Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

CONVÉM REFLETIR

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CONVÉM REFLETIR
Mas todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (Tiago, 1: 19).
Analisar, refletir, ponderar são modalidades do ato de ouvir.
É indispensável que a criatura esteja sempre disposta a identificar o sentido das vozes, sugestões e situações que a rodeiam.
Sem observação, é impossível executar a mais simples tarefa no ministério do bem. Somente após ouvir, com atenção, pode o homem falar de modo edificante na estrada evolutiva.
Quem ouve, aprende. Quem fala, doutrina. Um guarda, outro espalha.
Só aquele que guarda, na boa experiência, espalha com êxito.
O conselho do apóstolo é, portanto, de imorredoura oportunidade.
E forçoso é convir que, se o homem deve ser pronto nas observações e comedido nas palavras, deve ser tardio em irar-se.
Certo, o caminho humano oferece, diariamente, variados motivos à ação enérgica; entretanto, sempre que possível, é útil adiar a expressão colérica para o dia seguinte, porquanto, por vezes, surge a ocasião de exame mais sensato e a razão da ira desaparece.
Tenhamos em mente que todo homem nasce para exercer uma função definida. Ouvindo sempre, pode estar certo de que atingirá serenamente os fins a que se destina, mas, falando, é possível que abandone o esforço ao meio, e, irando-se, provavelmente não realizará coisa alguma.

MINHA REFLEXÃO
Esses três verbos, ouvir, falar e irar, estão muito ligados na relação humana, pois são ações que dão qualidade a um relacionamento, seja de qualquer tipo.
Depende deles a união ou desunião, a sintonia ou a cisão, a paz ou a conturbação, a concretização ou a desistência de um projeto.
Disse Chico Xavier, certa vez, que seria preferível ser magoado a magoar; desejou Francisco de Assis, em outro momento, que aprendesse a perdoar a ser perdoado, que aprendesse a compreender a ser compreendido (Oração de São Francisco). Jesus nos ensinou que deveríamos perdoar para sermos perdoados por Deus (Oração Dominical).
Jesus nos ensinou que se uma pessoa nos levasse a caminhar uma légua, que caminhássemos duas com ela.
Aprender a ouvir e a falar, são necessidades imediatas do ser humano que evitam a cólera tão natural naquele que egoisticamente não aceita ser retrucado em sua fala ou opinião.
Muito belo, esse pensamento de Emmanuel: “E forçoso é convir que, se o homem deve ser pronto nas observações e comedido nas palavras, deve ser tardio em irar-se”.
Ouvir mais e falar menos é a chave do sucesso de toda relação humana, é a prevenção da cólera.
O silêncio de si mesmos nos conduz à serenidade e à paz.
A brandura, a paciência e a amabilidade são virtudes que devemos cultivar em nossa vida se quisermos ser bem-aventurados, conforme nos ensinou Jesus no Sermão do Monte:
Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., v.9.)
Sabeis que foi dito aos antigos: Não matareis e quem quer que mate merecerá condenação pelo juízo. – Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenado no juízo; que aquele que disser a seu irmão: Raca, merecerá condenado pelo conselho; e que aquele que lhe disser: És louco, merecerá condenado ao fogo do inferno. (Id., vv. 21 e 22.)
Como somos desavisados ao dizer impropérios aos nossos semelhantes, porque não aceitamos seu modo de ser, seu estágio evolutivo. O orgulho fala mais alto nessa hora, como nos ensina o Espírito Protetor em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Capítulo 9, Item 9)[1]. A raiva, a indignação, nos fazem descer a níveis vibratórios, os mais baixos possíveis. É quando não temos mais ouvidos e nem cérebros para ouvir e analisar. Prevalece a língua que nos representa muito bem na escala espiritual. Revelamo-nos, assim, a partir de um único órgão e deixamos de aprender com a dificuldade do outro.
Como seria bom se tivéssemos sempre, a mão, um copo de água para abrandar nossa língua que fala tanto...
Que possamos possuir a Terra; que possamos vir a ser chamado Filhos de Deus.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1]Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar. Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade”. Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

