Mensagem de boas vindas


sábado, 29 de setembro de 2012

HERESIAS


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HERESIAS
E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.
Paulo.
I CORÍNTIOS (11: 19).
Recebamos os hereges com simpatia, falem livremente os materialistas, ninguém se insurja contra os que duvidam, que os descrentes possuam tribunais e vozes.
Isso é justo.
Paulo de Tarso escreveu este versículo sob profunda inspiração.
Os que condenam os desesperados da sorte não ajuízam sobre o amor divino, com a necessária compreensão. Que dizer-se do pai que amaldiçoa o filho por haver regressado a casa enfermo e sem esperança?
Quem não consegue crer em Deus está doente. Nessa condição, a palavra dos desesperados é sincera, por partir de almas vazias, em gritos de socorro, por mais dissimulados que esses gritos pareçam, sob a capa brilhante dos conceitos filosóficos ou científicos do mundo. Ainda que os infelizes dessa ordem nos ataquem, seus esforços inúteis redundam a benefício de todos, possibilitando a seleção dos valores legítimos na obra iniciada.
Quanto à suposta necessidade de ministrarmos fé aos negadores, esqueçamos a presunção de satisfazê-los, guardando conosco a certeza de que Deus tem muito a dar-lhes. Recebamo-los como irmãos e estejamos convictos de que o Pai fará o resto.

MINHA REFLEXÃO
Muitos são os iníquos. E nós que já refletimos sobre nossas ações, particularmente as más, não podemos esquecer que já fizemos tudo que reprovamos hoje e talvez com mais profundidade, em termos da maldade reprovada.
Muitos são os descrentes e nós já fomos até perseguidores do Cristo e daqueles que defenderam, em sua humildade, a Lei de Deus e os preceitos cristãos.
Então, Emmanuel vem nos lembrar de que aqueles que hoje ainda são descrentes, mas sinceros em sua descrença, que incomoda muito, às vezes, pela dissimulação e ironia, são filhos de nosso Pai Maior – nossos irmãos. E Deus faz chover sobre os justos e injustos e tem lugar para todos em seu Seio Paternal. A cada um dá a oportunidade de rever seus conceitos e práticas, de modo eterno. Mas nunca desampara ninguém, deixando cada um livre para dar o tempo próprio para sua evolução. Como diz Santo Agostinho,
Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés (- Santo Agostinho. Paris, 1862. In: O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. XIV – Item 9).
Santo Agostinho, quando trata da ingratidão dos filhos, nos faz lembrar que Deus quer o bem para todos e espera o retorno a Ele daqueles que se afastaram de suas Leis. Não importa se esse afastamento se deu, e se dá, inclusive fazendo ignomínia em relação a Seu nome.
Hoje não mais fazemos isso, então temos que dar curso a nossa evolução sendo indulgentes ao que ficaram para trás por rebeldia, mas que um dia se cansarão, “com o orgulho afinal abatido” e então se lançará aos pés do Criador pedindo outro rumo, outra oportunidade.
Que Deus tenha compaixão por nós. Que Sua infinita Misericórdia seja sentida por nós.
Domício.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SEMEADURA


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SEMEADURA
Mas, tendo sido semeado, cresce. — Jesus.
MARCOS, 4:32.
É razoável que todos os homens procurem compreender a substância dos atos que praticam nas atividades diárias. Ainda que estejam obedecendo a certos regulamentos do mundo, que os compelem a determinadas atitudes, é imprescindível examinar a qualidade de sua contribuição pessoal no mecanismo das circunstâncias, porquanto é da lei de Deus que toda semeadura se desenvolva.
O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.
Muitos Espíritos, de corpo em corpo, permanecem na Terra com as mesmas recapitulações durante milênios. A semeadura prejudicial condicionou-os à chamada “morte no pecado”.
Atravessam os dias, resgatando débitos escabrosos e caindo de novo pela renovação da sementeira indesejável. A existência deles constitui largo círculo vicioso, porque o mal os enraiza ao solo ardente e árido das paixões ingratas.
Somente o bem pode conferir o galardão da liberdade suprema, representando a chave única suscetível de abrir as portas sagradas do Infinito à alma ansiosa.
Haja, pois, suficiente cuidado em nós, cada dia, porquanto o bem ou o mal, tendo sido semeados, crescerão junto de nós, de conformidade com as leis que regem a vida.

