Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PEDIR


65
PEDIR
Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis.
MATEUS, 20: 22.
A maioria dos crentes dirige-se às casas de oração, no propósito de pedir alguma coisa.
Raros os que aí comparecem, na verdadeira atitude dos filhos de Deus, interessados nos sublimes desejos do Senhor, quanto à melhoria de conhecimentos, à renovação de valores íntimos, ao aproveitamento espiritual das oportunidades recebidas de Mais Alto.
A rigor, os homens deviam reconhecer nos templos o lugar sagrado do Altíssimo, onde deveriam aprender a fraternidade, o amor, a cooperação no seu programa divino. Quase todos, porém, preferem o ato de insistir, de teimar, de se imporem ao paternal carinho de Deus, no sentido de lhe subornarem o Poder Infinito. Pedinchões inveterados, abandonam, na maior parte das vezes, o traçado reto de suas vidas, em virtude da rebeldia suprema nas relações com o Pai. Tanto reclamam, que lhes é concedida a experiência desejada.
Sobrevêm desastres. Surgem as dores. Em seguida, aparece o tédio, que é sempre filho da incompreensão dos nossos deveres.
Provocamos certas dádivas no caminho, adiantamo-nos na solicitação da herança que nos cabe, exigindo prematuras concessões do Pai, à maneira do filho pródigo, mas o desencanto constitui-se em veneno da imprevidência e da irresponsabilidade.
O tédio representará sempre o fruto amargo da precipitação de quantos se atiram a patrimônios que lhes não competem.
Tenhamos, pois, cuidado em pedir, porque, acima de tudo, devemos solicitar a compreensão da vontade de Jesus a nosso respeito.

MINHA REFLEXÃO
Pedir a Deus é um ato de submissão a Ele. Uma compreensão de que Ele tudo pode. No entanto, não sabemos os seus desígnios. Necessário desenvolver em nós a humildade de saber esperar o que é melhor para nós e isso Ele sabe na sua infinita onisciência.
Grande parte dos que creem em sua superioridade e paternidade não compreendeu o significado da parte da oração dominical em que o orador deve dizer: Seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu. Muito menos o gesto de infinita humildade e entrega ao Pai, da parte do Cristo, quando nos seus últimos suspiros: Pai, em tuas mãos entrego meu espírito". (Lucas 23:46).
No O Evangelho Segundo o Espiritismo, há um capítulo especialmente desenvolvido por Allan Kardec sobre o ato de pedir, intitulado Pedi e Obtereis (Cap. 27). Jesus Cristo nos ensinou como devíamos nos relacionar com Pai. Entre as “dicas”, destacam-se: orar sem ostentação e espírito de superioridade em relação aos semelhantes (Mateus, 6: 5-8; Lucas, 18: 9-14); o coração deve estar puro de ressentimentos (Marcos 11: 25-26).
Assim, confiantes de que seremos atendidos, conforme nosso merecimentos devemos sempre pedir num ato de submissão à vontade do Pai que tudo sabe sobre nós, mas nos ensina que devemos, antes de tudo, crescer como Espíritos que somos.
A esperança e a confiança de que Deus sabe o que é melhor para nós devem ser nossas atitudes na hora do ato de orar. Não devemos nos entediar, como Emmanuel lembra as atitudes dos impositores de vontades à Deus, quando aquilo que pedimos não nos é dado de imediato, pois em verdade, nem sempre saberemos usufruir com nobreza aquilo que tanto pedimos, muitas vezes,por inconformação, bem como por falta de fé, humildade e esperança.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O TESOURO MAIOR

64
O TESOURO MAIOR

Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração. Jesus.
LUCAS, 12:34
No mundo, os templos da fé religiosa, desde que consagrados à Divindade do Pai, são departamentos da casa infinita de Deus, onde Jesus ministra os seus bens aos corações da Terra, independentemente da escola de crença a que se filiam.
A essas subdivisões do eterno santuário comparecem os tutelados do Cristo, em seus diferentes graus de compreensão. Cada qual, instintivamente, revela ao Senhor onde coloca seu tesouro.
Muitas vezes, por isso mesmo, nos recintos diversos de sua casa, Jesus recebe, sem resposta, as súplicas de inúmeros crentes de mentalidade infantil, contraditórias ou contraproducentes.
O egoísta fala de seu tesouro, exaltando as posses precárias; o avarento refere-se a mesquinhas preocupações; o gozador demonstra apetites insaciáveis; o fanático repete pedidos loucos.
Cada qual apresenta seu capricho ferido como sendo a dor maior.
Cristo ouve-lhes as solicitações e espera a oportunidade de dar-lhes a conhecer o tesouro imperecível. Ouve em silêncio, porque a erva tenra pede tempo destinado ao processo evolutivo, e espera, confiante, porquanto não prescinde da colaboração dos discípulos resolutos e sinceros para a extensão do divino apostolado. No momento adequado, surgem esses, ao seu influxo sublime, e a paisagem dos templos se modifica. Não são apenas crentes que comparecem para a rogativa, são trabalhadores decididos que chegam para o trabalho. Cheios de coragem, dispostos a morrer para que outros alcancem a vida, exemplificam a renúncia e o desinteresse, revelam a Vontade do Pai em si próprios e, com isso, ampliam no mundo a compreensão do tesouro maior, sintetizado na conquista da luz eterna e do amor universal, que já lhes enriquece o espírito engrandecido.

