Mensagem de boas vindas


domingo, 19 de fevereiro de 2012

O TESOURO ENFERRUJADO


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O TESOURO ENFERRUJADO
“O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram.” (TIAGO, 5:3.)
Os sentimentos do homem, nas suas próprias idéias apaixonadas, se dirigidos para o bem, produziriam sempre, em conseqüência, os mais substanciosos frutos para a obra de Deus. Em quase toda parte, porém, desenvolvem-se ao contrário, impedindo a concretização dos propósitos divinos, com respeito à redenção das criaturas.
De modo geral, vemos o amor interpretado tão-somente à conta de emoção transitória dos sentidos materiais, a beneficência produzindo perturbação entre dezenas de pessoas para atender a três ou quatro doentes, a fé organizando guerras sectárias, o zelo sagrado da existência criando egoísmo fulminante. Aqui, o perdão fala de dificuldades para expressar-se; ali, a humildade pede a admiração dos outros.
Todos os sentimentos que nos foram conferidos por Deus são sagrados.
Constituem o ouro e a prata de nossa herança, mas como assevera o apóstolo, deixamos que as dádivas se enferrujassem, no transcurso do tempo.
Faz-se necessário trabalhemos, afanosamente, por eliminar a “ferrugem” que nos atacou os tesouros do espírito. Para isso, é indispensável compreendamos no Evangelho a história da renúncia perfeita e do perdão sem obstáculos, a fim de que estejamos caminhando, verdadeiramente, ao encontro do Cristo.

MINHA REFLEXÃO
Fomos criados por Deus com todas as potencialidades do Espírito Puro, ou seja, com todas as virtudes que deveriam ser desenvolvidas ao longo de nossa vida espiritual. Um tesouro a ser descoberto paulatinamente no enfrentamento das provas e/ou expiações (decorrentes do desvios espirituais).
Nossa vida é cheia da caças ao tesouro espiritual que está escondido em nós mesmos, bastando para isso seguir o Caminho que é Jesus. Ele nos esclareceu em S. Mateus (6: 19-21):
“Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; - acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; - porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração” (refletido em O ESE, Cap XXV – Buscai e achareis).
O Espírito Protetor, também reflete sobre, quando trata da pureza do coração. Senão vejamos: Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza;” (in: O Evang. Seg. o Espiritismo – Cap. VIII   Os que têm puro o coração).
Muitas vezes, como o Emmanuel nos lembra, esquecemos desses tesouros e ficamos apenas na reflexão, quando não falamos das virtudes para nos desculparmos de nossas fraquezas.
É desejoso, então, que nos coloquemos novamente na trilha que nos leva ao Reino de Deus, onde os tesouros da alma são o bilhete de entrada. Revelemos esses tesouros.
Que Deus nos ajude.
Domício

sábado, 11 de fevereiro de 2012

VIVER PELA FÉ


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VIVER PELA FÉ
“Mas o justo viverá pela fé.”
Paulo. (ROMANOS, 1: 17)
Na epístola aos romanos, Paulo afirma que o justo viverá pela fé.
Não poucos aprendizes interpretaram errada-mente a assertiva.
Supuseram que viver pela fé seria executar rigorosamente as cerimônias exteriores dos cultos religiosos.
Freqüentar os templos, harmonizar-se com os sacerdotes, respeitar a simbologia sectária, indicariam a presença do homem justo. Mas nem sempre vemos o bom ritualista aliado ao bom homem. E, antes de tudo, é necessário ser criatura de Deus, em todas as circunstâncias da existência.
Paulo de Tarso queria dizer que o justo será sempre fiel, viverá de modo invariável, na verdadeira fidelidade ao Pai que está nos céus.
Os dias são ridentes e tranqüilos? Tenhamos boa memória e não desdenhemos a moderação.
São escuros e tristes? Confiemos em Deus, sem cuja permissão a tempestade não desabaria. Veio o abandono do mundo? O Pai jamais nos abandona. Chegaram as enfermidades, os desenganos, a ingratidão e a morte? Eles são todos bons amigos, por trazerem até nós a oportunidade de sermos justos, de vivermos pela fé, segundo as disposições sagradas do Cristianismo.

MINHA REFLEXÃO
A humanidade busca aproximar-se do eterno, mesmo que por testemunhos caracterizadores do contrário. Os homens primitivos, destituídos de senso moral, acreditavam que ao oferecer bens materiais, animais e homens inimigos ou semelhantes honravam a Deus. Sob essa mesma justificativa, as chamadas guerras santas mataram sangrentamente muitos irmãos. O Pai Divino não condenou os que assim agiram por levar em conta “que a intenção é tudo e o fato é nada.” (O Livro dos Espíritos, cap. 2, Lei de Adoração, Q. 672.).
Nos dias presentes não podemos mais alegar desconhecimento da vontade de Deus, daquilo que Lhe agrada e que nos foi apresentado por seu filho, Jesus e vivificado pelos Espíritos sem exclusão geográfica.
Emmanuel traz à tona outras formas exteriores e indevidas de declarar fervor a Deus. Pensemos sobre isso e demo-nos conta do tempo e recursos outros que dispomos para construir templos e enfeitá-los onde rituais ganham evidência maior. Importa colocarmos nossas igrejas, casas espíritas a serviço da comunidade, ofertando-as como espaços de confraternização legítima e de contato com o Evangelho do Cristo. Será que não temos vivido muito a agradar chefes religiosos como aponta Emmanuel? Lembremos que para fazer a tarefa que o Pai lhe recomendara, Jesus contrariou a muitos, negando o rigor que somente se limitava às aparências dos que apreciavam o poder.
A quem, portanto, temos sido fiéis – a Deus ou aos homens? Quantas vezes incomoda essa escolha. Mas se faz urgente praticarmos o que já há muito tá exposto. Consagramo-nos filhos de Deus por todo o bem que fazemos ao nosso irmão em quaisquer lugares e oportunidades do caminho evolutivo.
Emmanuel não nos deixa esquecer de que todas as dificuldades serão suportadas pela certeza da presença generosa e providencial do Altíssimo. Ratifiquemos, então, o certo modo de adorar a Deus (idem, Q. 673):
“Deus abençoa sempre aqueles que fazem o bem; aliviar os pobres e os aflitos é o melhor meio de honrar. Não digo com isso que Deus desaprova as cerimônias que fazeis para lhe pedir, mas há muito dinheiro que poderia ser empregado mais utilmente e não o é. Deus ama a simplicidade em todas as coisas. O homem que se liga às coisas exteriores e não ao coração, é um Espírito de vistas estreitas; julgai se Deus deve se interessar mais pela forma que pelo fundo.”
Luz e Paz!
Lourença