Mensagem de boas vindas


domingo, 31 de março de 2013

A GRANDE PERGUNTA


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A GRANDE PERGUNTA
E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? Jesus.
LUCAS, 6: 46.

Em lamentável indiferença, muitas pessoas esperam pela morte do corpo, a fim de ouvirem as sublimes palavras do Cristo.
Não se compreende, porém, o motivo de semelhante propósito. O Mestre permanece vivo em seu Evangelho de Amor e Luz.
É desnecessário aguardar ocasiões solenes para que lhe ouçamos os ensinamentos sublimes e claros.
Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho santo, mas desejam revelações diretas. Teriam mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o Senhor, de modo pessoal, em suas manifestações divinas. Acreditam-se merecedores de dádivas celestes e acabam considerando que o serviço do Evangelho é grande em demasia para o esforço humano e põem-se à espera de milagres imprevistos, sem perceberem que a preguiça sutilmente se lhes mistura à vaidade, anulando-lhes as forças.
Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre Divino em seu verbo imortal.
Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram chamados, por mais humildes lhes pareçam as atividades a que se ajustam.
Na qualidade de político ou de varredor, num palácio ou numa choupana, o homem da Terra pode fazer o que lhe ensinou Jesus.
É por isso que a oportuna pergunta do Senhor deveria gravar-se de maneira indelével em todos os templos, para que os discípulos, em lhe pronunciando o nome, nunca se esqueçam de atender, sinceramente, às recomendações do seu verbo sublime.

MINHA REFLEXÃO
Estamos passando pelo período da Páscoa, comemorado por diversos grupos de cristãos. É um momento em que se lembra do sacrifício do Cristo por todos nós. As reverências são feitas, como no Natal, e assim se fecha o ciclo de nascimento e morte do Senhor.
Emmanuel nos chama a atenção sobre nossa preguiça em testemunhar a nossa adoração ao Mestre, seja em qualquer nível social, de gênero ou religioso. Segundo ele, não precisamos esperar uma grande provação, dor ou o próprio desencarne para sermos verdadeiramente cristãos. As iniciativas cristãs devem ser tomadas no dia a dia como preparo para os momentos difíceis, pois decerto virão, pois nos encontramos em um planeta de provas ou expiações (O Evangelho Seg. o Espiritismo, cap. III)
Nossa responsabilidade aumenta quando pregamos seus ensinamentos, pois assim declaramos conhecer o seu Verbo-Exemplo. Não podemos nos comportar como os hipócritas que tanto o Mestre falou (S. Mateus, 7: 21 – 23; S. Lucas, 12, 47 – 48; O Evangelho Seg. o Espiritismo, cap. 18).
Que Deus nos ajude.
Domício

QUEM ÉS?


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QUEM ÉS?
Há só um Legislador e um Juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem? TIAGO, 4: 12
  
Deveria existir, por parte do homem, grande cautela em emitir opiniões relativamente à incorreção alheia.
Um parecer inconsciente ou leviano pode gerar desastres muito maiores que o erro dos outros, convertido em objeto de exame.
Naturalmente existem determinadas responsabilidades que exigem observações acuradas e pacientes daqueles a quem foram conferidas. Um administrador necessita analisar os elementos de composição humana que lhe integram a máquina de serviços. Um magistrado, pago pelas economias do povo, é obrigado a examinar os problemas da paz ou da saúde sociais, deliberando com serenidade e justiça na defesa do bem coletivo. Entretanto, importa compreender que homens, como esses, entendendo a extensão e a delicadeza dos seus encargos espirituais, muito sofrem, quando compelidos ao serviço de regeneração das peças vivas, desviadas ou enfermiças, encaminhadas à sua responsabilidade.
Na estrada comum, no entanto, verifica-se grande excesso de pessoas viciadas na precipitação e na leviandade.
Cremos seja útil a cada discípulo, quando assediado pelas considerações insensatas, lembrar o papel exato que está representando no campo da vida presente, interrogando a si próprio, antes de responder às indagações tentadoras: “Será este assunto de meu interesse? Quem sou? Estarei, de fato, em condições de julgar alguém?”

MINHA REFLEXÃO
Somos muitas vezes insensatos ao falar, e até mesmo em pensar mal de alguém. Somos uma história viva de insensatez e queda às tentações que a vida material nos oferece ou nos ofereceu ao longo de nossa vida espiritual.
É verdade que muitas coisas em outros nos incomodam. Todavia, quanto de nossas coisas incomoda os outros? Não sabemos ver a trave que se encontra em nossos olhos, quando nos comprazemos em ver o argueiro nos olhos dos outros (S. Mateus, 7: 3 – 5.).
Essa mensagem nos convida à prática da indulgência. José, Espírito Protetor, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X (Bem-aventurados os Misericordiosos) nos assevera que:

A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó, homens! Quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos?
Sim, temos que pensar que se aquilo que criticamos em alguém não praticamos hoje, decerto praticamos em vidas passadas ou mesmo nessa vida. Também, devemos pensar que, se não fazemos aquilo que reprovamos em outrem, ainda praticamos outras ações que também são reprováveis, segundo as Leis de Deus.
Estamos todos num planeta de provas e expiações, que nos categoriza como Espíritos imperfeitos, e assim como nós nos encontramos um pouco melhor que ontem, nossos “réus” também melhorarão.
Quando formos chamados a repreender alguém que sigamos o Espírito São Luís quando respondeu a A. Kardec que lhe perguntou:

Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?
Resp. Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido. - S. Luís. (Paris, 1860.)

Que Deus nos ajude a sermos indulgentes para com o nosso semelhante e procuremos nos esforçar em melhorar o “homem velho” que ainda habita em nós.
Domício