MINHA REFLEXÃO
Em todo o mundo há adeptos de uma filosofia religiosa. Todos se apegam ao ícone gerador do pensamento religioso. Em particular, os adeptos do cristianismo, por sua vez, se entregam, pelo menos de modo mecânico, aos labores da prática exterior religiosa.
A reforma íntima é imprescindível (O Evang. Segundo o Espiritismo, cap. 17, Item 4). A busca de tesouros imperecíveis é fundamental à felicidade. Todos temos que pensar na vida futura e não se apegar ao imediatismo de respostas que satisfazem os apetites materiais e vantagens pessoais na sociedade.
Antes de pedir, que limpemos o coração e reconciliemos com oss adversário, como advertiu Jesus (Mateus, 5: 23 – 24).
O tesouro maior que devemos buscar é a paz do coração e a consciência tranquila do dever cumprido.
Que Deus nos ajude.
Domício

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

QUEM SOIS?


63
QUEM SOIS?
Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?
ATOS, 19: 15
Qualquer expressão de comércio tem sua base no poder aquisitivo. Para obter, é preciso possuir.
No intercâmbio dos dois mundos, terrestre e espiritual, o fenômeno obedece ao mesmo princípio.
Nas operações comerciais de César, requerem-se moedas ou expressões fiduciárias com efígies e identificações que lhes digam respeito. Nas operações de permuta espiritual requisitam-se valores individualíssimos, com os sinais do Cristo. O dinheiro de Jesus é o amor. Sem ele, não é lícito aventurar-se alguém ao sagrado comércio das almas.
O versículo aqui nomeado constitui benéfica advertência a quantos, para o esclarecimento dos outros, invocam o Mestre, sem títulos vivos de sua escola sacrificial.
Mormente no que se refere às relações com o plano invisível, mantendo cuidado por evitar afirmativas a esmo.
Não vos aventureis ao movimento, sem o poder aquisitivo do amor de Jesus.
O Mestre é igualmente conhecido de seus infelizes adversários. Os discípulos sinceros do Senhor são observados por eles também. Os inimigos da luz reconhecem-lhes o sublime valor.
Quando vos dispuserdes, portanto, a esse gênero de trabalho, não olvideis vossa própria identificação, porque, provavelmente, sereis interpelados pelos representantes do mal, que vos perguntarão quem sois.

MINHA REFLEXÃO
Essa reflexão propiciada por Emmanuel nos reporta, em especial, aos praticantes do mediunismo, ou mesmo ao evangelizadores ou doutrinadores de sessões de desobsessão.
Em geral, aqueles que são admoestados a passar para a Luz querem justificar o que fazem sem serem questionados. Então, buscam seguir os passos de quem os quer evangelizar. Desse modo, se o doutrinador(a) ou evangelizador(a), por maior que seja a sua intenção, não segue sua vida vigilantemente contra as tentações de suas próprias imperfeições, quando for lembrar do Amor do Cristo ao Espírito obsessor, ele será chamado a atenção pelo que foi visto fazer, contrariando a Lei do Amor vivido em sua plenitude pelo Cristo.
No livro intitulado “Voltei” - Capitulo 18 do Irmão Jacob, psicografado por Chico Xavier (Edição FEB), o Irmão Jacob se diante de um Espírito obsessor que quando encarnado o doutrinava e nesse encontro, aquele Espírito o lembra de suas imperfeições manifestadas logo após as reuniões de desobsessões.
Não é fácil fazer a reforma íntima, pois além de nossas fraquezas cometidas, somos diuturnamente cobrados de angelitudes que ainda não possuímos. No entanto, a virtude da humildade pode nos fazer avançar, afastando-nos de nosso passado espiritual contrário à Lei do Amor.
Que Deus nos ajude.
Domício.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

PARENTELA


62
PARENTELA
E disse-lhe: Sai de tua terra e dentre a tua parentela e dirige-te à terra que eu te mostrar.
Atos (7: 3).
Nos círculos da fé, vários candidatos à posição de discípulos de Jesus queixam-se da sistemática oposição dos parentes, com respeito aos princípios que esposaram para as aquisições de ordem religiosa.
Nem sempre os laços de sangue reúnem as almas essencialmente afins. Frequentemente, pelas imposições da consanguinidade, grandes inimigos são obrigados ao abraço diuturno, sob o mesmo teto.
É razoável sugerir-se uma divisão entre os conceitos de “família” e “parentela”. O primeiro constituiria o símbolo dos laços eternos do amor, o segundo significaria o cadinho de lutas, por vezes acerbas, em que devemos diluir as imperfeições dos sentimentos, fundindo-os na liga divina do amor para a eternidade. A família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família.
Recordamos tais conceitos, a fim de acordar a vigilância dos companheiros menos avisados.
A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da família maior, que é a de Jesus-Cristo.


