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SEMPRE ADIANTE
Porque de quem alguém
é vencido, do tal faz-se também escravo.
II PEDRO
(2: 19).
O Espírito encarnado, a fim de alcançar os altos objetivos
da vida, precisa reconhecer sua condição de aprendiz, extraindo o proveito de
cada experiência, sem escravizar-se.
O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do
corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o
ensejo de elevação em sua essência legitima.
Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas
reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do
corpo terrestre.
Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a
dignidade devida. Comumente, se um rico é transferido a lugar de escassez,
dá-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendicância;
se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em
ordenador insensato, escravizando-se à extravagância e à tirania.
É imprescindível muito cuidado para que as posições
transitórias não paralisem os voos da alma.
Guarda
a retidão de consciência e atira-te ao trabalho edificante; então, a teus
olhos, toda situação representará oportunidade de atingir o “mais alto” e o “mais
além”.
MINHA REFLEXÃO
De fato, quantas vezes ao nos deparar com o infortúnio ou
boa sorte, demos tal valor a situação que esquecemos que foi nos dado apenas
uma ponte de elevação.
O equilíbrio deve existir para todas as horas, afinal ainda
estamos num mundo de provas e expiações. Os escândalos (o mal moral – motivos
de queda), doenças, catástrofes, sucessos e insucessos são normais em nossas
vidas. Devemos relevar e lembrar do Sermão do Monte proferido pelo maior Mestre
que passou pela Terra (MATEUS, 5: 3 – 11).
Não podemos deixar que as vertigens espirituais que os
escândalos,[1]
fracassos ou boa sorte, reversões sociais, perda de entes queridos (seja por
qual via) nos promovem na alma se transformem num motivo de escravização moral.
Nem o revide, nem a depressão, nem a vaidade, nem a baixa autoestima...
Somos filhos de nós mesmos, pais de nossa sorte moral.
Sejamos realistas e crentes na importância da vida futura[2] que enseja a felicidade e
reunião com o Pai que está nos Céus. Construamos em torno de nós o Reino de
Deus.
Vale registrar um pensamento de Emmanuel que corrobora essa mensagem dele:
Pausar para refletir ou refazer. Nunca estacionar para censurar ou
lamentar.[3]
Que Deus nos ajude!
Domício.
[1]
Se algum escandalizar a um destes pequenos que creem em mim, melhor fora que
lhe atassem ao pescoço uma dessas mós que um asno faz girar e que o lançassem
no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que
venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha. Tende muito
cuidado em não desprezar um destes pequenos. Declaro-vos que seus anjos no céu veem
incessantemente a face de meu Pai que está nos céus, porquanto o Filho do Homem
veio salvar o que estava perdido. Se a vossa mão ou o vosso pé vos é objeto de
escândalo, cortai-os e lançai-os longe de vós; melhor será para vós que entreis
na vida tendo um só pé ou uma só mão, do que terdes dois e serdes lançados no
fogo eterno. – Se o vosso olho vos é objeto de escândalo, arrancai-o e lançai-o
longe de vós; melhor para vós será que entreis na vida tendo um só olho, do que
terdes dois e serdes precipitados no fogo do inferno. (MATEUS, 18: 6 – 11; 5: 29
– 30).
[3] Do
Livro Palavras de Luz (FEB) – Dia 24 de junho. Psicografia de Chico Xavier.