Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ENDIREITAI OS CAMINHOS

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ENDIREITAI OS CAMINHOS
“Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.” — João Batista. (JOÃO, 1: 23.)
A exortação do Precursor permanece no ar, convocando os homens de boa-vontade à regeneração das estradas comuns.
Em todos os tempos, observamos criaturas que se candidatam à fé, que anseiam pelos benefícios do Cristo. Clamam pela sua paz, pela presença divina e, por vezes, após transformarem os melhores sentimentos em inquietação injusta, acabam desanimadas e vencidas.
Onde está Jesus que não lhes veio ao encontro dos rogos sucessivos? Em que esfera longínqua permanecerá o Senhor, distante de suas amarguras?
Não compreendem que, através de mensageiros generosos do seu amor, o Cristo se encontra, em cada dia, ao lado de todos os discípulos sinceros.
Falta-lhes dedicação ao bem de si mesmos. Correm ao encalço do Mestre Divino, desatentos ao conselho de João: “endireitai os caminhos”.
Para que alguém sinta a influência santificadora do Cristo, é preciso retificar a estrada em que tem vivido. Muitos choram em veredas do crime, lamentam-se nos resvaladouros do erro sistemático, invocam o céu sem o desapego às paixões avassaladoras do campo material. Em tais condições, não é justo dirigir-se a alma ao Salvador, que aceitou a humilhação e a cruz sem queixas de qualquer natureza.
Se queres que Jesus venha santificar as tuas atividades, endireita os caminhos da existência, regenera os teus impulsos. Desfaze as sombras que te rodeiam e senti-Lo-ás, ao teu lado, com a sua bênção.

MINHA REFLEXÃO
Ser um discípulo do Mestre requer perseverança e muita fé, além de um senso de justiça que faz lembrar que, mais que ninguém, sem merecer, sofreu pelo o que acreditava e trabalhou para que nós entendêssemos a necessidade de nos transformarmos no sentido de Sua luz.
Que Deus nos ajude.
Domício.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

CONVERSÃO

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CONVERSÃO

E tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.
Jesus. (Lucas, 22: 32.)

Não é tão fácil a conversão do homem, quanto afirmam os portadores de convicções apressadas.
Muitos dizem “eu creio”, mas poucos podem declarar “estou transformado”.
As palavras do Mestre a Simão Pedro são muito simbólicas. Jesus proferiu-as, na véspera do Calvário, na hora grave da última reunião com os discípulos.
Recomendava ao pescador de Cafarnaum confirmasse os irmãos na fé, quando se convertesse.
Acresce notar que Pedro sempre foi o seu mais ativo companheiro de apostolado. O Mestre preferia sempre a sua casa singela para exercer o divino ministério do amor. Durante três anos sucessivos, Simão presenciou acontecimentos assombrosos. Viu leprosos limpos, cegos que voltavam a ver, loucos que recuperavam a razão; deslumbrara-se com a visão do Messias transfigurado no labor, assistira à saída de Lázaro da escuridão do sepulcro, e, no entanto, ainda não estava convertido.
Seriam necessários os trabalhos imensos de Jerusalém, os sacrifícios pessoais, as lutas enormes consigo mesmo, para que pudesse converter-se ao Evangelho e dar testemunho do Cristo aos seus irmãos.
Não será por se maravilhar tua alma, ante as revelações espirituais, que estarás convertido e transformado para Jesus. Simão Pedro presenciou essas revelações com o próprio Messias e custou muito a obter esses títulos.
Trabalhemos, portanto, por nos convertermos. Somente nessas condições, estaremos habilitados para o testemunho.

