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TENDE CALMA
“E disse Jesus: Mandai assentar os homens.”
JOÃO: (6, 10)
Esta passagem do Evangelho de João é das mais
significativas. Verifica-se quando a multidão de quase cinco mil pessoas tem
necessidade de pão, no isolamento da natureza.
Os discípulos estão preocupados.
Filipe afirma que duzentos dinheiros não
bastarão para atender à dificuldade imprevista.
André conduz ao Mestre um jovem que trazia
consigo cinco pães de cevada e dois peixes.
Todos discutem.
Jesus, entretanto, recebe a migalha sem
descrer de sua preciosa significação e manda que todos se assentem, pede que
haja ordem, que se faça harmonia. E distribuí o recurso com todos, maravilhosamente.
A grandeza da lição é profunda.
Os homens esfomeados de paz reclamam a
assistência do Cristo. Falam nEle, suplicam-lhe socorro, aguardam-lhe as
manifestações. Não conseguem, todavia, estabelecer a ordem em si mesmos, para a
recepção dos recursos celestes. Misturam Jesus com as suas imprecações, suas
ansiedades loucas e seus desejos criminosos. Naturalmente se desesperam, cada
vez mais desorientados, porquanto não querem ouvir o convite à calma, não se assentam
para que se faça a ordem, persistindo em manter o próprio desequilíbrio.
MNHA REFLEXÃO
A vida de cada homem reúne dificuldades que se
caracterizam como oportunidades comuns a sua experiência e patamar moral. Nessa
caminhada, a fé, aliada à calma e à humildade, dá sustentação para suportar
tais vicissitudes e alcançar a felicidade real.
Jesus testemunhava a fé robusta e verdadeira.
Ele não se inquietava. Pedia, certo de que era capaz de obter, pois a sua
vontade sintonizava-se com a do Pai e a esta encontrava-se submetida, negando
quaisquer presunção de sua parte. Também sabia receber, quando se conformava e
não media nem julgava o apoio divino. E seguia a distribuir os recursos que
somava, obrando entre homens, mulheres, crianças, entre crédulos e incrédulos.
E, por último, refugiava-se no _ retornava ao _ Pai, para agradecer e dar-lhe
conta de suas ações.
Em contraste com Jesus, nos alerta Emmanuel,
continuamos a agir. Muitas vezes, clamamos por um Cristo que deformamos,
adequando-o as nossas rogativas descabidas e pretensiosas. Aspirações de um
coração e de uma mente ainda acrisolados aos tesouros terrenos.
Mas nascemos da luz e luz nós seremos!
Em Jesus (O Livro dos Espíritos, Q. 625), temos
a medida futura de nosso alcance moral. A doação de seu filho evidencia o amor
e crédito do Pai Divino na humanidade terrena. Cabe a nós aprender que tudo
provem de Deus a quem devem ser submetidas as nossas escolhas.
Assim, ao rogarmos o seu apoio pelo recurso da
fé, estejamos resignados a sua perfeição manifesta em seus atributos (idem, Q.
13), dos quais destacamos ser Ele “soberanamente justo e bom”.
Luz e Paz!
Lourença