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PREGAÇÕES
E ele lhes disse:
Vamos às aldeias vizinhas para que eu ali também pregue; porque para isso vim.
MARCOS, 1: 38
Neste versículo de Marcos, Jesus declara ter
vindo ao mundo para a pregação. Todavia, como a significação do conceito tem
sido erroneamente interpretada, é razoável recordar que, com semelhante
assertiva, o Mestre incluía no ato de pregar todos os gestos sacrificiais de
sua vida.
Geralmente, vemos na Terra a missão de ensinar
muito desmoralizada.
A ciência oficial dispõe de cátedras, a
política possui tribunas, a religião fala de púlpitos.
Contudo, os que ensinam, com exceções
louváveis, quase sempre se caracterizam por dois modos diferentes de agir.
Exibem certas atitudes quando pregam, e adotam outras quando em atividade
diária. Daí resulta a perturbação geral, porque os ouvintes se sentem à vontade
para mudar a “roupa do caráter”.
Toda dissertação moldada no bem é útil. Jesus
veio ao mundo para isso, pregou a verdade em todos os lugares, fez discursos de
renovação, comentou a necessidade do amor para a solução de nossos problemas.
No entanto, misturou palavras e testemunhos vivos, desde a primeira
manifestação de seu apostolado sublime até a cruz. Por pregação, portanto, o
Mestre entendia igualmente os sacrifícios da vida. Enviando-nos divino
ensinamento, nesse sentido, conta-nos o Evangelho que o Mestre vestia uma
túnica sem costura na hora suprema do Calvário.
MINHA REFLEXÃO
A pregação que o Espírito Emmanuel ressalta é
integral: por palavras confirmadas pelas ações. Somos Espíritos em aprendizado
e aspirantes a verdadeiros homens de bem, cristãos, espíritas. Os espíritas
convictos almejam ser fiéis ao Cristo, nos que diz respeito ao exemplo que nos deixou da verdadeira
pregação, conforme o Emmanuel, nessa mensagem, nos lembra.
Não é fácil ser espírita, pois a Doutrina é
disciplinadora, apesar de libertadora. Deixa aos seus adeptos a opção de fazer
o bem, de se reformar diariamente. Segundo A. Kardec, “reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e
pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XVII
– Sedes Perfeitos). Isso é coerente com a mensagem de Emmanuel que nos
convida a prática da coerência entre o falar e o fazer.
Interessante quando Emmanuel nos assevera que “daí resulta
a perturbação geral, porque os ouvintes se sentem à vontade para mudar a “roupa
do caráter””, quando disserta sobre os dois modos de agir dos muitos que
“ensinam” e “pregam” a doutrina cristã.
Entendemos que o exemplo é mais importante que
a fala, a pesar de que a palavra motiva, induz à reflexão e estimula a mudança
com base num estudo. Assim, para sermos salvos, não basta sermos eloquentes,
transparentemente convictos daquilo que pregamos, espiriticamente falando.
Necessário se faz, para isso, que nos esforcemos em combater nossas
imperfeições, pois este foi o objetivo de termos reencarnado.
Então, não basta que sejamos espíritas para
sermos salvos. Devemos nos modificar e sermos fiéis aos ensinamentos da
Doutrina, que são cristãos, dando exemplos aos iniciantes; ou seja, divulgando
a Doutrina pela nossa transformação moral, também. Paulo, o Apóstolo, é
enfático sobre isso, pois nos assevera:
Meus amigos, agradecei a Deus o haver
permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a
possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do
Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos
irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e
verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam
a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. Paulo, o apóstolo. (O Evangelho.
Segundo o Espiritismo – Cap.XV – Fora da Caridade não há Salvação.)
Assim, a pregação oral, se fizermos, deve
servir em primeiro lugar para nós mesmos.
Que Deus nos ajude.
Domício.