151
MOCIDADE
Foge também dos
desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de
coração puro, invocam o Senhor.
Paulo. (2ª Epístola à Timóteo, 2: 22.)
Quase sempre os que se dirigem à mocidade lhe atribuem
tamanhos poderes que os jovens terminam em franca desorientação, enganados e
distraídos.
Costuma-se esperar deles a salvaguarda de tudo.
Concordamos com as suas vastas possibilidades, mas não
podemos esquecer que essa fase da existência terrestre é a que apresenta maior número
de necessidades no capítulo da direção.
O moço poderá e fará muito se o espírito envelhecido na
experiência não o desamparar no trabalho. Nada de novo conseguirá erigir, caso
não se valha dos esforços que lhe precederam as atividades. Em tudo, dependerá
de seus antecessores.
A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um
barco para viagem importante. A infância foi a preparação, a velhice será a
chegada ao porto. Todas as fases requisitam as lições dos marinheiros
experientes, aprendendo-se a organizar e a terminar a viagem com o êxito
desejável.
É indispensável amparar convenientemente a mentalidade
juvenil e que ninguém lhe ofereça perspectivas de domínio ilusório.
Nem sempre os desejos dos mais moços constituem o índice da
segurança no futuro.
A mocidade
poderá fazer muito, mas que siga, em tudo, “a justiça, a fé, o amor e a paz com
os que, de coração puro, invocam o Senhor”.
MINHA REFLEXÃO
A analogia da mocidade, feita por Emmanuel, com a
“esperançosa saída de um barco para viagem importante”, é muito interessante e
profunda.
Existe uma preparação, a
infância, em que cuidados com o porvir é extremamente providencial. O Espírito
renasce sem as lembranças do passado[1], então os pais e/ou
familiares e professores trabalham para fortificá-lo moral e intelectualmente,
com ideias e atitudes novas que o fortalecerão para a viagem, na sociedade, até
o desencarne. Dependendo da preparação, a viagem será segura.
Durante a viagem, o jovem
necessitará da assistência dos mais experientes para que siga em segurança, e
nunca à deriva. Isto é, se não tiver uma bússola e alguém que mostre opções de
rotas seguras, o jovem poderá seguir ao vento e encontrar com as opções mais
arruinadoras de uma viagem.
Que saibamos dar as melhores
opções para os nossos jovens e que suas viagens sejam as mais seguras e maduras
possíveis, para que ao chegarem ao porto de suas vidas, tenham mostrado todos
os seus trabalhos com espírito de altivez e generosidade, bem como com um
sentimento de deveres superiores cumpridos.
Aos maduros, desejo que a
nossa viagem esteja segura, para aportarmos em porto seguro.
Que Deus nos ajude.
Domício.
Acrescento a essa minha reflexão um poema de L.
Angel, a partir dela.
A
JUVENTUDE
L. ANGEL 22/01/2016
Ao chegar na juventude,
O Espírito se encontra, ou não, renovado.
Adquiriu novas, ou manteve as velhas atitudes
De um Espirito recalcitrado.
Pais, familiares e professores
Apresentam-lhe rotas seguras
Desvelando-se como anjos tutores
Visando sua fase madura.
Há aqueles que morosos em mudar,
Cobrando paciência e muito amor.
São os recalcitrantes que optam pela dor.
Mas há os que querem se melhorar,
Galgam vencer as provas da vida
E ser feliz, herdando a Terra Prometida.
[1]
O Livro dos Espíritos questão 392. Por que perde o Espírito encarnado a
lembrança do seu passado? “Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus
assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria
ofuscado como quem sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor
de si. ” Vide questões seguintes. Vide também em O Evangelho Segundo o
Espiritismo, cap. V, item 11.
Nenhum comentário:
Postar um comentário