Mensagem de boas vindas


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ORDENAÇÕES HUMANAS

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ORDENAÇÕES HUMANAS
Sujeitai-vos, pois, a toda ordenação humana, por amor do Senhor.
1ª EPÍSTOLA A PEDRO, 2: 13.
Certos temperamentos impulsivos, aproximando-se das lições do Cristo, presumem no Evangelho um tratado de princípios destruidores da ordem existente no mundo. Há quem figure no Mestre um anarquista vigoroso, inflamado de cóleras sublimes.
Jesus, porém, nunca será patrono da desordem.
A novidade que transborda do Evangelho não aconselha ao espírito mais humilhado da Terra a adoção de armas contra irmãos, mas, sim, que se humilhe ainda mais, tomando a cruz, a exemplo do Salvador.
Claro está que a Boa Nova não ensina a genuflexão ante a tirania insolente; entretanto, pede respeito às ordenações humanas, por amor ao Mestre Divino.
Se o detentor da autoridade exige mais do que lhe compete, transforma-se num déspota que o Senhor corrigirá, através das circunstâncias que lhe expressam os desígnios, no momento oportuno. Essa certeza é mais um fator de tranquilidade para o servo cristão que, em hipótese alguma, deve quebrar o ritmo da harmonia.
Não te faças, pois, indiferente às ordenações da máquina de trabalho em que te encontras. É possível que, muita vez, não te correspondam aos desejos, mas lembra-te de que Jesus é o Supremo Ordenador na Terra e não te situaria o esforço pessoal onde o teu concurso fosse desnecessário.
Tens algo de sagrado a fazer onde respiras no dia de hoje. Com expressões de revolta, tua atividade será negativa. Recorda-te de semelhante verdade e submete-te às ordenações humanas por amor ao Senhor Divino.

MINHA REFLEXÃO
Isto nos lembra o ensinamento do Espírito François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot (ESE, Cap. XVII, Item 9) em que coloca as atitudes do superior e o inferior nas relações humanas.
Nem sempre somos/fomos fiéis ao trabalho chamados a fazer, em virtude do orgulho, do sentimento de humilhação na relação com um superior. Toda situação típica, como essa, no trabalho, nos serve de prova ou mesmo expiação para que nós galguemos a um nível espiritual maior ou reparemos o mal que fizemos outras pessoas passar quando fomos chefe num passado recente, seja dessa vida ou de vida passada.
Além disso, onde fomos chamados a trabalhar, temos, além das obrigações trabalhista/profissionais, deveres espirituais a cumprir com algumas pessoas. Desse modo, Deus serve-Se de nós para ajudar na senda espiritual dos nossos semelhantes. O ambiente de trabalho também é seara do nosso Mestre Jesus e, lá, os Espíritos amigos e benfeitores utilizam-se, sob as bênçãos dos Senhor, dos nossos serviços cristãos.
Que Deus nos ajude a sermos verdadeiros homens de bem.
Domício.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

OPINIÕES

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OPINIÕES
Ai de vós, quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas. Jesus.
LUCAS (6: 26).
Indubitavelmente, muitas pessoas existem de parecer estimável, às quais podemos recorrer nos momentos oportunos, mas que ninguém despreze a opinião da própria consciência, porquanto a voz de Deus, comumente, nos esclarecerá nesse santuário divino.
Rematada loucura é o propósito de contar com a aprovação geral ao nosso esforço.
Quando Jesus pronunciou a sublime exortação desta passagem de Lucas, agiu com absoluto conhecimento das criaturas. Sabia o Mestre que, num plano de contrastes chocantes como a Terra, não será possível agradar a todos simultaneamente.
O homem da verdade será compreendido apenas, em tempo adequado, pelos espíritos que se fizerem verdadeiros. O prudente não receberá aplauso dos imprudentes.
O Mestre, em sua época, não reuniu as simpatias comuns. Se foi amado por criaturas sinceras e simples, sofreu impiedoso ataque dos convencionalistas. Para Maria de Magdala era Ele o Salvador; para Caifás, todavia, era o revolucionário perigoso.
O tempo foi a única força de esclarecimento geral.
Se te encontras em serviço edificante, se tua consciência te aprova, que te importam as opiniões levianas ou insinceras?
Cumpre o teu dever e caminha.
Examina o material dos ignorantes e caluniadores como proveitosa advertência e recorda-te de que não é possível conciliar o dever com a leviandade, nem a verdade com a mentira.

