Mensagem de boas vindas


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ORIENTADORES DO MUNDO

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ORIENTADORES DO MUNDO
Respondeu-lhe Jesus: És mestre em Israel e não sabes isto?
JOÃO (3: 10).
É muito comum nos círculos religiosos, notadamente nos arraiais espiritistas, o aparecimento de orientadores do mundo, reclamando provas da existência da alma.
Tempo virá em que semelhantes inquirições serão consideradas pueris, porque, afinal, esses mentores da política, da educação, da ciência, estão perguntando, no fundo, se eles próprios existem.
A resposta de Jesus a Nicodemos, embora se refira ao problema da reencarnação, enquadra-se perfeitamente ao assunto, de vez que os condutores da atualidade prosseguem indagando sobre realidades essenciais da vida.
Peçamos a Deus auxilie o homem para que não continue tentando penetrar a casa do progresso pelo telhado.
O médico leviano, até que verifique a verdade espiritual, será defrontado por experiências dolorosas no campo das realizações que lhe dizem respeito. O professor, apenas teórico, precipitar-se-á muitas vezes nas ilusões. O administrador improvisado permanecerá exposto a erros tremendos, até que se ajuste a responsabilidade que lhe é própria.
Por esse motivo, a resposta de Jesus aplica-se, com acerto, às interrogações dos instrutores modernos. Transformados em investigadores, dirigem-se a nós outros, muita vez com ironia, reclamando a certeza sobre a existência do espírito; entretanto, eles orientam os outros e se introduzem na vida dos nossos irmãos em humanidade. Considerando essa circunstância e em se tratando de problema tão essencial para si próprios, é razoável que não perguntem, porque devem saber.
MINHA REFLEXÃO
Os pseudo instrutores que não querem, com atitudes de quem quer crescer em conhecimentos, pois os que tem já é suficiente para atender suas conveniências pessoais, desprezam aqueles que contrariam as mesmas conveniências.
Então, indagam tão somente para provocar, de modo irônico, o que em sã consciência já, pela lógica sustentada pela sua “inteligência professoral”, conhecem.
Jesus foi muitas vezes questionado, retoricamente, pelos seus adversários para com isso comprometê-lo. Mas o Mestre sabia o que vinha de seus pensamentos e dava a eles a sabedoria. Assim foi no caso da cobrança dos impostos, sobre ser rei dos judeus, sobre nascer de novo na barriga mãe, sendo velho, etc.
Que não sejamos tal qual aqueles que apenas criticam uma ideia, comportamento elevado, novo, como a resistir em sair de seu comodismo viciado e corrupto que muito lhe compraz. Se baseiam na contradição como se a contradição existisse. Como exemplos, temos o repúdio e às vezes até o escárnio ao vegetarianismo, a determinação de continuar um vício (álcool[1], tabaco e drogas “leves” e até “medicinal” como a maconha[2]).
Que sejamos instrutores, antes de todos, de nós mesmos e sigamos o maior dos maiores instrutores: o Mestre Jesus.
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1] “Eu bebo sim, estou vivendo. Tem gente que não bebe está morrendo. Eu bebo sim”.
[2] “Depois, tendo chamado o povo, disse: “Escutai e compreendei bem isto: Não é o que entra na boca que macula o homem; o que sai da boca do homem é que o macula. O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem; porquanto do coração é que partem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os latrocínios, os falsos-testemunhos, as blasfêmias e as maledicências. Essas são as coisas que tornam impuro o homem; o comer sem haver lavado as mãos não é o que o torna impuro”. (Mateus, 15: 1-20). Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VIII, Item 10.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

VIDAS SUCESSIVAS

110
VIDAS SUCESSIVAS
Não te maravilhes de te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
Jesus.
João, 3: 7.
A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.
Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.
A reencarnação é lei universal.
Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.
Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.
A Providência, todavia, corrige, amando... Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.
Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.
O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.
MINHA REFLEXÃO
A mensagem fala da justiça divina diante dos sofridos embates existentes entre os humanos. Ninguém é vítima. Os litigantes apenas trocam de lugar de uma encarnação para outra.
Ninguém sofre injustamente e ninguém fere impunemente.
O algoz em vez de ferir deve perdoar e a vítima também deve se conscientizar que se sofre é por que Deus permite e, então, deve perdoar, também, para que o ciclo de ódio seja cortado[1].
Perdoar para ser perdoado, eis o que temos que fazer. Quem sofre um ultraje, uma ingratidão, um desrespeito, deve ser suficientemente humilde para não dar sequência à troca de ultrajes[2].
Que Deus nos ajude.
Domício.




[1]  Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil (Mateus, 5: 25 e 26).
[2] Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; - mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados (Mateus, 6: 14 e 15).