MINHA REFLEXÃO
A mudança de direção rumo ao Evangelho de Jesus resultará de nossa entrega à realização de sua obra e jamais por admirar, apenas, a grandeza em que se revelara e se revela o Filho de Deus. Esse providencial esclarecimento de Emmanuel implica que é por meio da fé ativa que o homem novo nascerá.
Nenhum de nós poderá transmudar-se por respeitar o Cristo a distância. Somos convidados ao envolvimento com o próximo através do Amor.
Há uma vastidão de ensejos à ação dignificante em todo lugar – lar, trabalho, instituição religiosa, etc. Rico ou pobre, a esterilidade não nos honra. Aprendamos bem com o exemplo destacado por Emmanuel! Pedro, apesar de sua intimidade com o Trabalhador divino, não foi eximido de, ele próprio, forjar a sua conversão.
A nossa missão não se resume a manifestar extasiamento diante da veneranda obra de Jesus. Convençamo-nos! Isso, costumamos manifestar, também, em relação a outros Espíritos de elevada luz. Cabe, a cada um de nós, materializar a missão a que nos comprometemos nesta encarnação, testemunhando a já alcançada evolução intelectual e moral.
Emmanuel recomenda que nos preservemos do engano, ainda comum, de que alguém nos substituirá em nossa obra pessoal. Finquemo-nos na fé em nós e em Deus. Estamos a receber, sem dúvida, o apoio divino, conforme exercitamos a inteligência e as demais faculdades, com humildade, reafirmando a presença de Deus no mundo (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 7, Item 13).
Multipliquemos através de nossas obras os bons frutos, sem desperdício de tempo. O que já está em nós é preciso repartir! Doemo-nos em benefício material e para sanar feridas espirituais. A vontade do Pai começa em nós. Sigamos nos convertendo em filhos de Deus através do trabalho que limpará a Terra das fomes de fraternidade e pão.
Luz e Paz!
Lourença.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

EM TI MESMO

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EM TI MESMO
“Tens fé? Tem-na em ti mesmo, diante de Deus.” — Paulo.
(ROMANOS, 14:22)

No mecanismo das realizações diárias, não é possível esquecer a criatura aquela expressão de confiança em si mesma, e que deve manter na esfera das obrigações que tem de cumprir à face de Deus.
Os que vivem na certeza das promessas divinas são os que guardam a fé no poder relativo que lhes foi confiado e, aumentando-o pelo próprio esforço, prosseguem nas edificações definitivas, com vistas à eternidade.
Os que, no entanto, permanecem desalentados quanto às suas possibilidades, esperando em promessas humanas, dão a idéia de fragmentos de cortiça, sem finalidade própria, ao sabor das águas, sem roteiro e sem ancoradouro.
Naturalmente, ninguém poderá viver na Terra sem confiar em alguém de seu círculo mais próximo; mas, a afeição, o laço amigo, o calor das dedicações elevadas não podem excluir a confiança em si mesmo, diante do Criador.
Na esfera de cada criatura, Deus pode tudo; não dispensa, porém, a cooperação, a vontade e a confiança do filho para realizar. Um pai que fizesse, mecanicamente, o quadro de felicidades dos seus descendentes, exterminaria, em cada um, as faculdades mais brilhantes.
Por que te manterás indeciso, se o Senhor te conferiu este ou aquele trabalho justo? Faze-o retamente, porque se Deus tem confiança em ti para alguma coisa, deves confiar em ti mesmo, diante d’Ele.

MINHA REFLEXÃO
Somos deuses, nos motivou Jesus Cristo. Mas essa condição divina pressupõe a integração com a Divindade Maior: Deus. Paulo nos lembra, muito bem, essa condição do desenvolvimento da fé no ser humano.
Podemos “sozinhos” fazer muitas coisas. Se deixarmos as pessoas próximas (familiares, companheiros de trabalho etc.) nos ajudar com sua singularidade, conseguiremos fazer muito mais. Mas, se, além disso, confiarmos na benevolência de Deus, então nos agigantaremos e nos transformaremos em pequenos Deuses, como o próprio Jesus Cristo se mostrou ser e que sabemos ser o Governador do nosso planeta. O Cristo certamente não nos iludiu e imaginemos ter uma consciência a ponto de governar a humanidade de um planeta, como Ele.
Diz-nos Um Espírito Protetor que há a fé humana e a fé divina (ESE, Cap. XIX, Item 12). Diz-nos ele:
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. Um Espírito Protetor. (Paris, l863.)
Entendo que a união dessas duas naturezas de fé é que torna o homem mais produtivo, colaborador de si mesmo e dos que Deus colocou em seu círculo de relações, bem como da humanidade como toda.
Que sejamos assim: fervorosos em nós e em Deus.
Que Deus nos ajude.
Domício

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O QUE É A CARNE

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QUE É A CARNE?
“Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.”
(Paulo – GÁLATAS: 5:25)

Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne.
É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências da carne, de seus criminosos impulsos e nocivos desejos. Nós mesmos, freqüentemente, nos sentimos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho. O próprio Mestre figurou que o espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca.
Entretanto, que é a carne?
Cada personalidade espiritual tem o seu corpo fluídico e ainda não percebestes, porventura, que a carne é um composto de fluídos condensados?
Naturalmente, esses fluídos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si. Podemos figurá-lo como casa terrestre, dentro da qual o espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más de seu possuidor.
Quando falamos em pecados da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à condição inferior do homem espiritual sobre o planeta.
Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má-fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.
É preciso se instale no homem a compreensão de sua necessidade de autodomínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo, em Jesus-Cristo.
Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao homem, a paternidade dos crimes e desvios da Terra, quando sabemos que tudo procede do espírito.