MINHA REFLEXÃO
Por nossas condições de competência e dedicação ao trabalho, somos chamados ao dever a partir de um convite de quem nos considera confiante. Todavia, é possível que nem sempre agradaremos a “gregos e troianos”.
A mensagem nos ensina que, sem nos arrogarmos, sigamos os passos com aqueles que nos são fiéis, pois não podemos prescindir ou desprezar a equipe que Deus providencia, sempre que estamos disponível ao labor honesto e profícuo.
Os ataques, as controvérsias, por motivos interesseiros e egoísticas, sempre nos batem à porta. Devemos manter aquela tranquilidade e nunca nos sentirmos sozinhos. As diferenças servem para nos pôr à prova da paciência, humildade e à capacidade de resolver problemas.
Que façamos nossa parte e as soluções dos problemas surgirão na mente e no coração.
Para finalizar essa reflexão, nos reportamos a uma dissertação de Allan Kardec sobre a coragem da fé, em que se baseia em Mateus (10: 32 e 33) e Lucas (9: 26), que nos sustenta na prática do dever, seja profissional, social ou religioso:
A coragem das opiniões próprias sempre foi tida em grande estima entre os homens, porque há mérito em afrontar os perigos, as perseguições, as contradições e até os simples sarcasmos, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não teme proclamar abertamente ideias que não são as de toda gente. Aqui, como em tudo, o merecimento é proporcionado às circunstâncias e à importância do resultado. Há sempre fraqueza em recuar alguém diante das consequências que lhe acarreta a sua opinião e em renegá-la; mas, há casos em que isso constitui covardia tão grande, quanto fugir no momento do combate.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A CADA UM



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A CADA UM
Levanta-te direito sobre os teus pés.
Paulo. (ATOS, 14: 10.)

De modo geral, quando encarnados no mundo físico, apenas enxergamos os aleijados do corpo, os que perderam o equilíbrio corporal, os que se arrastam penosamente no solo, suportando escabrosos defeitos. Não possuímos suficiente visão para identificar os doentes do espírito, os coxos do pensamento, os aniquilados de coração.
Onde existissem somente cegos, acabaria a criatura perdendo o interesse e a lembrança do aparelho visual; pela mesma razão, na Crosta da Terra, onde esmagadora maioria de pessoas se constituem de almas paralíticas, no que se refere à virtude, raros homens conhecem a desarmonia de saúde espiritual que lhes diz respeito, conscientes de suas necessidades incontestes.
Infere-se, pois, que a missão do Evangelho é muito mais bela e mais extensa que possamos imaginar. Jesus continua derramando bênçãos todos os dias. E os prodígios ocultos, operados no silêncio de seu amor infinito, são maiores que os verificados em Jerusalém e na Galiléia, porqüanto os cegos e leprosos curados, segundo as narrativas apostólicas, voltaram mais tarde a enfermar e morrer. A cura de nossos espíritos doentes e paralíticos é mais importante, porqüanto se efetua com vistas à eternidade.
É indispensável que não nos percamos em conclusões ilusórias. Agucemos os ouvidos, guardando a palavra do apóstolo aos gentios. Imprescindível é que nos levantemos, individualmente, sobre os próprios pés, pois há muita gente esperando as asas de anjo que lhe não pertencem.