EDIFICAÇÕES

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EDIFICAÇÕES
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.
Jesus. (MATEUS, 5, 14.)
O Evangelho está repleto de amorosos convites para que os homens se edifiquem no exemplo do Senhor.
Nem sempre os seguidores do Cristo compreendem esse grande imperativo da iluminação própria, em favor da harmonia na obra a realizar. Esmagadora percentagem de aprendizes, antes de tudo, permanece atenta à edificação dos outros, menosprezando o ensejo de alcançar os bens supremos para si.
Naturalmente, é muito difícil encontrar a oportunidade entre gratificações da existência humana, porqüanto o recurso bendito de iluminação se esconde, muitas vezes, nos obstáculos, perplexidades e sombras do caminho.
O Mestre foi muito claro em sua exposição. Para que os discípulos sejam a luz do mundo, simbolizarão cidades edificadas sobre a montanha, onde nunca se ocultem. A fim de que o operário de Jesus funcione como expressão de claridade na vida, é indispensável que se eleve ao monte da exemplificação, apesar das dificuldades da subida angustiosa, apresentando-se a todos na categoria de construção cristã. Tal cometimento é imperecível.
O vaivém das paixões não derruba a edificação dessa natureza, as pedradas deixam-na intacta e, se alguém a dilacera, seus fragmentos constituem a continuidade da luz, em sublime rastilho, por toda parte, porque foi assim que os primeiros mártires do Cristianismo semearam a fé.

MINHA REFLEXÃO
Somos todos convidados a testemunhar a nossa fé nos caminhos da vida, nos reencontros humanos. Somos conhecedores do Evangelho do Cristo. Ele conta conosco para a divulgação e exemplificação das virtudes divinas apregoadas por ele no Sermão do Monte.
Não é fácil ser cristão. Nosso senso de autodefesa nos impele a reparar nas atitudes dos outros aquilo que fazemos cotidianamente. Deixamos de nos julgar, julgando os outros, adiando nossa edificação[1].
Que sejamos mais disciplinados e consigamos erguer em nós uma casa solidamente edificada em um monte, como Nosso Mestre nos ensinou.
Que Deus nos ajude.
Domício



[1] Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho? - Ou, como é que dizeis ao vosso irmão: Deixa-me tirar um argueiro ao teu olho, vós que tendes no vosso uma trave? - Hipócritas, tirai primeiro a trave ao vosso olho e depois, então, vede como podereis tirar o argueiro do olho do vosso irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

NA CASA DE CÉSAR

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NA CASA DE CÉSAR
Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.
Paulo. (FILIPENSES: 4, 22.)
Muito comum ouvirmos observações descabidas de determinados irmãos na crença, relativamente aos companheiros chamados a tarefas mais difíceis, entre as possibilidades do dinheiro ou do poder.
A piedade falsa está sempre disposta a criticar o amigo que, aceitando laborioso encargo público, vai encontrar nele muito mais aborrecimentos que notas de harmonia. A análise desvirtuada tudo repara maliciosamente. Se o irmão é compelido a participar de grandes representações sociais, costuma-se estigmatizá-lo como traidor do Cristo.
É necessário despender muita vigilância nesses julgamentos.
Nos tempos apostólicos, os cristãos de vida pura eram chamados “santos”. Paulo de Tarso, humilhado e perseguido em Roma, teve ocasião de conhecer numerosas almas nessas condições, e o que é mais de admirar — conviveu com diversos discípulos de semelhante posição, relacionados com a habitação palaciana de César. Deles recebeu atenções e favores, assistência e carinho.
Escrevendo aos filipenses, faz menção especial desses amigos do Cristo.
Não julgues, pois, a teu irmão pela sua fortuna aparente ou pelos seus privilégios políticos. Antes de tudo, lembra-te de que havia santos na casa de Nero e nunca olvides tão grandiosa lição.