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

ACHAREMOS SEMPRE

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ACHAREMOS SEMPRE
Porque qualquer que pede, recebe; e quem busca, acha.
Jesus (Lucas, 11: 10.)
Ao experimentar o crente a necessidade de alguma coisa, recorda maquinalmente a promessa do Mestre, quando assegurou resposta adequada a qualquer que pedir.
Importa, contudo, saber o que procuramos. Naturalmente, receberemos sempre, mas é imprescindível conhecer o objeto de nossa solicitação.
Asseverou Jesus: “Quem busca, acha”.
Quem procura o mal encontra-se com o mal.
Existe perfeita correspondência entre nossa alma e a alma das coisas. Não expendemos uma hipótese, examinamos uma lei.
Para os que procuram ladrões, escutando os falsos apelos do mundo interior que lhes é próprio, todos os homens serão desonestos. Assim ocorre aos que possuem aspirações de crença, acercando-se, desconfiados, dos agrupamentos religiosos. Nunca surpreendem a fé, porque tudo analisam pela má-fé a que se acolhem. Tanto experimentam e insistem, manejando os propósitos inferiores de que se nutrem, que nada encontram, efetivamente, além das desilusões que esperavam.
A fim de encontrarmos o bem, é preciso buscá-lo todos os dias.
Inegavelmente, num campo de lutas chocantes como a esfera terrestre, a caçada ao mal é imediatamente coroada de êxito, pela preponderância do mal entre as criaturas. A pesca do bem não é tão fácil; no entanto, o bem será encontrado como valor divino e eterno.
É indispensável, pois, muita vigilância na decisão de buscarmos alguma coisa, porquanto o Mestre afirmou: “Quem busca, acha”; e acharemos sempre o que procuramos.
MINHA REFLEXÃO
A prece é um recurso de comunicação com os planos divinos. Todo aquele ora recebe o auxílio do Alto. Mas não é qualquer prece, e nem de qualquer modo que a faça, que recebe a resposta do alto. Com certeza ela será ouvida, mas nem sempre será atendida como a pretensão daquele que ora.
Segundo a Doutrina, interpretando os ensinamentos do Cristo, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, é necessário que a prece seja feita com a pureza da alma[1].
Mas a mensagem de Emmanuel nos alerta para além da eficácia da prece. Todos os dias a gente busca coisas que nem sempre nos é lícito ou nos convém. Se buscamos o bem, encontramos o bem, se buscamos o mal, encontramos o mal.
As nossas atitudes com o nosso corpo renovam nossas energias ou as eliminam. Se pensamos mal, atraímos os maus Espíritos para o nosso convívio. Buscamos, muitas vezes, inadvertidamente, o mal para as nossas vidas.
Então, "quem procura acha", diz o ditado popular, sem conexão com a passagem do Cristo. Dependendo “da prece”, ou da busca, as surpresas podem ser inesperadas. Que sejamos aquele que busca sempre o caminho do bem, o próprio e o do semelhante.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1]  Mateus (6: 5 a 8); Marcos (11: 25 e 26); O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII, itens 1 a 4). 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

REENCARNAÇÃO

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REENCARNAÇÃO
Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida, coxo ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. – Jesus.
(Mateus, 18: 8.)
Unicamente a reencarnação esclarece as questões do ser, do sofrimento e do destino. Em muitas ocasiões, falou-nos Jesus de seus belos e sábios princípios
Esta passagem de Mateus é sumamente expressiva.
É indispensável considerar que o Mestre se dirigia a uma sociedade estagnada, quase morta.
No concerto das lições divinas que recebe, o cristão, a rigor, apenas conhece, de fato, um gênero de morte, a que sobrevém à consciência culpada pelo desvio da Lei; e os contemporâneos do Cristo, na maioria, eram criaturas sem atividade espiritual edificante, de alma endurecida e coração paralítico. A expressão “melhor te é entrar na vida” representa solução fundamental. Acaso, não eram os ouvintes pessoas humanas? Referia-se, porém, o Senhor à existência contínua, à vida de sempre, dentro da qual todo espírito despertará para a sua gloriosa destinação de eternidade.
Na elevada simbologia de suas palavras, apresenta-nos Jesus o motivo determinante dos renascimentos dolorosos, em que observamos aleijados, cegos e paralíticos de berço, que pedem semelhantes provas como períodos de refazimento e regeneração indispensáveis à felicidade porvindoura.
Quanto à imagem do “fogo eterno”, inserta nas letras evangélicas, é recurso muito adequado à lição, porque, enquanto não se dispuser a criatura a viver com o Cristo, será impelida a fazê-lo, através de mil meios diferentes; se a rebeldia perdurar por infinidade de séculos, os processos purificadores permanecerão igualmente como o fogo material, que existirá na Terra enquanto seu concurso perdurar no tempo, como utilidade indispensável à vida física.
MINHA REFLEXÃO
Jesus nos ensinou que verdadeira é a vida espiritual, a vida futura[1]. O que acontece de bom ou ruim na vida física é uma consequência dos feitos de nossas vidas passadas ou opções assumidas como Espíritos, com consciência justa ou não.
Reencarnar significa voltar a carne, retomar um corpo de carne com vista a continuidade de um processo evolutivo[2]. De certo que existe uma Lei, e se transgredimos a Lei, somos naturalmente convidados a nos ajustar a Ela. O corpo muitas vezes sofre com esse ajuste e em consequência o Espírito que o habita temporariamente. Não é uma punição, mas efeito material de uma causa espiritual. Então, melhor é nascer se depurando dos resquícios de pensamentos contrários à Lei que continuar sofrendo indefinidamente ao longo dos séculos. Inferno, cada um o tem, e o tempo de existência dele em nossas vidas depende de nossa decisão em praticar a Lei de Deus. Sobre isso, a Doutrina nos esclarece em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IV, Item 25.
    [...] Mas, a encarnação para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. E uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo. S. Luís.
Assim, somos nossos juízes e decisores de nossas penas, tanto quanto ao modo da pena, quanto ao tempo de duração dela.
Que possamos tomar sempre a melhor resolução para nossa vida como o juiz que sabe bem a Lei e não a infringe para não ser ele próprio o seu juiz que condena a si mesmo a uma pena dura, mas justa.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] 1. Pilatos, tendo entrado de novo no palácio e feito vir Jesus à sua presença, perguntou-lhe: És o rei dos judeus? - Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui. (João, 18: 33 e 36). Vide interpretação de Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. II, Itens 2 e 3.
[2] 167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”
168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente? “A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.” (O Livro dos Espíritos – Parte Segunda, Cap. IV)