Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 24 de junho de 2015

SEMPRE ADIANTE

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SEMPRE ADIANTE
Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também escravo.
II PEDRO (2: 19).

O Espírito encarnado, a fim de alcançar os altos objetivos da vida, precisa reconhecer sua condição de aprendiz, extraindo o proveito de cada experiência, sem escravizar-se.
O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legitima.
Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do corpo terrestre.
Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a dignidade devida. Comumente, se um rico é transferido a lugar de escassez, dá-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendicância; se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em ordenador insensato, escravizando-se à extravagância e à tirania.
É imprescindível muito cuidado para que as posições transitórias não paralisem os voos da alma.
Guarda a retidão de consciência e atira-te ao trabalho edificante; então, a teus olhos, toda situação representará oportunidade de atingir o “mais alto” e o “mais além”.
MINHA REFLEXÃO
De fato, quantas vezes ao nos deparar com o infortúnio ou boa sorte, demos tal valor a situação que esquecemos que foi nos dado apenas uma ponte de elevação.
O equilíbrio deve existir para todas as horas, afinal ainda estamos num mundo de provas e expiações. Os escândalos (o mal moral – motivos de queda), doenças, catástrofes, sucessos e insucessos são normais em nossas vidas. Devemos relevar e lembrar do Sermão do Monte proferido pelo maior Mestre que passou pela Terra (MATEUS, 5: 3 – 11).
Não podemos deixar que as vertigens espirituais que os escândalos,[1] fracassos ou boa sorte, reversões sociais, perda de entes queridos (seja por qual via) nos promovem na alma se transformem num motivo de escravização moral. Nem o revide, nem a depressão, nem a vaidade, nem a baixa autoestima...
Somos filhos de nós mesmos, pais de nossa sorte moral. Sejamos realistas e crentes na importância da vida futura[2] que enseja a felicidade e reunião com o Pai que está nos Céus. Construamos em torno de nós o Reino de Deus.
Vale registrar um pensamento de Emmanuel que corrobora essa mensagem dele:
Pausar para refletir ou refazer. Nunca estacionar para censurar ou lamentar.[3]
Que Deus nos ajude!
Domício.

[1] Se algum escandalizar a um destes pequenos que creem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós que um asno faz girar e que o lançassem no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha. Tende muito cuidado em não desprezar um destes pequenos. Declaro-vos que seus anjos no céu veem incessantemente a face de meu Pai que está nos céus, porquanto o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido. Se a vossa mão ou o vosso pé vos é objeto de escândalo, cortai-os e lançai-os longe de vós; melhor será para vós que entreis na vida tendo um só pé ou uma só mão, do que terdes dois e serdes lançados no fogo eterno. – Se o vosso olho vos é objeto de escândalo, arrancai-o e lançai-o longe de vós; melhor para vós será que entreis na vida tendo um só olho, do que terdes dois e serdes precipitados no fogo do inferno. (MATEUS, 18: 6 – 11; 5: 29 – 30).
[2] O Evangelho Seg. o Espiritismo, cap. II – Meu Reino não é deste mundo..
[3] Do Livro Palavras de Luz (FEB) – Dia 24 de junho. Psicografia de Chico Xavier.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

HOMENS E ANJOS

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HOMENS E ANJOS
Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.
                                                           II Pedro (2: 11).