MINHA REFLEXÃO
A virtude da humildade não se encontra exclusivamente no pobre de recursos materiais. Podemos encontrar naquele que tem posses materiais. Emmanuel nos adverte para que não olhemos o prestigiado político com os olhos de prevenção, como se ele não merecesse nosso respeito moral. As boas pessoas também são chamadas aos cargos políticos e amealheiam fortunas pelo trabalho digno, e não são esbanjadores, mas bom usufrutuários de sua fortuna.
Atentemos para que nós, por nossa vez, não caiamos na ilusão da oportunidade, da prova da riqueza, pois ela nos pode chegar exatamente para avaliarmos como estamos diante desta tentação, pois o Cristo nos asseverou: “Tende o cuidado de preservar-vos de toda a avareza, seja qual for a abundância em que o homem se encontre, sua vida não depende dos bens que ele possua.” (Lucas, 12:15).
Que Deus nos ajude.

Domício.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

MÃOS LIMPAS

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MÃOS LIMPAS
E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.     ATOS, 19, 11
O Evangelho não nos diz que Paulo de Tarso fazia maravilhas, mas que Deus operava maravilhas extraordinárias por intermédio das mãos dele.
O Pai fará sempre o mesmo, utilizando todos os filhos que lhe apresentarem mãos limpas.
Muitos espíritos, mais convencionalistas que propriamente religiosos, encontraram nessa notícia dos Atos uma informação sobre determinados privilégios que teriam sido concedidos ao Apóstolo.
Antes de tudo, porém, é preciso saber que semelhante concessão não é exclusiva. A maioria dos crentes prefere fixar o Paulo santificado sem apreciar o trabalhador militante.
Quanto custou ao Apóstolo a limpeza das mãos?
Raros indagam relativamente a isso.
Recordemos que o amigo da gentilidade fora rabino famoso em Jerusalém, movimentara-se entre elevados encargos públicos, detivera dominadoras situações; no entanto, para que o Todo-Poderoso lhe utilizasse as mãos, sofreu todas as humilhações e dispôs-se a todos os sacrifícios pelo bem dos semelhantes. Ensinou o Evangelho sob zombarias e açoites, aflições e pedradas. Apesar de escrever luminosas epístolas, jamais abandonou o tear humilde até à velhice do corpo.
Considera as particularidades do assunto e observa que Deus é sempre o mesmo Pai, que a misericórdia divina não se modificou, mas pede mãos limpas para os serviços edificantes, junto à Humanidade. Tal exigência é lógica e necessária, pois o trabalho do Altíssimo deve resplandecer sobre os caminhos humanos.

MINHA REFLEXÃO
Este ensinamento nos faz lembrar que até para o trabalho dignificante, só seremos abençoado, o que nos leva a fazer prodígios, se estivermos dignos dele. Nenhum trabalho de alta envergadura é dado a um despreparado.
Quando Deus, o Cristo e os Espíritos Superiores percebem em nós a disposição para o trabalho, servem-se de nós como instrumentos para um trabalho de ordem superior.
Estejamos preparados, pois o trabalho Deles não pode ficar a mercê de nossas limitações não superadas. Então, todo trabalho deve ter um preparo, entendendo que somos apenas um instrumento das maravilhas de Deus.
Aproveitemos essa última hora, pois ainda podemos fazer muito pelos nossos semelhantes, e, em consequência, por nós mesmos. Aos devotados e trabalhadores de mãos limpas (o que significa mortificação do homem velho em nós), Deus confiará as missões mais cruciais, como diz o Espírito de Verdade em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX (Os Trabalhadores da Última Hora), Item 5:

Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: "Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1862.).

Que Deus nos ajude.
Domício.

PS.:

Na Vinha do Senhor,

Não trabalha qualquer filho Seu.

Precisa estar de mãos limpas, sem amargor,

Como Paulo, um trabalhador digno das maravilhas de Deus.

