Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 16 de maio de 2012

NEGÓCIOS


27
 NEGÓCIOS 

“E ele lhes disse: Por que me procuráveis?
 não sabíeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?" 
 (LUCAS, capítulo 2, versículo 49.)

O homem do mundo está sempre preocupado pelos negócios referentes
aos seus interesses efêmeros.
 
Alguns passam a existência inteira observando a cotação das bolsas.Absorvem-se outros no estudo dos mercados.
 
Os países têm negócios internos e externos. Nos serviços que lhes dizem
respeito, utilizam-se maravilhosas atividades da inteligência. Entretanto, apesar de sua feição respeitável, quando legítimas, todos esses movimentos são precários e transitórios. As bolsas mais fortes sofrerão crises; o comércio domundo é versátil e, por vezes, ingrato.
 
São muito raros os homens que se consagram aos seus interesses
eternos. Freqüentemente, lembram-se disso, muito tarde, quando o corpo
permanece a morrer. Só então, quebram o esquecimento fatal.
 
No entanto, a criatura humana deveria entender na iluminação de si
mesma o melhor negócio da Terra, porqüanto semelhante operação representa
o interesse da Providência Divina, a nosso respeito.
 
Deus permitiu as transações no planeta, para que aprendamos a
fraternidade nas expressões da troca, deixou que se processassem os
negócios terrenos, de modo a ensinar-nos, através deles, qual o maior de
todos. Eis por que o Mestre nos fala claramente, nas anotações de Lucas: —
“Não sabíeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”


 Minha Reflexão


 Vejamos um pouco mais o evangelho de Lucas, para entender a mensagem de Emmanuel. Jesus, interrogado por seus pais terrenos acerca de por onde andava, responde-lhes que cumpria o dever de cuidar das coisas de seu Pai.  O episódio ocorre em Jerusalém, ao término da festa da Páscoa. Jesus não se nega a viver a rotina de sua família. Traz, porém, de modo simples, mas consciente, a Maria e José, que sua estada na Terra não se limitava às tarefas temporárias. Cabia-lhe, desde já, iniciar seu destino missionário de iluminar os homens de “boa vontade”.

O Mestre ensina muito nessa passagem! No alto de seu entendimento, aceitava, com caridade filial, ser inquirido por aqueles que deviam portar-se como seus seguidores. Age, assim, porque os ama na aceitação do papel a eles destinado e é grato pelos cuidados que recebe. A mensagem de Emmanuel recai sobre outro norte apontado por Jesus nesse acontecimento. Trata-se de que o foco principal do homem, na morada terrestre, é, tão somente, os “interesses eternos”. Semelhante a Jesus devemos ser, sinaliza Emmanuel.

Para penetrar nesse comum destino da humanidade, transitemos pelo que se denomina dualidade Espírito e matéria. Ela existe no Espiritismo? Humberto Schubert Coelho em Genealogia do Espírito (p. 5 a 10) nos ajuda a compreender a nossa experiência de homem encarnado. O autor esclarece que a conveniência da distinção corpo e alma “é uma figuração feita pelos Espíritos para tornar mais evidente a classe de prioridades que os homens devem adotar.”  Recorda-nos que Espírito e corpo provém de Deus, ou seja, de um mesmo princípio. É, então, o Espiritismo uma “filosofia monista” e não uma “filosofia dualista” que realiza a “separação radical e essencial entre corpo e espírito.” A dicotomia reside, portanto, em o homem corpóreo ainda não colocar os “negócios terrenos”  em sintonia com o “interesse da Providência Divina”.

A lei natural indica o rumo à verdadeira felicidade. Como leis divinas são perfeitas, mas delas nos afastamos quando nossos talentos não frutificam no mundo Amor, Justiça e Caridade.

De modo algum, Emmanuel  condena o empenho do homem nos negócios terrenos. Ele vem nos advertir, certamente, que inexiste outra razão para o progresso intelectual senão impulsionar o progresso moral.  Distingamos tal caminho na nota de Kardec em O Livro dos Espíritos, Q. 785:

“Há duas espécies de progresso que se prestam mútuo apoio e que, todavia, não caminham simultaneamente: o progresso intelectual e o progresso moral. Entre os povos civilizados, o primeiro recebe, neste século, todos os incentivos desejáveis; também atingiu um grau desconhecido até nossos dias. É preciso que o segundo esteja no mesmo nível, e, todavia, se se comparam os costumes sociais aos de alguns séculos atrás, seria preciso ser cego para negar o progresso...”

É maravilhoso e necessário identificar a humanidade em constante progresso. Busquemos, desde já, moralizar  toda ação e pensamento, mirando-nos em Jesus.

Luz e Paz!
Lourença
 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

PADECER


26
PADECER
Nada temas das coisas que hás de padecer.
APOCALIPSE, 2: 10.
Uma das maiores preocupações do Cristo foi alijar os fantasmas do medo das estradas dos discípulos.
A aquisição da fé não constitui fenômeno comum nas sendas da vida.
Traduz confiança plena.
Afinal, que significará “padecer”?
O sofrimento de muitos homens, na essência, é muito semelhante ao do menino que perdeu seus brinquedos.
Numerosas criaturas sentem-se eminentemente sofredoras, por não lhes ser possível a prática do mal; revoltam-se outras porque Deus não lhes atendeu aos caprichos perniciosos.
A fim de prestar a devida cooperação ao Evangelho, é justo nos incorporemos à caravana fiel que se pôs a caminho do encontro com Jesus, compreendendo que o amigo leal é o que não procura contender e está sempre disposto à execução das boas tarefas.
Participar do espírito de serviço evangélico é partilhar das decisões do Mestre, cumprindo os desígnios divinos do Pai que está nos Céus.
Não temamos, pois, o que possamos vir a sofrer.
Deus é o Pai magnânimo e justo. Um pai não distribui padecimentos. Dá corrigendas e toda corrigenda aperfeiçoa.

MINHA REFLEXÃO
Padecimentos é o que mais vemos por ai. Qualquer um que vive nesse mundo de provas e expiações padece algo por alguma incúria passada ou por precisar ser provado em alguma virtude.
No tocante ao trabalho evangélico, decerto que podemos encontrar o peso da responsabilidade quando nos vemos ou nos sentimos “sozinhos“. No entanto, somos sabedores que nunca estamos a sós conosco mesmo, considerando que acima de nós está a programação de Jesus Cristo, nosso Diretor Maior. Erasto (Espírito que trabalhou na Codificação, em O Evang. Seg. o Espiritismo (ESE) Cap. XX - Os trabalhadores da última hora), sobre isso nos fala, quando trata da missão dos espíritas:
Oh verdadeiros adeptos do Espiritismo!... sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados. (In Instruções dos Espíritos – Missão dos Espíritas)
Quem se entrega ao labor evangélico terá sua recompensa, pois o Patrão é justo. A máxima “Muitos são os chamados, mas poucos são os escolhidos” (ESE Cap. XX) traduz o resultado de uma seara para a qual são chamados todos os que se encontram ociosos por falta de quem lhe chame para o serviço. Evangelicamente, os escolhidos são aqueles que “vestiram a camisa do Mestre” em suas maiores expressões, não entrando em contendas insignificantes. Quando os padecimentos chegam não se sentem sozinhos, pois têm consciência que o trabalho não é tão somente deles, mas, sobretudo, Daquele que os convidou ao labor.
Que sejamos trabalhadores do Mestre e não de nossos devaneios.
Que Deus nos ajude.
Domício