MINHA REFLEXÃO
A responsabilidade das ações, pensamentos e desejos atribuída à carne evidencia-se como mais uma fuga a qual recorremos para desviar o Espírito eterno que somos da busca pela edificação espiritual definitiva.
Emmanuel nos reporta aos ensinamentos da Doutrina Espírita de que o homem se compõe de duas naturezas _ o corpo e o Espírito -, distintas entre si por ser a primeira material e perecível e a segunda, eterna e imaterial, mas com existência real; e dotada das faculdades de inteligência e de pensamento além do senso moral (O Livro dos Espíritos (LE), Introdução).
Não há dúvida, portanto, de que “tudo parte do Espírito“, sentencia Emmanuel.
Os Espíritos são individualidades e pertencem a ordens diferentes como resultante de suas escolhas e da lei do próprio esforço. Somos sabedores de que o Espírito através da encarnação depura-se e eleva-se a novas classes. A demora desse progresso é porque temos obedecido, mais comumente, às vaidades humanas ou às opiniões alheias, subtraindo a nossa atenção dos conselhos do Mestre Divino. O Espírito encontra, nas menores coisas, oportunidades edificantes. A soma das mesmas forma as santas oficinas do aperfeiçoamento terrestre.
Nós Espíritos, reconhecendo a própria fraqueza, recorremos à natural lei de cooperação. Porém, é antinatural querer que outrem despenda os esforços imprescindíveis para que a criatura vença o velho egoísmo animal – causa de todas as imperfeições –, já que cabe a cada um, lembra Emmanuel, o “autodomínio”.
Importa trabalhar, conhecer-se, iluminar-se, vencendo as más tendências, no atendimento às solicitações do Cristo. A leviandade retarda o aperfeiçoamento do Espírito, pois fragiliza a vontade e a confiança no Divino que encontrará obstáculos naturais para se exprimir.
“O Espírito encarnado está sob a influência da carne” (L.E., Introdução). Jesus, porém, exemplificou, entre homens pecadores, a vitória sobre o mundo.  A Terra é vinha do Bom Pastor, onde Ele segue a semear e colher criaturas que se permitem salvar pelo Amor Divino.
Luz e Paz!
Lourença

domingo, 20 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO NO LAR

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EDUCAÇÃO NO LAR

“Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.” — Jesus.

(JOÃO, 8:38)

Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos.

Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora. A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus. O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade.

Debalde se improvisarão sociólogos para substituir a educação no lar por sucedâneos abstrusos que envenenam a alma. Só um espírito que haja compreendido a paternidade de Deus, acima de tudo, consegue escapar à lei pela qual os filhos sempre imitarão os pais, ainda quando estes sejam perversos.

Ouçamos a palavra do Cristo e, se tendes filhos na Terra, guardai a declaração do Mestre, como advertência.

MINHA REFLEXÃO

Não é fácil exercer a paternidade/maternidade, considerando que somos também Espíritos em evolução. Então, temos que pensar que devemos educar mais pelas ações do que por palavras. Isso nem sempre é fácil devido o estágio evolutivo de cada um.

Emmanuel nos esclarece que “a tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus”.

Na função de pai ou mãe há que se desenvolver a renúncia em relação aos gozos que os solteiros têm. Sem tornar a vida uma tristeza, a missão paternal deve estar em primeiro lugar em relação àquelas mundanas. Deus facilita essa missão com a infância dos filhos (Questões 208, 582 e 583 de O Livro dos Espíritos).

Que Deus nos ajude.