L. Angel  08/01/13

 Remeto o leitor desse blog a outra reflexão dentro desse tema.
http://caminhovvida.blogspot.com.br/2012/01/purificacao-intima.html

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

OPORTUNIDADE

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OPORTUNIDADE
Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo está pronto.
João (7: 6).
O mau trabalhador está sempre queixoso. Quando não atribui sua falta aos instrumentos em mão, lamenta a chuva, não tolera o calor, amaldiçoa a geada e o vento.
Esse é um cego de aproveitamento difícil, porquanto somente enxerga o lado arestoso das situações.
O bom trabalhador, no entanto, compreende, antes de tudo, o sentido profundo da oportunidade que recebeu. Valoriza todos os elementos colocados em seus caminhos, como respeita as possibilidades alheias. Não depende das estações. Planta com o mesmo entusiasmo as frutas do frio e do calor. É amigo da Natureza, aproveita-lhe as lições, tem bom ânimo, encontra na aspereza da semeadura e no júbilo da colheita igual contentamento.
Nesse sentido, a lição do Mestre reveste-se de maravilhosa significação. No torvelinho das incompreensões do mundo, não devemos aguardar o reino do Cristo como realização imediata, mas a oportunidade dos homens é permanente para a colaboração perfeita no Evangelho, a fim de edificá-lo.
Os cegos de espírito continuarão queixosos; no entanto, os que acordaram para Jesus sabem que sua época de trabalho redentor está pronta, não passou, nem está por vir. É o dia de hoje, é o ensejo bendito de servir, em nome do Senhor, aqui e agora...

MINHA REFLEXÃO
Hoje... é dia de crescer, de trabalhar, de viver, de amar...
Ainda precisamos aprender a valorizar as oportunidades de evolução, seja num contexto de harmonia ou aflição. Tudo é oportunidade de crescimento, e esse é o nosso objetivo, enquanto Espíritos encarnados.
O Cristo nos ensinou que o trabalhador da última hora merece o salário tanto quanto àquele que começou na primeira (Mateus, 20: 1-16), significando que o que chegou na última hora ainda não tinha tido oportunidade do trabalho.
Percebe-se que o trabalhador mais procurado é aquele que está sempre disposto para o trabalho, sob quaisquer circunstâncias, e trabalha mais pelo ideal do que pelo salário. Isto faz com que o trabalho nunca lhe falte e o salário que não está em primeiro plano, está sempre a aumentar.
Que saibamos trabalhar sem reclamar das adversidades que advém dele. Que pelo exemplo, motivemos os semelhantes, companheiros de trabalho, a seguir a mesma orientação, contribuindo pela elevação da equipe.
No tocante ao trabalho evangélico, que sejamos disciplinados e pacificadores, pois são desse tipo que o plano espiritual conta para a realização de um trabalho que está muito acima de nosso egoísmo, melindre e vaidade.
Todo dia é dia de trabalho e o trabalho, como algo que nos faça úteis[1], é sempre oportunidade de crescer, tanto profissionalmente como espiritualmente.
Que Deus nos ajude.
Domício.

A LEI DO TRABALHO
L. ANGEL     11/07/2010

Quem cumpre seu dever
É digno de novos serviços.
Eis o prêmio de um viver
Pautado no respeito aos compromissos.

Consciente é o bom trabalhador
Que está sempre pronto,
Pois logo surge o labor
Que é honrado ponto a ponto.

Feliz daquele que é empregado
E cumpre seu horário incansável,
Pois está sempre ocupado
Por se mostrar confiável.

A Lei do Trabalho
É uma lei moral
Que todos devem cumprir sem atalho,
Evitando, assim, todo mal.




[1] O Livro do Espíritos, Questão 675: Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais? “Não; o Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho”.

TRANSITORIEDADE

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TRANSITORIEDADE
Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão.
Paulo. (HEBREUS, 1: 11).