É lastimável observar o grande número de pessoas que estão sempre dispostas a proferir sentenças blasfematórias, umas para com as outras. A leviandade domina-lhes as conversações, a mesquinhez corrompe-lhes as atividades nos mais diversos setores da vida.
Exceção feita aos sinceros cultivadores da luz religiosa, quase todos os homens se conservam à porta de situações ásperas em que o esforço difamatório lhes envenena a vida. Alimentam antipatias injustas para com os irmãos de atividade profissional, pelo próximo que lhes não aceita as ideias, pelos companheiros que se não afinam com os seus princípios. E como a lei é de compensação e troca, receberão dos colegas e dos vizinhos as mesmas vibrações destruidoras.
Guerras silenciosas, nesse sentido, têm, por vezes, secular duração.
Entretanto, o homem jactancioso está sempre rodeado pela ação benéfica de Espíritos iluminados e generosos, que, quanto mais revestidos de poder divino, mais se compadecem das fragilidades humanas, estendendo-lhes mãos acolhedoras para o caminho e jamais pronunciando juízos condenatórios diante do Senhor.
Toda vez que fores compelido a analisar os esforços alheios, recorda a palavra de Pedro. Não te esqueças de que as entidades angélicas, mananciais vivos e sublimes de força e poder, nunca enunciam sentenças acusatórias contra ti, diante de Deus.
MINHA REFLEXÃO
Vivemos num mundo em que o debate pelo convencimento das ideias nos leva a diminuir, desvalorizar os esforços dos outros e, em última análise, na defesa, difamar e ofender os semelhantes.
Nestas horas, como diz Emmanuel, inspirado em Pedro, esquecemos que somos tão frágeis e pequenos diante da Sabedoria de Deus nos maculando com pensamentos os mais inferiores possíveis.
Ser humano...
Nosso Mestre nos ensina que devemos ser puros de coração.[1] Então, para se defender, não devemos ofender, ao invés disso, lembremos que quem nos defende diante de Deus e dos homens são nossos próprios atos, isto é:
O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte. Emmanuel[2]
Que Deus nos ajude em nossa vigilância e lembremos sempre disso. Somos diuturnamente observados por Ele, nossos mentores, Espíritos Familiares e, é claro, pelos nossos desafetos espirituais que nos cobram por saberem de nossas incúrias espirituais ao longo de nossas vidas espirituais pregressas e particularmente desta atual.
Domício.


[1] Bem-aventurados os que têm puro o coração (Mateus, 5: 8). Vide desdobramento espirita em O Evangelho Seg. o Espiritismo, cap. VIII.
[2] In: Palavras de Emmanuel, cap. 18. Fé – Esperança – Caridade. Vide também em Palavras de Luz (outra publicação da FEB que reúne o pensamento de Emmanuel extraído de várias outras publicações desse grandioso Espírito através de Chico Xavier)

TRISTEZA

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TRISTEZA
Porque a tristeza, segundo Deus, opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo gera a morte.
Paulo (II Coríntios, 7: 10).
Conforme observamos na advertência de Paulo, há “uma tristeza segundo Deus” e outra “segundo a Terra”. A primeira soluciona problemas atinentes à vida verdadeira, a segunda é caminho para a morte, como símbolo de estagnação, no desvio dos sentimentos.
Muita gente considera virtudes a lamentação incessante e o tédio continuado. Encontramos os tristes pela ausência de dinheiro adequado aos excessos; vemos os torturados que se lastimam pela impossibilidade de praticar o mal; ouvimos os viciados na queixa doentia, incapazes do prazer de servir sem aguilhões. Essa é a tristeza do mundo que prende o Espírito à teia de reencarnações corretivas e perigosas.
Raros homens se tocam da “tristeza segundo Deus”. Muito poucos contemplam a si próprios, considerando a extensão das falhas que lhes dizem respeito, em marcha para a restauração da vida, no presente e no porvir. Quem avança por esse caminho redentor, se chora jamais atinge o plano do soluço enfermiço e da inutilidade, porque sabe reajustar-se, valendo-se do tempo, a golpes benditos de esforço para as novas edificações do destino.
MINHA REFLEXÃO
A tristeza é fruto de uma insatisfação, de uma decepção, de uma separação de um ente querido, etc. Pode ser fruto de uma baixa auto-estima construída pelos insucessos ou pela sugestão exterior de uma imagem negativa de si.
Segundo Paulo, compreendido por Emmanuel, podemos distinguir duas tristezas comuns na Terra: uma “segundo Deus” e outra “segundo a Terra”.
O Cristo nos advertiu que bem-aventurados seríamos nós se sofrêssemos bem, isto é, com resignação, compreendendo que o motivo do sofrimento teria causa em nós mesmos (por ações dessa ou de vidas passadas) e que deveríamos superar porque o que importava era a vida espiritual, a vida futura[1].
Somos frutos de nós mesmos, nunca vítima de ninguém. A tristeza segundo a Terra é aquela do egoísta que não se conforma com a rejeição, com a incompreensão alheia, com a injustiça dos outros, com a ingratidão, com a insatisfação por não conseguir um prazer ou por perder um bem material.
A tristeza, segundo Deus, produz também lágrimas, mas são benditas em si mesmas por lavar a alma das máculas espirituais adquiridas no passado.
Sejamos tristes quando a tristeza chegar, pois é inexorável que nos entristeçamos, pois estamos num mundo de provas e expiações (a felicidade não é deste mundo[2]), mas sejamos compreensíveis e não nos revoltemos, pois o Cristo que não tinha nada a provar ou expiar, passou por tudo que passou e foi vitorioso na comunhão com o Pai.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados (Mateus, 5:4). Vide interpretação espírita em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V (um dos maiores capítulos dessa obra de Allan Kardec).
[2] Vide dissertação de François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot sobre essa afirmação em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V (Bem-aventurados os aflitos), Item 20.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

