Mensagem de boas vindas


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

CIÊNCIA E AMOR


152
CIÊNCIA E AMOR
A ciência incha, mas o amor edifica.
Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 8:1.)
A ciência pode estar cheia de poder, mas só o amor beneficia. A ciência, em todas as épocas, conseguiu inúmeras expressões evolutivas. Vemo-la no mundo, exibindo realizações que pareciam quase inatingíveis. Máquinas enormes cruzam os ares e o fundo dos oceanos. A palavra é transmitida, sem fios, a longas distâncias. A imprensa difunde raciocínios mundiais. Mas, para essa mesma ciência pouco importa que o homem lhe use os frutos para o bem ou para o mal. Não compreende o desinteresse, nem as finalidades santas.
O amor, porém, aproxima-se de seus labores e retifica-os, conferindo-lhe a consciência do bem. Ensina que cada máquina deve servir como utilidade divina, no caminho dos homens para Deus, que somente se deveria transmitir a palavra edificante como dádiva do Altíssimo, que apenas seria justa a publicação dos raciocínios elevados para o esforço redentor das criaturas.
Se a ciência descobre explosivos, esclarece o amor quanto à utilização deles na abertura de estradas que liguem os povos; se a primeira confecciona um livro, ensina o segundo como gravar a verdade consoladora. A ciência pode concretizar muitas obras úteis, mas só o amor institui as obras mais altas. Não duvidamos de que a primeira, bem interpretada, possa dotar o homem de um coração corajoso; entretanto, somente o segundo pode dar um coração iluminado.
O mundo permanece em obscuridade e sofrimento, porque a ciência foi assalariada pelo ódio, que aniquila e perverte, e só alcançará o porto de segurança quando se render plenamente ao amor de Jesus-Cristo.
MINHA REFLEXÃO
A Ciência é o fruto do labor intelectual humano. É o desenvolvimento de uma mente curiosa e predestinada a descobrir algo. Por causa da Ciência, a humanidade tem o conforto que hoje tem; a qualidade de vida é melhor hoje, por ela existir; se temos a cura para doenças, as mais difíceis, isso se deve a ela.
Entretanto, quanto já se fez de mal, por causa dela! Assassinatos em massa; roubos os mais inteligentes; maledicência e intrigas que causam assassinatos e suicídios. Qualquer tecnologia desenvolvida, mesmo que não tenha sido desenvolvida para o mal, pode se transformar num instrumento para ele. Os talentos são doados por Deus, frutos da inteligência que é atributo do Espíritos, mas direção para os quais são destinados, depende do usuário.
Contudo, o Espírito usuário terá que prestar contas dos talentos[1] recebidos.
Paulo analisou a relevância do amor[2] sobre todas as outras virtudes, destacando que não adiantava para nós qualquer qualidade elevada, se não tivéssemos ou fizéssemos, com amor, o que nos era natural e espontâneo em nós.
A inteligência é um atributo essencial do Espírito[3]. Ela está com ele ao ser criado por Deus, mas, o amor, ele terá que desenvolver na relação com a matéria e seus semelhantes[4].
Que possamos utilizar bem nossos talentos e sejamos felizes com isso.
Que Deus nos ajude.
Domício.

Em se falando de talentos, ofereço uma poesia de L. Angel.
TALENTOS DOADOS, TALENTOS DOBRADOS
L. ANGEL             22/07/10
Talentos que se construiu,
Nas oportunidades de ir e vir,
Nesta Terra que o Senhor esculpiu,
Servem para ajudar os outros a evoluir.
                                                 As experiências exitosas,                                                                          
Realizadas em vida passada
Possibilita outras ditosas
Nesta vida privilegiada.
Ninguém é perfeito absolutamente.
Eis uma condição do Deus de Amor.
Então, relativamente,
O Espírito é inferior e superior.
Nas diversas relações pessoais,
Doar talentos é uma atitude certa,
Pois o Espírito aprende mais,
Por haurir novas descobertas.

[1] Mateus, 25: 14 a 30. Parábolas dos Talentos. Vide interpretação espírita, por A. Kardec, em O Evang. Segundo o Espiritismo, cap XVI, item e seguintes.
[2] Paulo, 1ª Epístola aos Coríntios, 13: 1 a 7 e 13. Vide interpretação espírita, por A. Kardec, em O Evang. Segundo o Espiritismo, cap XV, item 7.
[3] O Livro dos Espíritos, questão nº 24. Espírito é sinônimo de inteligência? “A inteligência é um atributo essencial do Espírito. Uma e outro, porém, se confundem num princípio comum, de sorte que, para vós, são a mesma coisa.”
[4] O Livro dos Espíritos, questão nº 115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