Fala-nos o Eclesiastes das vaidades e da aflição dos homens, no torvelinho das ambições desvairadas da Terra.
Desde os primeiros tempos da família humana, existem criaturas confundidas nos falsos valores do mundo. Entretanto, bastaria meditar alguns minutos na transitoriedade de tudo o que palpita no campo das formas para compreender-se a soberania do espírito.
Consultai a pompa dos museus e a ruína das civilizações mortas. Com que fim se levantaram tantos monumentos e arcos de triunfo? Tudo funcionou como roupagem do pensamento. A ideia evoluiu, enriqueceu-se o espírito e os envoltórios antigos permanecem a distância.
As mãos calejadas na edificação das colunas brilhantes aprenderam com o trabalho os luminosos segredos da vida. Todavia, quantas amarguras experimentaram os loucos que disputaram, até à morte para possuí-las?
Valei-vos de todas as ocasiões de serviço, como sagradas oportunidades na marcha divina para Deus.
Valiosa é a escassez, porque traz a disciplina. Preciosa é a abundância, porque multiplica as formas do bem. Uma e outra, contudo, perecerão algum dia. Na esfera carnal, a glória e a miséria constituem molduras de temporária apresentação. Ambas passam. Somente Jesus e a Lei Divina perseveram para nós outros, como portas de vida e redenção.

MINHA REFLEXÃO
Tudo passa. Tanto a escassez, como a abundância. Quão iluminado é esse pensamento. Passamos na Terra com um único objetivo: evoluir. Tudo o mais é instrumento para esse fim. Entretanto, a humanidade, da qual fazemos parte, ainda se ilude quanto às aquisições ou mesmo às misérias. Quantas dificuldades plantadas pela posse do ouro ou pela falta dele.
O Cristo nos ensinou a nos desprender do excesso e trabalhar pelo necessário e suficiente. Nem mais, nem menos. Isso, porque o que importa é a vida eterna. A vida carnal é passageira e serve de ponte para a felicidade, se assim a buscarmos.
Que nós tenhamos, no ano que inicia (2014), essa marcante reflexão e possamos ser felizes quanto às nossas metas pessoais, no campo do estudo, da profissão, das relações sociais, e, sobretudo, no campo da Vida Eterna que embasa todo o resto.
Que Deus nos ajude.
Domício.

PARA TESTEMUNHAR

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PARA TESTEMUNHAR
E vos acontecerá isto para testemunho.
Jesus. (LUCAS, 21:13.)
Naturalmente que o Mestre não folgará de ver seus discípulos mergulhados no sofrimento. Considerando, porém, as necessidades extensas dos homens da Terra, compreende o caráter indispensável das provações e dos obstáculos.
A pedagogia moderna está repleta de esforços seletivos, de concursos de capacidade, de testes da inteligência.
O Evangelho oferece situações semelhantes.
O amigo do Cristo não deve ser uma criatura sombria, à espera de padecimentos; entretanto, conhecendo a sua posição de trabalho, num plano como a Terra, deve contar com dificuldades de toda sorte. Para os gozos falsificados do mundo, o Planeta está cheio de condutores enganados.
Como invocar o Salvador para a continuidade de fantasias? Quando chamados para o Cristo, é para que aprendamos a executar o trabalho em favor da esfera maior, sem olvidarmos que o serviço começa em nós mesmos.
Existem muitos homens de valor cultural que se constituíram em mentores dos que desejam mentirosos regalos no plano físico.
No Evangelho, porém, não acontece assim. Quando o Mestre convida alguém ao seu trabalho, não é para que chore em desalento ou repouse em satisfação ociosa.
Se o Senhor te chamou, não te esqueças de que já te considera digno de testemunhar.