ORIGEM DAS TENTAÇÕES

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ORIGEM DAS TENTAÇÕES
Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
TIAGO (1: 14)
Geralmente, ao surgirem grandes males, os participantes da queda imputam a Deus a causa que lhes determinou o desastre. Lembram-se, tardiamente de que o Pai é Todo-Poderoso e alegam que a tentação somente poderia ter vindo do Divino Desígnio.
Sim, Deus é o Absoluto Amor e tanto é assim que os decaídos se conservam de pé, contando com os eternos valores do tempo, amparados por suas mãos compassivas As tentações, todavia, não procedem da Paternidade Celestial.
Seria, porventura, o estadista humano responsável pelos atos desrespeitosos de quantos inquinam a lei por ele criada?
As referências do Apóstolo estão profundamente tocadas pela luz do céu.
“Cada um é tentado, quando atraído pela própria concupiscência”.
Examinemos particularmente ambos os substantivos “tentação” e “concupiscência”. O primeiro exterioriza o segundo, que constitui o fundo viciado e perverso da natureza humana primitivista. Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porqüanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.
Finalmente, destaquemos o verbo “atrair”. Verificaremos a extensão de nossa inferioridade pela natureza das coisas e situações que nos atraem.
A observação de Tiago é roteiro certo para analisarmos a origem das tentações.
Recorda-te de que cada dia tem situações magnéticas específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu no curso das horas e eliminarás os males próprios, atendendo ao bem que Jesus deseja.
MINHA REFLEXÃO
Não cair em tentação, eis o cuidado que o Mestre Jesus teve ao nos sugerir a oração do Pai Nosso. Sabia e compreendia nossas imperfeições, e desceu por isso. Então as tentações são frutos de nossas próprias imperfeições e o Cristo nos ensinou a pedir a Deus que nos livrasse delas e não que não nos as desse, caracterizando que elas não são provenientes do Pai[1].
O desejo pelos desejos carnais e materiais (concupiscência) é nosso forte da humanidade planetária da Terra. Quando se diz que a carne é fraca (ou que o Espírito na carne é fraco – Espíritos de nosso nível evolutivo!) – devemos entender que ainda somos muito concupiscentes. Falam mais alto nossas tendências inferiores e nos comprazemos nela. O arrependimento futuro é certo!
Isso nos faz lembrar a bem-aventurança: Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. (Mateus, 5: 8). A concupiscência se refere também às atrações dos pensamentos inferiores que nos levam a malícia, pensamentos equivocados em relação a outrem (muitas vezes provenientes do plano inferior, que sintonizamos e consideramos como verdade[2]). Enquanto nos comprazemos em pensar mal de alguém esquecemos de Deus, nos afastamos dele, de sua Lei.
Que nos livremos da nossa concupiscência, com a ajuda do nosso Pai e seus Filhos, Irmãos nossos.
Domício



[1] Vide ampliação dessa parte da oração em O Evangelho Seg. o Espiritismo, cap. XXVIII, Item 3, parte VI (Não nos deixes entregues à tentação, mas livra-nos do mal.), que mostra mostram a nossa relação com os maus pensamentos.
[2] Vide em O Livro do Espíritos, questões de 459 a 472 que tratam da “Influência oculta dos Espíritos em nossos pensamentos e atos”.