Domício

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CONFORTO

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CONFORTO
“Se alguém me serve, siga-me.” — Jesus.
(JOÃO, 12:26.)
Freqüentemente, as organizações religiosas e mormente as espiritistas, na atualidade, estão repletas de pessoas ansiosas por um conforto.
De fato, a elevada Doutrina dos Espíritos é a divina expressão do Consolador Prometido. Em suas atividades resplendem caminhos novos para o pensamento humano, cheios de profundas consolações para os dias mais duros.
No entanto, é imprescindível ponderar que não será justo querer alguém confortar-se, sem se dar ao trabalho necessário...
Muitos pedem amparo aos mensageiros do plano invisível; mas como recebê-lo, se chegaram ao cúmulo de abandonar-se ao sabor da ventania impetuosa que sopra, de rijo, nos resvaladouros dos caminhos?
Conforto espiritual não é como o pão do mundo, que passa, mecanicamente, de mão em mão, para saciar a fome do corpo, mas, sim, como o Sol, que é o mesmo para todos, penetrando, porém, somente nos lugares onde não se haja feito um reduto fechado para as sombras.
Os discípulos de Jesus podem referir-se às suas necessidades de conforto. Isso é natural. Todavia, antes disso, necessitam saber se estão servindo ao Mestre e seguindo-o. O Cristo nunca faltou às suas promessas.
Seu reino divino se ergue sobre consolações imortais; mas, para atingi-lo, faz-se necessário seguir-lhe os passos e ninguém ignora qual foi o caminho de Jesus, nas pedras deste mundo.

MINHA REFLEXÃO
Jesus nos oferece a presença fiel, mas é imperativo segui-lo em serviço, para contar com o merecimento de Seu amoroso conforto.
Jesus não se ausenta jamais de nosso convívio. Entre nós habitou como servo comum, para não fazer pouco de irmãos não esclarecidos. Pelas dolorosas vias da crucificação morreu para em seguida ressuscitar, extirpando a morte e instituir a certeza da vida eterna e do agigantamento do auxílio à humanidade inteira através das claridades propiciadas pelos Espíritos. ( É preciso lembrar, agradecidos, que Jesus inicia a fila imensa desses irmãos iluminados e é dentre eles o mais perfeito. )
 Somos convidados ao “ divino concerto “ como já capazes de participar da construção da era nova. Esta é o tempo de agora em que a moral evangélico-cristã, iniciada pelo Cristo, nos ensina a fazer emergir o homem renovado pela Caridade que segundo Jesus significa “ benevolência para com todos; indulgência para com as imperfeições alheias; e perdão das ofensas. “ ( O Livro dos Espíritos, Q. 886 )
Emmanuel não nos deixa acomodar à distração acerca de que o consolo a que aspiram os homens é resultante da paralisia e do clamor estéril e lamentoso. Mas, sem sombra de dúvidas, nasce do labor em que conquistaremos a salvação através do exercício da Caridade " Em todas as manifestações de nossas vidas.”, conforme certifica-nos o apóstolo Paulo.
O gozo do alívio resulta de estar com Jesus, conforme Jesus a caminhar em suas bases – “ o amor e a caridade “, suportando as vicissitudes e tribulações temporárias, para que, como irmãos Nele, cooperemos com a Sua obra redentora. ( O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VII, O Cristo Consolador, itens I e II ).
Nessa certeza, tratemos de, também nós, tornarmo-nos leais ao Mestre e Irmão amantíssimo.
Luz e Paz!
Lourença

sábado, 5 de novembro de 2011

MEDIUNIDADE

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MEDIUNIDADE
“E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei sobre toda carne; os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, vossos mancebos terão visões e os vossos velhos sonharão sonhos.” (ATOS, 2:17)

No dia de Pentecostes, Jerusalém estava repleta de forasteiros. Filhos da Mesopotâmía, da Frígia, da Líbia, do Egito, cretenses, árabes, partos e romanos se aglomeravam na praça extensa, quando os discípulos humildes do Nazareno anunciaram a Boa Nova, atendendo a cada grupo da multidão em seu idioma particular.
Uma onda de surpresa e de alegria invadiu o espírito geral.
Não faltaram os cépticos, no divino concerto, atribuindo à loucura e à embriaguez a revelação observada. Simão Pedro destaca-se e esclarece que se trata da luz prometida pelos céus à escuridão da carne.
Desde esse dia, as claridades do Pentecostes jorraram sobre o mundo, incessantemente.
Até aí, os discípulos eram frágeis e indecisos, mas, dessa hora em diante, quebram as influências do meio, curam os doentes, levantam o espírito dos infortunados, falam aos reis da Terra em nome do Senhor.
O poder de Jesus se lhes comunicara às energias reduzidas.
Estabelecera-se a era da mediunidade, alicerce de todas as realizações do Cristianismo, através dos séculos.
Contra o seu influxo, trabalham, até hoje, os prejuízos morais que avassalam os caminhos do homem, mas é sobre a mediunidade, gloriosa luz dos céus oferecida às criaturas, no Pentecostes, que se edificam as construções espirituais de todas as comunidades sinceras da Doutrina do Cristo e é ainda ela que, dilatada dos apóstolos ao círculo de todos os homens, ressurge no Espiritismo cristão, como a alma imortal do Cristianismo redivivo.

