Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 16 de maio de 2012

NEGÓCIOS


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 NEGÓCIOS 

“E ele lhes disse: Por que me procuráveis?
 não sabíeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?" 
 (LUCAS, capítulo 2, versículo 49.)

O homem do mundo está sempre preocupado pelos negócios referentes
aos seus interesses efêmeros.
 
Alguns passam a existência inteira observando a cotação das bolsas.Absorvem-se outros no estudo dos mercados.
 
Os países têm negócios internos e externos. Nos serviços que lhes dizem
respeito, utilizam-se maravilhosas atividades da inteligência. Entretanto, apesar de sua feição respeitável, quando legítimas, todos esses movimentos são precários e transitórios. As bolsas mais fortes sofrerão crises; o comércio domundo é versátil e, por vezes, ingrato.
 
São muito raros os homens que se consagram aos seus interesses
eternos. Freqüentemente, lembram-se disso, muito tarde, quando o corpo
permanece a morrer. Só então, quebram o esquecimento fatal.
 
No entanto, a criatura humana deveria entender na iluminação de si
mesma o melhor negócio da Terra, porqüanto semelhante operação representa
o interesse da Providência Divina, a nosso respeito.
 
Deus permitiu as transações no planeta, para que aprendamos a
fraternidade nas expressões da troca, deixou que se processassem os
negócios terrenos, de modo a ensinar-nos, através deles, qual o maior de
todos. Eis por que o Mestre nos fala claramente, nas anotações de Lucas: —
“Não sabíeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”


 Minha Reflexão


 Vejamos um pouco mais o evangelho de Lucas, para entender a mensagem de Emmanuel. Jesus, interrogado por seus pais terrenos acerca de por onde andava, responde-lhes que cumpria o dever de cuidar das coisas de seu Pai.  O episódio ocorre em Jerusalém, ao término da festa da Páscoa. Jesus não se nega a viver a rotina de sua família. Traz, porém, de modo simples, mas consciente, a Maria e José, que sua estada na Terra não se limitava às tarefas temporárias. Cabia-lhe, desde já, iniciar seu destino missionário de iluminar os homens de “boa vontade”.

O Mestre ensina muito nessa passagem! No alto de seu entendimento, aceitava, com caridade filial, ser inquirido por aqueles que deviam portar-se como seus seguidores. Age, assim, porque os ama na aceitação do papel a eles destinado e é grato pelos cuidados que recebe. A mensagem de Emmanuel recai sobre outro norte apontado por Jesus nesse acontecimento. Trata-se de que o foco principal do homem, na morada terrestre, é, tão somente, os “interesses eternos”. Semelhante a Jesus devemos ser, sinaliza Emmanuel.

Para penetrar nesse comum destino da humanidade, transitemos pelo que se denomina dualidade Espírito e matéria. Ela existe no Espiritismo? Humberto Schubert Coelho em Genealogia do Espírito (p. 5 a 10) nos ajuda a compreender a nossa experiência de homem encarnado. O autor esclarece que a conveniência da distinção corpo e alma “é uma figuração feita pelos Espíritos para tornar mais evidente a classe de prioridades que os homens devem adotar.”  Recorda-nos que Espírito e corpo provém de Deus, ou seja, de um mesmo princípio. É, então, o Espiritismo uma “filosofia monista” e não uma “filosofia dualista” que realiza a “separação radical e essencial entre corpo e espírito.” A dicotomia reside, portanto, em o homem corpóreo ainda não colocar os “negócios terrenos”  em sintonia com o “interesse da Providência Divina”.

A lei natural indica o rumo à verdadeira felicidade. Como leis divinas são perfeitas, mas delas nos afastamos quando nossos talentos não frutificam no mundo Amor, Justiça e Caridade.

De modo algum, Emmanuel  condena o empenho do homem nos negócios terrenos. Ele vem nos advertir, certamente, que inexiste outra razão para o progresso intelectual senão impulsionar o progresso moral.  Distingamos tal caminho na nota de Kardec em O Livro dos Espíritos, Q. 785:

“Há duas espécies de progresso que se prestam mútuo apoio e que, todavia, não caminham simultaneamente: o progresso intelectual e o progresso moral. Entre os povos civilizados, o primeiro recebe, neste século, todos os incentivos desejáveis; também atingiu um grau desconhecido até nossos dias. É preciso que o segundo esteja no mesmo nível, e, todavia, se se comparam os costumes sociais aos de alguns séculos atrás, seria preciso ser cego para negar o progresso...”

É maravilhoso e necessário identificar a humanidade em constante progresso. Busquemos, desde já, moralizar  toda ação e pensamento, mirando-nos em Jesus.

Luz e Paz!
Lourença
 

Um comentário:

  1. De fato, como são necessários os dois progressos, temos que passar por todas as experiencias que podem nos fazer refletir o que mais importa, se o enriquecimento material improdutivo ou aquele que diz respeito aos valores da alma. Daí surgir a pratica de negociar (bens ou valores). Jesus veio representar o Pai, daí defender os "negocios" Dele
    Lourença buscou aprofundar a questão se reportando às necessidades físicas e espirituais, mas que devem ser satisfeitas de modo a contribuir para o progresso espiritual que a partir do uso de corpo muito combinado com o espirito, deve ser o objetivo maior do ser humano.

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