domingo, 7 de junho de 2015

DÁDIVAS ESPIRITUAIS

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DÁDIVAS ESPIRITUAIS
E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem ressuscite dentre os mortos.
Mateus (17: 9)
Se o homem necessita de grande prudência nos atos da vida comum, maior vigilância se exige da criatura, no trato com a esfera espiritual.
É o próprio Mestre Divino quem no-lo exemplifica.
Tendo conduzido Tiago, Pedro e João às maravilhosas revelações do Tabor, onde se transfigurou ao olhar dos companheiros, junto de gloriosos emissários do plano superior, recomenda solícito: “A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos”.
O Mestre não determinou a mentira, entretanto, aconselhou se guardasse a verdade para ocasião oportuna.
Cada situação reclama certa cota de conhecimento.
Sabia Jesus que a narrativa prematura da sublime visão poderia despertar incompreensões e sarcasmos nas conversações vulgares e ociosas.
Não esqueçamos que todos nós estamos marchando para Deus, salientando-se, porém, que os caminhos não são os mesmos para todos.
Se guardas contigo preciosa experiência espiritual, indubitavelmente poderás usá-la, todos os dias, utilizando-a em doses apropriadas, a fim de auxiliares a cada um dos que te cercam, na posição particularizada em que se encontram; mas não barateies o que a esfera mais alta te concedeu, entregando a dádiva às incompreensões criminosas, porque tudo o que se conquista do Céu é realização intransferível.
MINHA REFLEXÃO
No tocante ao campo do Espírito, nem tudo que nos é dado ver ou saber, pode ser compartilhado de modo inconsequente, sem que se tenha certeza que vai ser útil a divulgação.
Apesar do Cristo nos ter ensinado que não devemos colocar a candeia debaixo do alqueire e sim no velador[1], significando que o conhecimento não pode ser escondido da massa, ele mesmo ocultou do vulgo parte do conhecimento que deveríamos ter para compreender a Lei de Deus[2], pois nem todos tinham condições de compreender naquele momento. Mas no momento justo tudo foi esclarecido através da Terceira Revelação: o Espiritismo (o Consolador Prometido)[3].
Assim, devemos ser cautelosos em falar do que conhecemos para não sermos rechaçados e até mesmo ser mal julgados em nossas intenções. Cada coisa, no momento e local adequado. Deixemos ser consultados ou perguntemos se desejam que revelemos o que sabemos sobre algum assunto que está em pauta, salvo o que temos a dizer é de fato urgente e necessário para a comunidade de que fazemos parte.
Que tenhamos humildade em revelar o que sabemos, se for de fato útil e o terreno for propício para receber a semente que queremos jogar.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1]Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa” (Mateus, 5: 15). Vide interpretação em O Evangelho Seg. o Espiritismo (Cap. XXIV).
[2] "Por isso, lhes falo em parábolas, porque vendo não veem e ouvindo não ouvem nem compreendem. Neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os ouvidos, e não compreendereis; vendo, vereis e não enxergareis, pois o coração deste povo se tornou cevado, com ouvidos pesadamente ouviram, seus olhos se fecharam; para que não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos, não compreendam com o coração e se voltem para eu os curar” (Mateus, 13: 13 – 15). Vide interpretação em O Evangelho Seg. o Espiritismo (Cap. XXIV).
[3] Se me amais, guardai os meus mandamentos; e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece” (João, 14: 15 – 17). Vide interpretação em O Evangelho Seg. o Espiritismo (Cap. XXIV).