MINHA REFLEXÃO
No meu comentário à mensagem “9-Reuniões Cristãs” tocamos na questão da comunicabilidade entre os mundos corpóreo e espiritual. Nesta mensagem que agora refletimos, verificamos mais ainda essa realidade em que se ressalta o papel da mediunidade com o Cristo. Sim, com o Cristo, pois essa faculdade que todos temos, em maior ou menor grau (Allan Kardec – O Livro dos Médiuns (LM): Cap. XIV, Item 159) não é nenhum privilégio de algum grupo religioso, particularmente espírita. Pelo contrário, ela muitas vezes é que leva o médium, ainda deseducado e sofredor, a buscar um templo religioso.
Como Emmanuel declarou na mensagem de número 9 deste livro, Jesus Cristo liberou a comunicabilidade com os chamados mortos ao aparecer para os discípulos depois de se despir de seu corpo físico; e dando continuidade a essa abertura, como Emmanuel acrescenta, assistiu aos mesmos discípulos no fenômeno do Pentecostes. A partir daí, os discípulos, sentido a força da Espiritualidade Maior, se fortaleceram pela fé e passaram a fazer o que o Cristo fez muito naturalmente.
O Espírito Eurípedes Barsanulfo em “O Espírito da Verdade”, psicografado por Chico Xavier, nos lembra que antes do Pentecostes, Jesus viveu intensamente a mediunidade, curando, transformando água em vinho, abrandando a natureza, etc. Finalizando sua mensagem nos ilumina ao dizer: “porquanto os talentos medianímicos estiveram, incessantemente, nas mãos de Jesus, o nosso divino Mestre, que deve ser considerado, por todos nós, como sendo o Excelso Médium de Deus”.
Lembramos que refletimos sobre essa mensagem no blog “O Espírito da Verdade” (Disponível em: http://oconsolador.blogspot.com/2009/05/mediunidade-e-jesus.html) de onde extraimos o seguinte trecho da nossa reflexão:
A mediunidade, então, passa a ser reconhecida como a porta do esclarecimento e da consolação. Todos podem usá-la sem que sejam escolhidos religiosamente, pois passa a não ser mais objeto apenas dos iniciados e oráculos. Surge tanto na classe alta como na mais inferior. Não é mais privilégio de ninguém.
Muito se pode fazer no exercício da mediunidade, mas se deve fazer diferença entre o mediunismo e a mediunidade com Jesus.
Que saibamos sempre no uso de qualquer mediunidade, desde a intuição à incorporação, um exercício da caridade.
Então, que façamos dessa faculdade a porta de nossa libertação espiritual.
Que Deus nos ajude.
Domício

sábado, 29 de outubro de 2011

REUNIÕES CRISTÃS

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REUNIÕES CRISTÃS
“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas da casa onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus e pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco”. (JOÃO, 20:19)

Desde o dia da ressurreição gloriosa do Cristo, a Humanidade terrena foi considerada digna das relações com a espiritualidade.
O Deuteronômio proibira terminantemente o intercâmbio com os que houvessem partido pelas portas da sepultura, em vista da necessidade de afastar a mente humana de cogitações prematuras. Entretanto, Jesus, assim como suavizara a antiga lei da justiça inflexível com o perdão de um amor sem limites, aliviou as determinações de Moisés, vindo ao encontro dos discípulos saudosos.
Cerradas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que anelavam o convívio divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na vida eterna. Desde essa hora inolvidável, estava instituído o movimento de troca, entre o mundo visível e o invisível. A família cristã, em seus vários departamentos, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas e íntimas. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém, como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda dessas assembléias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos protestantes ou nos centros espíritas.
O objetivo é um só: procurar a influenciação dos planos superiores, com a diferença de que, nos ambientes espiritistas, a alma pode saciar-se, com mais abundância, em vôos mais altos, por se conservar afastada de certos prejuízos do dogmatismo e do sacerdócio organizado.