MOCIDADE

151
MOCIDADE
Foge também dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.
Paulo. (2ª Epístola à Timóteo, 2: 22.)
Quase sempre os que se dirigem à mocidade lhe atribuem tamanhos poderes que os jovens terminam em franca desorientação, enganados e distraídos.
Costuma-se esperar deles a salvaguarda de tudo.
Concordamos com as suas vastas possibilidades, mas não podemos esquecer que essa fase da existência terrestre é a que apresenta maior número de necessidades no capítulo da direção.
O moço poderá e fará muito se o espírito envelhecido na experiência não o desamparar no trabalho. Nada de novo conseguirá erigir, caso não se valha dos esforços que lhe precederam as atividades. Em tudo, dependerá de seus antecessores.
A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um barco para viagem importante. A infância foi a preparação, a velhice será a chegada ao porto. Todas as fases requisitam as lições dos marinheiros experientes, aprendendo-se a organizar e a terminar a viagem com o êxito desejável.
É indispensável amparar convenientemente a mentalidade juvenil e que ninguém lhe ofereça perspectivas de domínio ilusório.
Nem sempre os desejos dos mais moços constituem o índice da segurança no futuro.
A mocidade poderá fazer muito, mas que siga, em tudo, “a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”.
MINHA REFLEXÃO
A analogia da mocidade, feita por Emmanuel, com a “esperançosa saída de um barco para viagem importante”, é muito interessante e profunda.
Existe uma preparação, a infância, em que cuidados com o porvir é extremamente providencial. O Espírito renasce sem as lembranças do passado[1], então os pais e/ou familiares e professores trabalham para fortificá-lo moral e intelectualmente, com ideias e atitudes novas que o fortalecerão para a viagem, na sociedade, até o desencarne. Dependendo da preparação, a viagem será segura.
Durante a viagem, o jovem necessitará da assistência dos mais experientes para que siga em segurança, e nunca à deriva. Isto é, se não tiver uma bússola e alguém que mostre opções de rotas seguras, o jovem poderá seguir ao vento e encontrar com as opções mais arruinadoras de uma viagem.
Que saibamos dar as melhores opções para os nossos jovens e que suas viagens sejam as mais seguras e maduras possíveis, para que ao chegarem ao porto de suas vidas, tenham mostrado todos os seus trabalhos com espírito de altivez e generosidade, bem como com um sentimento de deveres superiores cumpridos.
Aos maduros, desejo que a nossa viagem esteja segura, para aportarmos em porto seguro.
Que Deus nos ajude.
Domício.

Acrescento a essa minha reflexão um poema de L. Angel, a partir dela.

A JUVENTUDE
L. ANGEL                 22/01/2016

Ao chegar na juventude,
O Espírito se encontra, ou não, renovado.
Adquiriu novas, ou manteve as velhas atitudes
De um Espirito recalcitrado.

Pais, familiares e professores
Apresentam-lhe rotas seguras
Desvelando-se como anjos tutores
Visando sua fase madura.

Há aqueles que morosos em mudar,
Cobrando paciência e muito amor.
São os recalcitrantes que optam pela dor.

Mas há os que querem se melhorar,
Galgam vencer as provas da vida
E ser feliz, herdando a Terra Prometida.




[1] O Livro dos Espíritos questão 392. Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado? “Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado como quem sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si. ” Vide questões seguintes. Vide também em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 11.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

AGUILHÕES

150
AGUILHÕES
Duro é para ti recalcitrar contra o aguilhão.
Jesus. (Atos, 9: 5.)
O caminho evolutivo está sempre repleto de aguilhões.
De outro modo, não enxergaríamos a porta redentora.
Entrega-se Deus aos filhos da Criação inteira, reparte com todos os tesouros de seu amor infinito, estimula-os a se elevarem, através de mil modos diferentes; entretanto, existem círculos numerosos como a Terra, em que as criaturas não se apercebem dessas realidades gloriosas e paralisam a marcha, dormindo no leito da ilusão.
Perante tal inércia, os mensageiros da Providência, aos quais se confiou a tarefa de iluminação dos que estacionam na sombra, promovem recursos para que se verifique o despertar.
Cientes de que Deus dá tudo — a vida, os caminhos, os bens infinitos, os gênios inspiradores e só pede às criaturas se lhe dirijam aos braços paternais — esses divinos emissários organizam os aguilhões, por amor aos seus tutelados.
Nesse programa, criou Jesus os mais nobres incitamentos, para a esfera terrestre. A riqueza e a pobreza, a fealdade e a formosura, o sofrimento e a luta são aguilhões ou oportunidades instituídos pelo Cristo, a benefício dos homens.
Cada existência e cada pessoa tem a sua dificuldade particular, simbolizando ensejo bendito.
Analisa a tua vida, situa teus aguilhões e não te voltes contra eles.
Se um espírito da grandeza de Paulo de Tarso não podia recalcitrar, imagina o que se pedirá do nosso esforço.
MINHA REFLEXÃO
Não podemos fugir de nossos aguilhões[1], diz Emmanuel, pensando na passagem evangélica envolvendo Paulo, o apóstolo, Espírito já bem elevado, mas que sofreu muito depois que se converteu ao Cristianismo. Nessa passagem, Jesus adverte Saulo a não ir de encontro ao que era superior a ele. Diz, Emmanuel, se Paulo passou por vários aguilhões, que dirá vocês.
Nossos aguilhões estão em nossa porta estreita[2] que pouco querem ultrapassá-la, e o caminho que a ela conduz também os tem. São nossas provas (incentivos, estímulos) a nos dirigir para a perfeição.
Em geral, o que fazemos é fugir dos aguilhões; mas eles, para onde formos, estarão, pois nosso planeta é de provas e expiações.
Ou seja, devemos sofrer bem, como diz o Espírito Lacordaire em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 18:
Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.
Então, que não recalcitremos contra nossos aguilhões, isto é, que saibamos sofrer bem nossas provas e expiações.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1][Aguilhão: ponta fina, aguda; aguilhão, ferrão; pontada, estímulo, incentivo (sentido figurado). Trata-se de uma vara bastante pontuda utilizada para atiçar o boi no arado. (DIAS, Haroldo Dutra. O Novo Testamento (tradução). 1. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2013.
[2] Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. - Quão pequena é a porta da vida! quão apertado o caminho que a ela conduz! e quão poucos a encontram! (Mateus, 7: 13- 14.). Vide interpretação Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 18, item 5.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