ENQUANTO É DIA

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ENQUANTO É DIA
Convém que eu faça as obras d’Aquele que me enviou, enquanto é dia.
Jesus. (João, 9: 4)
Sabemos que o labor divino do Mestre é incessante e efetua-se num dia perene e resplandecente de oportunidades; no entanto, para gravar-nos no entendimento o valor real da passagem na Terra, fala-nos Jesus de sua conveniência em aproveitar o ensejo do contacto direto com as criaturas.
Se semelhante atitude constitui motivo de preocupação para o Mestre, que não dizer de nós mesmos, nos círculos carnais ou nas esferas que lhes são imediatas, dentro das obrigações que nos competem na sagrada realização do bem eterno?
Cristo não se refere à necessidade de falar das obras de Deus, mas, sim, de construi-las a seu tempo.
Não ignoramos que, sendo Ele o Enviado do Altíssimo no mundo, os discípulos da Boa Nova são, a seu turno, os mensageiros do seu amor, nos mais recônditos lugares do orbe terrestre. Os que vibram de coração voltado para o Evangelho são, efetivamente, emissários da Divina Lição entre os companheiros da vida material, onde quer que estejam, e bem-aventurados serão todos aqueles que aproveitarem o dia generoso, realizando em si próprios e em derredor de seus passos as obras santificadas d’Aquele que os enviou.
Jamais desdenhes, desse modo, a posição em que te encontrares. Busca valorizá-la, através de todos os meios ao teu alcance, a fim de que teu esforço seja uma fonte de bênçãos para os outros e para teu próprio círculo. Nunca te esqueças de aproveitar o tempo na aquisição de luz, enquanto é dia.
MINHA REFLEXÃO
Há quem diga, e não são poucos, que a vida é curta e então devemos aproveitá-la ao máximo, não importa se em desfavor da própria evolução, que, em verdade, nem têm em mente que isso existe.
Ora, se a “vida é curta”, o que dizer do dia? No sentido moral, isso é muito importante de ser pensado. Sim, o dia é curto e as oportunidades são imensas de contribuir pela própria evolução e a dos semelhantes. Pensando elevado, expulsando os pensamentos ruins em relação a uma pessoa, purificando o pensamento, ou o coração.[1] De fato, como podemos ver a Deus se não enxergamos nem a nós próprios por não tirar o foco do semelhante?
A seara do Mestre é grandiosa[2] e nós que almejamos ser discípulos do Cristo, já que nos dispomos a isso pela religiosidade que demonstramos, devemos nos manter vigilante para não perdermos as poucas horas do dia e sermos bem produtivos enquanto cristãos.
Que Deus, nosso Anjo da Guarda e Espíritos Protetores nos ajudem e façamos juz à Sua ajuda.
Domício.




[1] Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. (Mateus, 5: 8).
2. Traziam-lhe as criancinhas, para que as tocasse, mas os discípulos repreenderam eles. Mas, vendo (isso), Jesus indignou-se e disse-lhes: “Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus. Amém vos digo: Quem não receber o Reino de Deus como uma criancinha, de modo nenhum entrará nele”. (Marcos, 10: 13 – 15).
[2] Mateus (20: 1 – 16).

sexta-feira, 5 de junho de 2015

ÍDOLOS

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ÍDOLOS
Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos Ídolos.
Atos (15: 29.)
Os ambientes religiosos não perceberam ainda toda a extensão do conceito de idolatria.
Quando nos referimos a ídolos, tudo parece indicar exclusivamente as imagens materializadas nos altares de pedra. Essa é, porém, a face mais singela do problema.
Necessitam os homens exterminar, antes de tudo, outros ídolos mais perigosos, que lhes perturbam a visão e o sentimento.
Demora-se a alma, muitas vezes, em adoração mentirosa.
Refere-se o versículo às “coisas sacrificadas aos ídolos”, e o homem está rodeado de coisas da vida. Movimentando-as, a criatura enriquece o patrimônio evolutivo. Ë necessário, no entanto, diferenciar as que se encontram consagradas a Deus das sacrificadas aos ídolos.
A ambição de alcançar os valores espirituais, de acordo com Jesus, chama-se virtude; o propósito de atingir vantagens transitórias no campo carnal, no plano da inquietação injusta, chama-se insensatez.
Os “primeiros lugares”, que o Mestre nos recomendou evitemos, representam Ídolos igualmente. Não consagrar, portanto, as coisas da vida e da alma ao culto do imediatismo terrestre, é escapar de grosseira posição adorativa.
Quando te encontres, pois, preocupado com os insucessos e desgostos, no círculo individual, não olvides que o Cristo, aceitando a cruz, ensinou-nos o recurso de eliminar a idolatria mantida em nosso caminho por nós mesmos.
MINHA REFLEXÃO
O Mundo de César[1], apesar de necessário, e deve ser respeitado, pois é nele que vivemos, está cheio de ídolos, na feição de facilidades, vantagens transitórias (MAMON[2]), competindo com Deus. Emmanuel nos fala, nessa mensagem, do cuidado que devemos ter com a idolatria a essas situações propostas pelo mundo de César, e que devemos cultivar em nós as virtudes propostas pelo Cristo, que são “a ambição de alcançar os valores espirituais”.
Devemos viver no mundo de César respeitando os direitos e deveres que devemos cumprir em relação aos nossos semelhantes. Entretanto...
Quem não tem desgostos, frustrações, a vivência da ingratidão por parte dos mais queridos? Quem não se melindra por que não foi chamado aos primeiros lugares? Nessas situações, em geral, nos portamos como servos e não filhos de Deus (Vide mensagem refletida deste blog, intitulada Filhos e servos). O imediatismo nos estagna perante a Lei de Deus e desse modo idolatramos as coisas de cunho material em detrimento das coisas de cunho espiritual.
Que possamos viver no Mundo de César, sem escolher a Mamon.
Que tenhamos merecimento, nesse tocante, da ajuda de Deus, fazendo as escolhas certas!
Domício.