MINHA REFLEXÃO
A vinda de Jesus está a serviço do cumprimento da lei de Deus no tocante aos deveres para com Este e para com o próximo – princípios norteadores de Sua doutrina. A lei divina, contida nas leis mosaicas, serão apresentadas pelo Mestre  aos homens em seu “verdadeiro sentido” (O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), Cap. I, Item 3 ).
Jesus, no cumprimento de Sua missão, ensina com a sabedoria de espírito evoluído as coisas que podiam ser compreendidas. Dentre essas, ressalta a eternidade da vida para além  da existência material e a trilha a cumprir para o refazimento de todos nós em semelhantes ao Pai.
A ressurreição de Jesus testemunha a inexistência da morte e a garantia de que aqueles munidos de fé não seguiriam órfãos do conforto esclarecedor e amoroso do Bom Pastor.
O Cristo, observa Emmanuel, faz-se presente ao conjunto dos discípulos em reunião e não a um deles em especial. Ele cumpre a Sua promessa de estar “em qualquer lugar em que se encontrem duas ou três pessoas“ em Seu nome (São Mateus, 18: 20).
Em nome de Jesus significa colocar-se, verdadeiramente, um vinculado ao outro pelo bem que deve ser comum ao grupo e a que se intenciona. Portanto, é imperativo renunciar a quaisquer interesses egoísticos para a supremacia do amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
A história do Cristianismo ganhou voz e vigor em reuniões que disseminaram os ensinos do Cristo entre seus membros e aos novos seguidores.
Temos conosco a certeza da presença de Jesus a nos orientar, mesmo quando não estamos em agrupamentos de duas ou mais pessoas, desde que o bem seja a nossa finalidade. Atentemos, porém, para a importância dada por Jesus ao “efeito da união e da fraternidade” (ESE, Cap. 28, Item 5). Assim, se mais de um em caridade clama pela ajuda do Alto, há o fortalecimento da vontade.
Que valorizemos as nossas assembléias como momentos de sincera aliança para rogar a ajuda divina e exercitarmos o companheirismo comum aos irmãos em Cristo.
Luz e Paz.
Lourença

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

JESUS VEIO

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JESUS VEIO
“Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” – Paulo.
(FILIPENSES, 2: 7.)
Muitos discípulos falam de extremas dificuldades por estabelecer boas obras nos serviços de confraternização evangélica, alegando o estado infeliz de ignorância em que se compraz imensa percentagem de criaturas da Terra.
Entretanto, tais reclamações não são justas.
Para executar sua divina missão de amor, Jesus não contou com a colaboração imediata de Espíritos aperfeiçoados e compreensivos e, sim, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”.
Não podíamos ir ter com o Salvador, em sua posição sublime; todavia, o Mestre veio até nós, apagando temporariamente a sua auréola de luz, de maneira a beneficiar-nos sem traços de sensacionalismo.
O exemplo de Jesus, nesse particular, representa lição demasiado profunda.
Ninguém alegue conquistas intelectuais ou sentimentais como razão para desentendimento com os irmãos da Terra.
Homem algum dos que passaram pelo orbe alcançou as culminâncias do Cristo. No entanto, vemo-lo à mesa dos pecadores, dirigindo-se fraternalmente a meretrizes, ministrando seu derradeiro testemunho entre ladrões.
Se teu próximo não pode alçar-se ao plano espiritual em que te encontras, podes ir ao encontro dele, para o bom serviço da fraternidade e da iluminação, sem aparatos que lhe ofendam a inferioridade.
Recorda a demonstração do Mestre Divino.
Para vir a nós, aniquilou a si próprio, ingressando no mundo como filho sem berço e ausentando-se do trabalho glorioso, como servo crucificado.