MINHA REFLEXÃO
Somos o que fazemos, de modo natural.[1] O que apresentamos nesse status, traduz o Espírito que somos, pois o que sai de nós é como se fosse o fruto que cultivamos até o momento de uma ação. Ainda repetimos muito as ações do passado contrárias ao que faz o homem de bem que busca se pautar pela prática diária da caridade (O Evang. Segundo o Espiritismo, Cap. 17 – Item 3). Um homem que é virtuoso busca ser um homem de bem, mas nem sempre consegue superar-se em alguma imperfeição e é quando cai, magoando alguém ou magoando-se.
Como diz o Espírito François, Nicolas, Madeleine-Cardeal Morlot, (O Evang. Segundo o Espiritismo, Cap. 17 - Item 8): “Ser bom, caridoso, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente são acompanhada quase sempre de pequenas falhas morais que as desmerecem e as enfraquecem.”
A virtude que podemos desenvolver em nós será o bem que ofereceremos amanhã, de modo natural, às pessoas que convivem conosco. Ela é fruto cultivado pelo homem em reforma. O esforço nesse mister representa também uma virtude, pois o esforço significa a semeadura, em nossa compreensão, pois como adverte Emmanuel: “Haja, pois, suficiente cuidado em nós, cada dia, porquanto o bem ou o mal, tendo sido semeados, crescerão junto de nós, de conformidade com as leis que regem a vida.”
Que saibamos evitar as ervas daninhas proliferarem em nós. Sejamos um(a) cultivador(a) cristão (ã).


[1] “Falou Jesus: “a cada um será concedido segundo as próprias obras”. Não se preocupe com os outros, a não ser para ajudá-los; pois a Lei de Deus não conhece você pelo que você observa, mas simplesmente através daquilo que você faz.” ANDRÉ LUIZ in: O Espírito da Verdade (Chico Xavier). Vide também reflexão a respeito in: www.oconsolador.blogspot.com.

domingo, 16 de setembro de 2012

COMER E BEBER


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COMER E BEBER
Então, começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua presença e tens ensinado nas nossas ruas. Jesus.
LUCAS, 13:26.
O versículo de Lucas, aqui anotado, refere-se ao pai de família que cerrou a porta aos filhos ingratos.
O quadro reflete a situação dos religiosos de todos os matizes que apenas falaram, em demasia, reportando-se ao nome de Jesus. No dia da análise minuciosa, quando a morte abre, de novo, a porta espiritual, eis que dirão haver “comido e bebido” na presença do Mestre, cujos ensinamentos conheceram e disseminaram nas ruas.
Comeram e beberam apenas. Aproveitaram-se dos recursos egoisticamente. Comeram e acreditaram com a fé intelectual. Beberam e transmitiram o que haviam aprendido de outrem.
Assimilar a lição na existência própria não lhes interessava a mente inconstante.
Conheceram o Mestre, é verdade, mas não o revelaram em seus corações. Também Jesus conhecia Deus; no entanto, não se limitou a afirmar a realidade dessas relações. Viveu o amor ao Pai, junto dos homens. Ensinando a verdade, entregou-se à redenção humana, sem cogitar de recompensa.
Entendeu as criaturas antes que essas o entendessem, concedeu-nos supremo favor com a sua vinda, deu-se em holocausto para que aprendêssemos a ciência do bem.
Não bastará crer intelectualmente em Jesus. É necessário aplicá-lo a nós próprios.
O homem deve cultivar a meditação no círculo dos problemas que o preocupam cada dia. Os irracionais também comem e bebem. Contudo, os filhos das nações nascem na Terra para uma vida mais alta.

