte, interpretada erroneamente como sendo o fim daquilo que não pode desaparecer.
É imprescindível, portanto, esperar em Cristo com a noção real da eternidade. A filosofia do imediatismo, na Terra, transforma os homens em crianças.
Não vos prendais à idade do corpo físico, às circunstâncias e condições transitórias. Indagai da própria consciência se permaneceis com Jesus. E aguardai o futuro, amando e realizando com o bem, convicto de que a esperança legítima não é repouso e, sim, confiança no trabalho incessante.
MINHA REFLEXÃO
Somos todos convidados a esperar uma vida futura que não se prende a um só corpo. A vida futura, que Jesus promete é a vida espiritual, entremeada em várias vidas corpóreas. Nela colheremos os frutos do que fizermos na Terra enquanto reencarnados.
Muitos se enganam, crendo que a vida futura se dá apenas depois de uma vida, a atual.[1] Como Emmanuel nos adverte, sendo cristãos, nesta vida, depois da morte do corpo, não repousaremos. Entraremos em convalescência espiritual, mas estando recuperando da jornada terrestre, o trabalho nos espera.
Que sejamos crentes e perseverantes.
Com a ajuda de Deus.
Domício.



[1] Em O Livro dos Espíritos temos as questões 168 e 169 que tratam da reencarnação, que seguem abaixo;
168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?
“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal”.
169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?
“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito”.

FRUTOS

122
FRUTOS
Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Jesus (Mateus, 7:20).
O mundo atual, em suas elevadas características de inteligência, reclama frutos para examinar as sementes dos princípios.
O cristão, em razão disso, necessita aprender com a boa árvore que recebe os elementos da Providência Divina, através da seiva, e converte-os em utilidades para as criaturas.
Convém o esforço de autoanálise, a fim de identificarmos a qualidade das próprias ações.
Muitas palavras sonoras proporcionam simplesmente a impressão daquela figueira condenada.
É indispensável conhecermos os frutos de nossa vida, de modo a saber se beneficiam os nossos irmãos.
A vida terrestre representa oportunidade vastíssima, cheia de portas e horizontes para a eterna luz. Em seus círculos, pode o homem receber diariamente a seiva do Alto, transformando-a em frutos de natureza divina.
Indiscutivelmente, a atualidade reclama ensinos edificantes, mas nada compreenderá sem demonstrações práticas, mesmo porque, desde a antiguidade, considera a sabedoria que a realização mais difícil do homem, na esfera carnal, é viver e morrer fiel ao supremo bem.
MINHA REFLEXÃO
Essa passagem do Evangelho de Mateus é encontrada no pensamento de Sócrates, o maior sábio da antiguidade[1]. Sabemos que o nosso exemplo é que nos denuncia a alma. Nossas ações são nossa identificação perante o Cristo. Pelos pensamentos, construímos o que está a nossa volta, voltado para o bem ou para o mal. Como diz Emmanuel: “Somos, assim, responsáveis pela nossa ligação com as forças construtivas do bem ou com as forças perturbadoras do mal”.[2]
Como espíritas, devemos nos conduzir segundo os preceitos cristãos fundamentados na Doutrina Espírita. Nem sempre nos conduzimos assim, e o Cristo nos alertou para que tivéssemos cuidados com os pregadores só de palavras, e de certo modo, cuidado conosco mesmo, quando temos a facilidade de falar, para que não nos deixássemos nos envaidecer e construir sistemas egoísticos contrários ao seu projeto de contribuir com seus irmãos pequenos, como nós. O mundo está cheio de falsos profetas que seduzem os leigos e sofredores, carentes de um consolo, conhecimento e apoio fraterno. Que não os copiemos o exemplo.
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1] "É pelos frutos que se conhece a árvore. Toda ação deve ser qualificada pelo que produz: qualificá-la de má, quando dela provenha mal; de boa, quando dê origem ao bem". In: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Introdução, Item 13. Interpretada no Cap. XXI – Haverá Falsos Cristos e Falsos profetas, da mesma obra citada.
[2] In: Palavras de luz, do Espirito de Emmanuel, por Chico Xavier (FEB).