MINHA REFLEXÃO
Há doença de toda sorte. Aquelas do corpo físico, à mostra, causam comoção e comiseração. Aquelas outras do Espírito, que acabam somatizando o corpo físico, são muitas das vezes passadas despercebidas, quando não são rechaçadas com o desprezo, pelo comportamento advindo delas.
Cada um segundo sua obra, nos ensinou o Mestre Jesus (Mateus, 13: 10 a 14) e explicou a Doutrina Espírita.[1]
Antes que tenhamos pena dos que sofrem por um aleijão, agradeçamos a Deus por termos o corpo sadio e não percamos nosso tempo em lamúrias. Pelo contrário, cuidemos do que é nosso: o bem mais precioso que o Pai no deu - a própria vida espiritual a se desenvolver no infinito, que poderia ser de modo mais rápido.
Devemos cuidar do corpo, nosso vaso reencarnatório, bem também precioso de nossa vida, sem responsabilizá-lo pelos nosso instintos. Nessa relação Espírito-corpo, devemos atentar que a razão de tudo que nos acontece está em nós, Espíritos em evolução, conforme Georges, Espirito Protetor, nos recomenda. [2]
Somos devedores, infinitamente, da misericórdia de Deus. Se quisermos vê-Lo, que sejamos mais cuidadosos conosco mesmo para não sermos alvo da comiseração alheia. Que possamos sempre ver com otimismo os aleijões corporais e indulgentes para com os aleijões espirituais.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantos se arruinam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos! Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma! Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero! (...). Allan Kardec in: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 5, Item 4.
[2]  Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa. Sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo? Não, a perfeição não está nisso: está toda nas reo formas por que fizerdes passar o vosso Espírito. Dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17, Item 11.)

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

VERDADES E FANTASIAS

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VERDADES E FANTASIAS

Mas, porque vos digo a verdade, não me credes.
Jesus. (JOÃO: 8, 45.)

          O mundo sempre distingue ruidosamente os expositores de fantasias.
          É comum observar-se, quase em toda parte, a vitória dos homens palavrosos, que prometem milagres e maravilhas. Esses merecem das criaturas grande crédito. Basta encobrirem a enfermidade, a fraqueza, a ignorância ou o defeito dos homens, para receberem acatamento. Não acontece o mesmo aos cultivadores da verdade, por mais simples que esta seja. Através de todos os tempos, para esses últimos, a sociedade reservou a fogueira, o veneno, a cruz, a punição implacável.
          Tentando fugir à angustiosa situação espiritual que lhe é própria, inventou o homem a “buena-dicha”, impondo, contudo, aos adivinhadores o disfarce dourado das realidades negras e duras. O charlatão mais hábil na fabricação de mentiras brilhantes será o senhor da clientela mais numerosa e luzida.
          No intercâmbio com a esfera invisível, urge que os novos discípulos se precatem contra os perigos desse jaez.
          A técnica do elogio, a disposição de parecer melhor, o prurido de caminhar à frente dos outros, a presunção de converter consciências alheias, são grandes fantasias. É necessário não crer nisso. Mais razoável é compreender que o serviço de iluminação é difícil, a principiar do esforço de regeneração de nós mesmos. Nem sempre os amigos da verdade são aceitos. Geralmente são considerados fanáticos ou mistificadores, mas... apesar de tudo, para a nossa felicidade, faz-se preciso atender à verdade enquanto é tempo.

MINHA REFLEXÃO
          Há quem se compraz na satisfação de ter chamado a atenção de outros pelo feito inteligente, “caritativo” ou de fé. Somos chamados a todo instante a provar nossa fé na vida futura, quando somos expostos exacerbar o orgulho próprio ou a se entregar ao mérito conjunto daquilo que fizemos, elevando a Deus o agradecimento de mais uma tarefa em Seu Nome.
       Se quisermos ser os primeiros, que sejamos os últimos (Mateus, 18: 1-5; 20-28); se quisermos nos elevar, que nos rebaixemos (Lucas, 14: 1, 7 a 11), nos ensinou o Mestre Jesus.
      Que possamos cultivar e praticar a caridade como Paulo, inspirado no Mestre, iluminadamente a definiu:
                                         A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é                                              temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; - não é desdenhosa; não                                         cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não                                         suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo                                        suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios,                                         cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.). 

          Vide comentários de A. Kardec a essa passagem do Apóstolo Paulo em O Evang. Segundo o Espiritismo, Cap. 15, Item 7.
       Que sejamos difusores tão somente da Verdade incorporadas em nós, por pensamentos e ações.
           Que Deus nos ajude.
           Domício.