MINHA REFLEXÃO
Testemunho, não de palavras, mas de ação. O Cristo, nosso Irmão, não nos iludiu em nenhum momento das provações e expiações que passaríamos na Terra. O Sermão do Monte (Mateus, 5: 1-12) é uma coleção de bem-aventuranças que sucede o abatimento do orgulho, da malícia, mágoas, intolerância, reparação do mal de passado delituoso e de afetação aos semelhantes.
Ele nos convidou ao trabalho na Sua seara, sem contudo, nos dispensar das provas da paciência, da resignação e da disposição para o trabalho, pois deveríamos ser merecedores do salário divino (Mateus, 20: 1- 14 e 1-16). Nos orientou a esquecer de nós mesmos, como assim o fazia dele. A descida Dele foi um grande exemplo de renúncia e obediência ao Pai que deseja que sejamos solidários aos mais pequenos que nós, como somos para Ele.
Que possamos testemunhar que somos seus seguidores de fato, desejosos de crescimento espiritual, trabalhando não só para nós, mas pensando naqueles que sofrem o abandono, precisam de nosso perdão, estão perdidos nas vãs ilusões que o mundo oferece e outros que tem sonhos a realizar, como nós mesmos, e que precisam de nossa paciente experiência de que já venceu parte de nossas conquistas a realizar.
Que Deus nos ajude.
Domício.

PODERES OCULTOS

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PODERES OCULTOS
E onde quer que ele entrava, fosse nas cidades, nas aldeias ou nos campos, depunham os enfermos nas praças e lhe rogavam que os deixasse tocar ao menos na orla de seu vestido; e todos os que nele tocavam, saravam.
MARCOS, 6: 56.
Não raro, surgem nas fileiras espiritualistas estudiosos afoitos a procurarem, de qualquer modo, a aquisição de poderes ocultos que lhes confira posição de evidência. Comumente, em tais circunstâncias, enchem-se das afirmativas de grande alcance.
O anseio de melhorar-se, o desejo de equilíbrio, a intenção de manter a paz, constituem belos propósitos; no entanto, é recomendável que o aprendiz não se entregue a preocupações de notoriedade, devendo palmilhar o terreno dessas cogitações com a cautela possível.
Ainda aqui, o Mestre Divino oferece a melhor exemplificação.
Ninguém reuniu sobre a Terra tão elevadas expressões de recursos desconhecidos quanto Jesus. Aos doentes, bastava tocar-lhe as vestiduras para que se curassem de enfermidades dolorosas; suas mãos devolviam o movimento aos paralíticos, a visão aos cegos. Entretanto, no dia do Calvário, vemos o Mestre ferido e ultrajado, sem recorrer aos poderes que lhe constituíam apanágio divino, em benefício da própria situação. Havendo cumprido a lei sublime do amor, no serviço do Pai, entregou-se à sua vontade, em se tratando dos interesses de si mesmo. A lição do Senhor é bastante significativa.
É compreensível que o discípulo estude e se enriqueça de energias espirituais, recordando-se, porém, de que, antes do nosso, permanece o bem dos outros e que esse bem, distribuído no caminho da vida, é a voz que falará por nós a Deus e aos homens, hoje ou amanhã.

MINHA REFLEXÃO
As aquisições realizadas por nós nunca devem servir de motivo para nos enaltecer, pois o nosso progresso é proporcional ao bem que expendemos aos outros por tudo que conseguimos conquistar com a ajuda de Deus e de todos aqueles que jornadeiam conosco, trocando experiências e nos ajudando a nos tornar melhor, seja espiritualmente ou profissionalmente.
Jesus Cristo, nunca usou seus poderes para se exibir. Por duas vezes foi tentado. Uma, foi aquela em que foi tentado pelo diabo[i], quando passou 40 dias no deserto, em jejum (Lucas, 4: 1-13). Outra, como lembra Emmanuel, quando estava no madeiro e provocaram. Vejamos como se deu, em Mateus (27: 39-44):