MINHA REFLEXÃO
São os diversos chamados para que nós seres humanos se integrem aos planos de Deus. Muitos iniciam empolgadamente sua senda religiosa sem, no entanto, transformar-se num “homem novo”.
Muito difícil é a reforma íntima, mas podemos com muito esforço mudar paulatinamente nossos hábitos físicos e morais se realmente quisermos fazer valer a oportunidade de “comer e beber” com o Mestre Jesus.
Isso toca na questão do DEVER que devemos ter para com Deus, para com o próximo e para conosco mesmo (O Evang. Seg. o Espiritismo, cap. 17, item 7).
O propósito de “comermos e bebermos” com Jesus não deve ser outro senão o nosso progresso moral sintonizado com Ele, em pensamento e atos.
Essa passagem de Lucas está dentro de um contexto em que Jesus se referiu à porta estreita do Céu. Ensinou que devíamos nos esforçar para passar por ela, pois quando da despedida desse plano e entrada no plano espiritual a cobrança do feito enquanto “vivos” (para nós espíritas, encarnados) seria realizada. Então, não é suficiente apenas falarmos em nome de Jesus. É, sobretudo, necessário, para entrarmos no Reino de Jesus, termos nos validos de sua companhia espiritual, agora em mente. Termos-nos transformados em homens de bem.
Sejamos os escolhidos, pois que há muito temos sido chamados, no entanto temos dado mais importância às “seduções do interesse e do coração” (Idem).
Que Deus nos ajude quando fraquejarmos.
Domício

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

RECAPITULAÇÕES


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RECAPITULAÇÕES

“Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.”
JOÃO, 12:43.

Os séculos parecem reviver com seus resplendores e decadências.
Fornece o mundo a impressão dum campo onde as cenas se repetem constantemente.
Tudo instável.
A força e o direito caminham com alternativas de domínio. Multidões esclarecidas regressam a novas alucinações. O espírito humano, a seu turno, considerado insuladamente, demonstra recapitular as más experiências, após alcançar o bom conhecimento.
Como esclarecer a anomalia? A situação é estranhável porque, no fundo, todo homem tem sede de paz e fome de estabilidade. Importa reconhecer, porém, que, no curso dos milênios, as criaturas humanas, em múltiplas existências, têm amado mais a glória terrena que a glória de Deus.
Inúmeros homens se presumem redimidos com a meditação criteriosa do crepúsculo, mas... e o dia que já se foi? Na justiça misericordiosa de suas decisões, Jesus concede ao trabalhador hesitante uma oportunidade nova, O dia volta. Refunde-se a existência. Todavia, que aproveita ao operário valer-se tão somente dos bens eternos, no crepúsculo cheio de sombras?
Alguém lhe perguntará: que fizeste da manhã clara, do Sol ardente, dos instrumentos que te dei? Apenas a essa altura reconhece a necessidade de gloriar-se no Todo-Poderoso. E homens e povos continuarão desfazendo a obra falsa para recomeçar o esforço outra vez.

MINHA REFLEXÃO
Incrível, como fomos e ainda somos renitentes no erro, apesar dos conhecimentos científicos, filosóficos e morais. Milênios de anos de trabalhos dos Espíritos Superiores para nos dar a sustentação espiritual para que investíssemos em nossa reforma íntima. No entanto, nos comprazemos na instabilidade.
Não basta vermos, ouvirmos, sentirmos...
É preciso o cansaço, a dor ferrenha, o sofrimento insuportável e vida depois da morte com o remorso a corroer a consciência.
Emmanuel lembra que precisamos nos ligar mais às glórias de Deus que às do mundo. De certo que vivemos no mundo, não para o mundo. Comprometamos-nos com o mundo de César, apenas no que tange ao respeito de suas leis, mesmo que temporárias, mas necessárias para um determinado momento (S. MATEUS, 22: 18 a 21; O Evangelho Seg. o Espritismo, Cap. XI – Amar o próximo como a si mesmo).
Devemos nos comprometer, em especial com Deus e nos libertar do desculpismo de que somos imperfeitos para continuar a praticar nossas ignomínias contra nossa própria evolução.
Deus conta conosco. Jesus conta conosco. Os bons Espíritos desencarnados ou encarnados, sobretudo os encarnados que nos dão o exemplo e nos apontam um horizonte feliz.
Seremos anjos, sim, mas precisamos avançar com disposição para esse status. (O Evangelho segundo o Espiritismo, CAP. XVII – SEDE PERFEITOS; O Livro dos Espíritos Parte 2ª – CAP. I - Diferentes ordens de Espíritos).
Que todos os citados nos ajudem, em particular Nosso Pai Eterno.
Domicio