[1] Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo? Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu: Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendo-lhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta inscrição? - De César, responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mateus, 22: 17-21). Vide interpretação espírita em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI.
[2] Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (Lucas, 16: 13). Vide interpretação espírita em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVI.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

FILHOS E SERVOS

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FILHOS E SERVOS
Ora, o servo não fica para sempre na casa; o filho fica para sempre.
Jesus. (João, 8: 35.)
Na sua exemplificação, ensinou-nos Jesus como alcançar o título de filiação a Deus.
O trabalho ativo e incessante, o desprendimento dos interesses inferiores do mundo, a perfeita submissão aos desígnios divinos, constituíram traços fundamentais de suas lições na Terra.
Muitos homens, notáveis pela bondade, pelo caráter adamantino, sacerdotes dignos e crentes sinceros, poderão ser dedicados servos do Altíssimo. Mas o Cristo induziu-nos a ser mais alguma coisa. Convidou-nos a ser filhos, esclarecendo que esses ficam “para sempre na casa”.
E os servos? Esses, muita vez, experimentam modificações. Nem sempre permanecerão, ao lado do Pai.
Mas, não é a Terra igualmente uma dependência, ainda que humilde, da casa de Deus? Aí palpita a essência da lição.
O Mestre aludiu aos servos como pessoas suscetíveis de vários interesses próprios. Os filhos, todavia, possuem interesses em comum com o Pai. Os primeiros, servindo a Deus e a si mesmos, porque como servidores aguardam remuneração, podem sofrer ansiedades, aflições, delírios e dores ásperas. Os filhos, porém, estão sempre “na casa”, isto é, permanecerão em paz, superiores às circunstâncias mais duras, porqüanto reconhecem, acima de tudo, que pertencem a Deus.
MINHA REFLEXÃO
Ser considerado Filho de Deus é a medalha maior, o coroamento de uma vida sacrificial, de renúncia de si mesmo, pois é uma vida assim que guarda sintonia com a Lei e os Profetas[1].
O Cristo foi o exemplo de sintonia e apresentou para todos nós o caminho que nos leva a Casa do Pai para nela ficar. As bem-aventuranças é um roteiro que inclui duas que muito se coaduna com essa mensagem: Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (Mateus, 5: 4.); Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Id., 5: 9.)[2]
A Terra é um planeta de provas e expiações e por isso Jesus prevê a violência que os brandos e pacíficos sofrerão, a partir de suas próprias incúrias de vidas passadas. Mas a recompensa é a sintonia maior com o Pai, que o Filho pródigos buscou depois de ter se desviado de seu pai. Ele voltou para a casa paterna e lá ficou.
Que possamos ser merecedores da augusta misericórdia e assistência do Pai Maior, bem como do Seu Filho Maior.
Que Eles nos ajudem!
Domício.



[1] Mateus (7: 12 e 22: 37-40). Lucas (6: 31). O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XI (Amar o próximo como a si mesmo).
[2] Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.