Os transeuntes o insultavam meneando suas cabeças e dizendo: ó tu que destróis o Santuário, edificando-o em três dias, salva a ti mesmo; se és o filho de Deus, desce da cruz!
De forma semelhante, os sumos sacerdotes com os escribas e anciãos, zombando, diziam: Salvou outros, a si mesmo não pode salvar. É Rei de Israel! Desça, agora, da cruz e creremos nele. Confiou em Deus; se [Deus] quiser, [que] o livre agora, pois disse: Sou filho de Deus. Do mesmo [modo], também os assaltantes que foram crucificados com ele, o injuriavam.
Então, devemos tomar como exemplo, nosso Senhor Jesus Cristo que tinha infinitos poderes, mas que só os usou para ajudar o próximo e nunca a Ele mesmo.
De certo que em nossa trajetória, por estarmos ainda em evolução, diferentemente do Cristo, que já era um Espírito Puro, devemos usar nossas aquisições para o nosso proveito, mas nunca esquecendo que somos frutos da relação com o semelhante, seja encarnado ou desencarnado. Daí pensaremos sempre na solidariedade quando nos sentirmos suficientemente poderosos para ajudar alguém.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[i] Aquele de desune (inspirando ódio, inveja, orgulho); caluniador, maledicente. Vocábulo derivado do verbo “diaballo” (separar, desunir; atacar, acusar; caluniar; enganar), do qual deriva também o substantivo “diabole” (desavença, inimizade; aversão, repugnância; acusação; calúnia. (DIAS, Haroldo Dutra (Trad.). O novo testamento. 1 ed. Brasília: FEB, 2013).

COMUNICAÇÕES

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COMUNICAÇÕES
Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus.
I JOÃO, 4: 1

Os novos discípulos do Evangelho, em seus agrupamentos de intercâmbio com o mundo espiritual, quase sempre manifestam ansiedade em estabelecer claras e perfeitas comunicações com o Além.
Se muitas vezes aparecem fracassos, nesse particular, se as experimentações são falhas de êxito, é que, na maioria dos casos, o indagador obedece muito mais ao egoísmo próprio que ao imperativo edificante.
O propósito de exclusividade, nesse sentido, abre larga porta ao engano. Através dela, malfeitores com instrumentos nocivos podem penetrar o templo, de vez que o aprendiz cerrou os olhos ao horizonte das verdades eternas.
Bela e humana a dilatação dos laços de amor que unem o homem encarnado aos familiares que o precederam na jornada de Além-Túmulo, mas é inaceitável que o estudante obrigue quem lhe serviu de pai ou de irmão a interferir nas situações particulares que lhe dizem respeito.
Haverá sempre quem dispense luz nas assembleias de homens sinceros, O programa de semelhante assistência, contudo, não pode ser substancialmente organizado pelas criaturas, muita vez inscientes das necessidades próprias. Em virtude disso, recomendou o apóstolo que o discípulo atente, não para quem fale, mas para a essência das palavras, a fim de certificar-se se o visitante vem de Deus.

MINHA REFLEXÃO
A mensagem de João, refletida por Emmanuel, me lembra quando meu pai e irmão desencarnaram e eu estava num período em que começava, avidamente, a ler as obras espíritas.
Pensei em participar de reunião mediúnica para falar pelo menos com um deles. Mas isso não se deu.
Muitos se afeiçoam a um espírito que se diz familiar, sem, contudo, refletir o conteúdo das mensagens ou orientações passada por ele.
Muitos querem resolver seus problemas com a ajuda, materializada pela psicofonia, de um ente querido que partiu antes, ou por um espírito que se comunica por um(a) médium que cobra por esses serviços.
Vejamos o que A. Kardec nos esclarece:

Os médiuns atuais - pois que também os apóstolos tinham mediunidade - igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado (O Evangelho Seg. o Espiritismo, cap. XXVI, Item 7).
Sabemos que os Espíritos superiores, ou de boa vontade, não se comunicam para eximir seus queridos do esforço, fé e intelecto para resolver seus problemas. Então, é muito sensato não procurar médiuns profissionais. Em verdade, atualmente, é melhor que deixemos que nos procurem, seja através do atendimento a uma prece, nos intuindo uma boa ideia, seja participando de reuniões mediúnicas sérias. E em participando de reuniões sérias, as mensagens devem ser criteriosamente refletida a luz da Doutrina Espírita.
Que Deus nos ajude.
Domício