Mensagem de boas vindas


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CONVERSAR


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CONVERSAR
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graças aos que a ouvem.
Paulo – Efésios: 4,29.
O gosto de conversar retamente e as palestras edificantes caracterizam as relações de legítimo amor fraternal.
As almas que se compreendem, nesse ou naquele setor da atividade comum, estimam as conversações afetuosas e sábias, como escrínios vivos de Deus, que permutam, entre si, os valores mais preciosos.
A palavra precede todos os movimentos nobres da vida. Tece os ideais do amor, estimula a parte divina, desdobra a civilização, organiza famílias e povos.
Jesus legou o Evangelho ao mundo, conversando. E quantos atingem mais elevado plano de manifestação, prezam a palestra amorosa e esclarecedora.
Pela perda do gosto de conversar com alguém, pode o homem avaliar se está caindo ou se o amigo estaciona em desvios inesperados.
Todavia, além dos que se conservam em posição de superioridade, existem aqueles que desfiguram o dom sagrado do verbo, compelindo-o às maiores torpezas. São os amantes do ridículo, da zombaria, dos falsos costumes. A palavra, porém, é dádiva tão santa que, ainda aí, revela aos ouvintes corretos a qualidade do espírito que a insulta e desfigura, colocando-o, imediatamente, no baixo lugar que lhe compete nos quadros da vida.
Conversar é possibilidade sublime. Não relaxes, pois, essa concessão do Altíssimo, porque pela tua conversação serás conhecido.

MINHA REFLEXÃO
Conversar é uma das possibilidades maiores de elevação humana, pois a partir dela pode-se acalmar quem está aflito, iluminar quem estás às cegas do conhecimento (Jesus se serviu da palavra para nos iluminar), acarinha o ser que estima, pedir perdão quando se falta com alguém. Sim, “conversar é possibilidade sublime”, como diz o Espírito Emmanuel, acima.

Paulo nos ensina que devemos ter vigilância quanto ao que falamos ao semelhante, pois nem tudo que dizemos será útil aos que nos ouvem.
O Cristo, usando da palavra nos asseverou, quando lhe questionaram sobre lavar as mãos antes da refeição:
– Não é o que entra na boca que macula o homem; o que sai da boca do homem é que o macula. – O que sai da boca procede do coração e é o que torna impuro o homem; – porquanto do coração é que partem os maus pensamentos, os assassínios, os adultérios, as fornicações, os latrocínios, os falsos-testemunhos, as blasfêmias e as maledicências. – Essas são as coisas que tornam impuro o homem; o comer sem haver lavado as mãos não é o que o torna impuro (MATEUS, 15: 10; 18-20).
Essa passagem evangélica é muito utilizada blasfemicamente por aqueles que querem justificar, de modo jocoso, um vício relacionado à ingestão de ingredientes nocivos a saúde. No entanto, o Cristo quis nos ensinar que devíamos ter cuidados com os pensamentos que nos fazem muito mal ao nos levar a fazer o mal ao nosso semelhante. De outro modo quis dizer que atender religiosamente apenas às práticas exteriores, esquecendo-se de iluminar o Espírito, de nada adianta a religião, como diz Allan Kardec:

Nula é a crença na eficácia dos sinais exteriores, se não obsta a que se cometam assassínios, adultérios, espoliações, que se levantem calúnias, que se causem danos ao próximo, seja no que for. Semelhantes religiões fazem supersticiosos, hipócritas, fanáticos; não, porém, homens de bem. (O Evang. Segundo o Espiritismo, Cap. 8, item10).
Que aprendamos a fazer uso da palavra conforme Paulo, inspirado em Jesus Cristo. Se não temos nada que edifique, que silenciemos...
De modo poético:

Quem conversa para animar,
Ânimo recebe para viver.
Eis um ato de quem cristão quer ser,
Ao praticar uma caridade sem par (L Angel). 

Que Deus nos ajude.
Domício

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O CEGO DE JERICÓ


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O CEGO DE JERICÓ
Dizendo: Que queres que te faça? E ele respondeu: — Senhor, que eu veja.
LUCAS, 18:41
O cego de Jericó é das grandes figuras dos ensinamentos evangélicos.
Informa-nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho, mendigando... Sentindo a aproximação do Mestre, põe-se a gritar, implorando misericórdia.
Irritam-se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam impedi-lo, recomendando-lhe calar as solicitações. Jesus, contudo, ouve-lhe a súplica, aproxima-se dele e interroga com amor:
— Que queres que te faça?
Á frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liberdade tão ampla, o pedinte sincero responde apenas isto:
— Senhor, que eu veja!
O propósito desse cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as circunstâncias da vida.
Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de Jericó, esmolando às margens da estrada comum. Chama-nos a vida, o trabalho apela para nós, abençoa-nos a luz do conhecimento, mas permanecemos indecisos, sem coragem de marchar para a realização elevada que nos compete atingir. E, quando surge a oportunidade de nosso encontro espiritual com o Cristo, além de sentirmos que o mundo se volta contra nós, induzindo-nos à indiferença, é muito raro sabermos pedir sensatamente.
Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencionado no versículo de Lucas, porquanto não é preciso compareçamos diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas. Basta lhe peçamos o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo. Que o Senhor, portanto, nos faça enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça, e possuiremos o necessário à nossa alegria imortal.

MINHA REFLEXÃO
A vida nos pede tão pouco, mas a tornamos tão requisitadora de virtudes que resistimos em desenvolvê-las.
O Cego de Jericó pediu apenas que enxergasse. Emmanuel nos aponta que somos cegos. Sim, cegos da visão benéfica do Espírito que olha as coisas pelo prisma evangélico. Os conhecimentos, os trabalhos que abraçamos, e a vida, nos convidam à reforma íntima, à nossa melhoria espiritual.
A cegueira espiritual ainda nos incomoda quando não vemos saída para os problemas que nos afligem. Jesus Cristo é a luz, mas precisamos deixar essa luz acender em nós, nos tornando verdadeiramente felizes.
Aqui faz jus retomarmos a mensagem 43, desse livro, quando Emmanuel nos orienta a indagar a Jesus o que ele faria em uma situação difícil por qual venhamos a pensar. Sabemos que a resposta está no Evangelho e de modo especial, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Que Deus nos ajude.
Domício