MINHA REFLEXÃO
Certamente que temos alguma evolução, mas não chega aos pés do Cristo. Por que pretextar a ignorância das pessoas para ser indiferente a elas?
Jesus veio para os humildes, conforme nos ensina a bem-aventurança respectiva a essa virtude (S. MATEUS, 5:3). Nesse tocante, A. Kardec, no Cap. VII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Item 2, nos chama a seguinte atenção:
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção.
Daí Jesus Cristo não ter se preocupado, mais diretamente com esses e demais orgulhosos de toda sorte, pois segundo Ele:
Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não vêem e, ouvindo, não escutam e não compreendem. E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os vossos ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis (S. MATEUS,13:13-14).
Nosso Mestre ainda asseverou que não veio para os sãos, mas para os doentes (S. MATEUS, 9: 10-12).
Então, Emmanuel chama a atenção daqueles que se consideram cristãos, tendo já adquirido algum conhecimento sobre a doutrina espírita cristã, mesmo tendo reconhecidas imperfeições a serem resolvidas.
De modo comum, devemos acolher todos como irmãos que da mesma maneira que nós ainda tem um longo percurso até chegar à angelitude de Jesus Cristo.
A luz deve ser levada indistintamente. Assim, quem detém o recurso intelectual mais desenvolvido (um pouco da luz do Mestre), a pretexto de se moralizar na mesma medida, deve buscar compartilhar o que já conseguiu amealhar em termos de aquisições morais e intelectuais, já que de longe está vindo, ou seja, já vivenciou muitas experiências que hoje não concebe ver nos outros.
Que Deus nos ajude.
Domício

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

TUDO NOVO

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TUDO NOVO


“Assim é que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, 5:17)

É muito comum observarmos crentes inquietos, utilizando recursos sagrados da oração para que se perpetuem situações injustificáveis tão-só porque envolvem certas vantagens imediatas para suas preocupações egoísticas.
Semelhante atitude mental constitui resolução muito grave.
Cristo ensinou a paciência e a tolerância, mas nunca determinou que seus discípulos estabelecessem acordo com os erros que infelicitam o mundo. Em face dessa decisão, foi à cruz e legou o último testemunho de não-violência, mas também de não-acomodação com as trevas em que se compraz a maioria das criaturas.
Não se engane o crente acerca do caminho que lhe compete.
Em Cristo tudo deve ser renovado, O passado delituoso estará morto, as situações de dúvida terão chegado ao fim, as velhas cogitações do homem carnal darão lugar a vida nova em espírito, onde tudo signifique sadia reconstrução para o futuro eterno.
É contra-senso valer-se do nome de Jesus para tentar a continuação de antigos erros.
Quando notarmos a presença de um crente de boa palavra, mas sem o íntimo renovado, dirigindo-se ao Mestre como um prisioneiro carregado de cadeias, estejamos certos de que esse irmão pode estar à porta do Cristo, pela sinceridade das intenções; no entanto, não conseguiu, ainda, a penetração no santuário de seu amor.

MINHA REFLEXÃO
A todo momento a escolha entre ser homens segundo  a carne ou homens em espírito está colocada. Temos clareza de que, como habitantes da Terra, estamos em exílio por rebeldia às Leis de Deus.
A Providência Divina em sua excelsa generosidade oferece socorros os mais diversos. Contamos com os bons espíritos que nos intuem e se afligem com a comum indisciplina em aceitarmos o sofrimento que burila. Jesus se faz constante como modelo e guia. Os irmãos encarnados de quem já angariamos algum afeto também torcem e nos aconselham.
A prática da oração, comum a todos os credos, é meio que consola, orienta e potencializa a vontade. Todo o Universo opera em sintonia com o trabalho do homem que busca resistir aos impulsos inferiores.
Emmanuel parece nos instigar a uma leitura de nossas verdadeiras intenções. O que desejamos, de fato, quando recorremos à prece e o exemplo de Jesus? Invocamos Jesus através do precioso recurso da oração como homens de fé que pretendem munir-se de coragem para derrogar suas montanhas ou, tão somente, escondidos sob suas fraquezas e pouca vontade precisam  de um álibe?
Estudemos os nossos corações.
Jesus na sua estada na Terra nos ensinou "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; Amarás o teu próximo, como a ti mesmo "( S. Mateus, cap. XXII, vv. 34 a 40 ). Para tanto, Ele suportou a ignorância e a humilhação.
Jesus nasceu e viveu na Terra para testemunho da verdade pelo que morre crucificado.
Há uma necessidade de nos aproximarmos dos interesses de Jesus. Desarrazoado é exigir de nós - e acreditar em - mudanças intempestivas. Possível se faz que “(...) experimentemos sentir, pensar, falar e agir um tanto mais com o Cristo...” (Emmanuel, Rumo certo).
O Mestre Amoroso nos propõe suportarmos a nossa cruz, sem lamentações, para que a transformação em “ nova criatura “ se faça, um pouco todo dia, conforme permite a natureza. Sem saltos, mas constante.
Luz e Paz!
Lourença