PROPRIEDADE

149
PROPRIEDADE
E o mancebo, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
Mateus, 19, 22.
O instinto de propriedade tem provocado grandes revoluções, ensanguentando os povos. Nas mais diversas regiões do planeta respiram homens inquietos pela posse material, ciosos de suas expressões temporárias e dispostos a morrer em sua defesa.
Isso demonstra que o homem ainda não aprendeu a possuir.
Com esta argumentação, não desejamos induzir a criatura a esquecer a formiga previdente, adotando por modelo a cigarra descuidosa. Apenas convidamos, a quem nos lê, a examinar a precariedade das posses efêmeras.
Cada conquista terrestre deveria ser aproveitada pela alma, como força de elevação.
O homem ganhará impulso santificante, compreendendo que só possui verdadeiramente aquilo que se encontra dentro dele, no conteúdo espiritual de sua vida. Tudo o que se relaciona com o exterior — como sejam: criaturas, paisagens e bens transitórios — pertence a Deus, que lhos concederá de acordo com os seus méritos.
Essa-realidade sentida e vivida constitui brilhante luz no caminho, ensinando ao discípulo a sublime lei do uso, para que a propriedade não represente fonte de inquietações e tristeza, como aconteceu ao jovem dos ensinamentos de Jesus.
MINHA REFLEXÃO
Essa passagem evangélica é discutida no O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 16 (Não se pode servir a Deus e a Mamon). Temos posse, mas não é nossa. Nada é nosso, senão as aquisições espirituais, conforme Emmanuel nos lembra nessa sua mensagem.
A riqueza pode ser fruto de nosso suor, mas é tão somente resultado de nossa riqueza espiritual que deve estar a serviço de Deus. Afinal, ela não passa de instrumento de evolução, como toda matéria que possamos estar em contato quando encarnados. Ela, como a miséria, é uma prova muito difícil e arriscada, como diz A. Kardec, em O Evangelho. Segundo o Espiritismo, cap. 16, item 7:

Sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria.
Então, não devemos pedir a riqueza, pensando em conforto, sonhando em ajudar os mais pobres, pois o resultado disso pode ser o inesperado. Ela poderá nos tentar a fazer o que não queremos, pois ela é poder. O “ter” em nossa vida pode significar o que não queremos “ser”.
Entretanto, se amealharmos a riqueza, sem ter pedido, já encarnado, pois, em verdade, em geral, os ricos, podem ter pedido antes de reencarnar, que sejamos pródigos na caridade, sem esbanjamento, com objetividade.
Contudo, devemos lembrar que para os talentosos a riqueza material é uma consequência natural e por isso, todo aquele que enriquece deve se responsabilizar pelos resultados de seus talentosos. Como nos esclarece A. Kardec (Idem, item 7),

Quando Jesus disse ao moço que o inquiria sobre os meios de ganhar a vida eterna: "Desfaze-te de todos os teus bens e segue-me", não pretendeu, decerto, estabelecer como princípio absoluto que cada um deva despojar-se do que possui e que a salvação só a esse preço se obtém; mas, apenas mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação.
Então, devemos, ao enriquecer, tomarmos o cuidado para não nos apropriarmos do que não é verdadeiramente nosso. Pelo contrário, devemos nos revestir da condição de administrador das coisas de Deus, pois conforme Emmanuel, nessa mensagem, aqui refletida, “Tudo o que se relaciona com o exterior — como sejam: criaturas, paisagens e bens transitórios — pertence a Deus, que lhos concederá de acordo com os seus méritos”,
Mas o que é verdadeiramente nosso? Segundo o Espírito Pascal (Idem, item 9),

O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste.
Bem compreendido, seremos felizes, pobres ou ricos, desde que saibamos ser caridosos incondicionalmente. Se a religião não salva, muito menos a pobreza ou a riqueza.
Então, vale deixar a máxima do Espiritismo: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.
Que Deus nos ajude.

Domício.