REFLEXÃO
Quando somos chamados a reencarnar, devemos escolher a família que nos acolherá. Somos Espíritos milenares e nossa história de vida está repleta de afetos e desafetos. Não podemos evoluir sem resolver pendências cármicas construídas pelos nossos relacionamentos espirituais desavisados e conflituosos que nos enlamearam a alma.
Assim, o lar nos configura como o cadinho depurador de nossa alma no convívio com aqueles que ontem nos fizeram mal ou fizemos mal a eles, quando não temos aqueles afins que muitos nos ajudaram a chegar até o estágio evolutivo em que nos encontramos. Desse modo, vivemos entre “parentes” e “familiares” segundo a Doutrina Espírita (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIV – Honrai a vosso Pai e a vossa Mãe).
A falta de afinidade espiritual se revela também na escolha dessa ou daquela religião e, então, a religião se transforma em motivos de desavenças. Contraditoriamente, mas previsto pelo Senhor, as ideias cristãs se transformam em combustíveis de dissensões e até ofensas.
Nesse ponto, o Espiritismo nos adverte que “fora da caridade não há salvação", favorecendo a fraternidade familiar, o respeito entre não afins, religiosamente falando, ajudando a parentela se transformar em família espiritual.
Que sejamos irmãos em família, pois para isso nos reencontramos sob a égide de um lar. Que as diferenças religiosas, assim como outras, não nos afastem daqueles que buscamos nos aproximar espiritualmente pelo abençoado ministério da reencarnação.
Que Deus nos ajude.
Domício

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

MINISTÉRIOS


61
MINISTÉRIOS
Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
I Pedro (4: 10).
Toda criatura recebe do Supremo Senhor o dom de servir como um ministério essencialmente divino.
Se o homem levanta tantos problemas de solução difícil, em suas lutas sociais, é que não se capacitou, ainda, de tão elevado ensinamento.
O quadro da evolução terrestre apresenta divisão entre os que denominais “magnatas” e “proletários”, porquanto, de modo geral, não se entendeu até agora no mundo a dignidade do trabalho honesto, por mais humilde que seja.
É imprescindível haja sempre profissionais de limpeza pública, desbravadores de terras insalubres, chefes de fábricas, trabalhadores de imprensa.
Os homens não compreenderam, ainda, que a oportunidade de cooperar nos trabalhos da Terra transforma-os em despenseiros da graça de Deus. Chegará, contudo, a época em que todos se sentirão ricos. A noção de “capitalista” e “operário” estará renovada. Entender-se-ão ambos como eficientes servidores do Altíssimo.
O jardineiro sentirá que o seu ministério é irmão da tarefa confiada ao gerente da usina.
Cada qual ministrará os bens recebidos do Pai, na sua própria esfera de ação, sem a ideia egoística de ganhar para enriquecer na Terra, mas de servir com proveito para enriquecer em Deus.

MINHA REFLEXÃO
No concerto da humanidade, os homens se revezaram em posições sociais, via a reencarnação. O pobre e o rico, o superior e o inferior, socialmente falando, nada significou, senão uma face da moeda do processo evolutivo do ser humano.
A evolução é o alvo. A posição social um meio. Esse meio deve ser aproveitado o máximo possível para que o Espírito evolua a cada existência.
Conforme François, Nicolas, Madeleine, Cardeal de Morlot, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17 (Sede Perfeitos – Item 9),

A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar contas aquele que se ache dela investido. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer de mandar; nem, conforme a maioria dos potentados da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, aliás, lhes prova constantemente que não é nem uma nem outra coisa, pois que deles a retira quando lhe apraz. Se fosse um privilégio inerente às suas personalidades, seria inalienável.

O homem inteligente, muitas vezes se orgulha disso e trata com menosprezo o semelhante. No entanto, ele desperdiça sua encarnação assim, pois se chegou onde chegou, foi com a ajuda de Deus, conforme Ferdinando, Espírito Protetor, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 7 (Bem Aventurados os pobres de espíritos – Item 13),

Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a ele.

De outro modo, quanto ao inferior, François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17 (Sede Perfeitos – Item 9),

Mas, se o superior tem deveres a cumprir, o inferior, de seu lado, também os tem e não menos sagrados. Se for espírita, sua consciência ainda mais imperiosamente lhe dirá que não pode considerar-se dispensado de cumpri-los, nem mesmo quando o seu chefe deixe de dar cumprimento aos que lhe correm, porquanto sabe muito bem não ser lícito retribuir o mal com o mal e que as faltas de uns não justificam as de outrem.

Assim, podemos resolver nossos problemas cármicos, e, a partir de nossas potencialidades, podemos também contribuir para a evolução dos demais irmãos e para a sociedade planetária.
Que possamos passar por essas duas faces da moeda de modo cristão e crescermos como Espíritos, fazendo a vontade do Pai, sendo gratos por tudo que Ele nos dispensa em prol de nossa evolução.
Que o Nosso Pai nos ajude.
Domício.