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ORDENAÇÕES HUMANAS
Sujeitai-vos, pois, a
toda ordenação humana, por amor do Senhor.
1ª EPÍSTOLA A PEDRO, 2: 13.
Certos temperamentos
impulsivos, aproximando-se das lições do Cristo, presumem no Evangelho um
tratado de princípios destruidores da ordem existente no mundo. Há quem figure
no Mestre um anarquista vigoroso, inflamado de cóleras sublimes.
Jesus, porém, nunca será
patrono da desordem.
A novidade que transborda do
Evangelho não aconselha ao espírito mais humilhado da Terra a adoção de armas
contra irmãos, mas, sim, que se humilhe ainda mais, tomando a cruz, a exemplo
do Salvador.
Claro está que a Boa Nova
não ensina a genuflexão ante a tirania insolente; entretanto, pede respeito às
ordenações humanas, por amor ao Mestre Divino.
Se o detentor da autoridade
exige mais do que lhe compete, transforma-se num déspota que o Senhor
corrigirá, através das circunstâncias que lhe expressam os desígnios, no
momento oportuno. Essa certeza é mais um fator de tranquilidade para o servo
cristão que, em hipótese alguma, deve quebrar o ritmo da harmonia.
Não te faças, pois,
indiferente às ordenações da máquina de trabalho em que te encontras. É
possível que, muita vez, não te correspondam aos desejos, mas lembra-te de que
Jesus é o Supremo Ordenador na Terra e não te situaria o esforço pessoal onde o
teu concurso fosse desnecessário.
Tens algo de sagrado a fazer
onde respiras no dia de hoje. Com expressões de revolta, tua atividade será
negativa. Recorda-te de semelhante verdade e submete-te às ordenações humanas por
amor ao Senhor Divino.
MINHA
REFLEXÃO
Isto nos lembra o
ensinamento do Espírito François-Nicolas-Madeleine, Cardeal Morlot (ESE, Cap.
XVII, Item 9) em que coloca as atitudes do superior e o inferior nas relações
humanas.
Nem sempre somos/fomos fiéis
ao trabalho chamados a fazer, em virtude do orgulho, do sentimento de humilhação
na relação com um superior. Toda situação típica, como essa, no trabalho, nos
serve de prova ou mesmo expiação para que nós galguemos a um nível espiritual
maior ou reparemos o mal que fizemos outras pessoas passar quando fomos chefe
num passado recente, seja dessa vida ou de vida passada.
Além disso, onde fomos
chamados a trabalhar, temos, além das obrigações trabalhista/profissionais,
deveres espirituais a cumprir com algumas pessoas. Desse modo, Deus serve-Se de
nós para ajudar na senda espiritual dos nossos semelhantes. O ambiente de
trabalho também é seara do nosso Mestre Jesus e, lá, os Espíritos amigos e
benfeitores utilizam-se, sob as bênçãos dos Senhor, dos nossos serviços cristãos.
Que Deus nos ajude a sermos
verdadeiros homens de bem.
Domício.