Mensagem de boas vindas


terça-feira, 23 de outubro de 2012

PREGAÇÕES


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PREGAÇÕES
E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas para que eu ali também pregue; porque para isso vim.
MARCOS, 1: 38
Neste versículo de Marcos, Jesus declara ter vindo ao mundo para a pregação. Todavia, como a significação do conceito tem sido erroneamente interpretada, é razoável recordar que, com semelhante assertiva, o Mestre incluía no ato de pregar todos os gestos sacrificiais de sua vida.
Geralmente, vemos na Terra a missão de ensinar muito desmoralizada.
A ciência oficial dispõe de cátedras, a política possui tribunas, a religião fala de púlpitos.
Contudo, os que ensinam, com exceções louváveis, quase sempre se caracterizam por dois modos diferentes de agir. Exibem certas atitudes quando pregam, e adotam outras quando em atividade diária. Daí resulta a perturbação geral, porque os ouvintes se sentem à vontade para mudar a “roupa do caráter”.
Toda dissertação moldada no bem é útil. Jesus veio ao mundo para isso, pregou a verdade em todos os lugares, fez discursos de renovação, comentou a necessidade do amor para a solução de nossos problemas. No entanto, misturou palavras e testemunhos vivos, desde a primeira manifestação de seu apostolado sublime até a cruz. Por pregação, portanto, o Mestre entendia igualmente os sacrifícios da vida. Enviando-nos divino ensinamento, nesse sentido, conta-nos o Evangelho que o Mestre vestia uma túnica sem costura na hora suprema do Calvário.

MINHA REFLEXÃO
A pregação que o Espírito Emmanuel ressalta é integral: por palavras confirmadas pelas ações. Somos Espíritos em aprendizado e aspirantes a verdadeiros homens de bem, cristãos, espíritas. Os espíritas convictos almejam ser fiéis ao Cristo, nos que diz respeito ao exemplo que nos deixou da verdadeira pregação, conforme o Emmanuel, nessa mensagem, nos lembra.
Não é fácil ser espírita, pois a Doutrina é disciplinadora, apesar de libertadora. Deixa aos seus adeptos a opção de fazer o bem, de se reformar diariamente. Segundo A. Kardec, “reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. XVII – Sedes Perfeitos). Isso é coerente com a mensagem de Emmanuel que nos convida a prática da coerência entre o falar e o fazer.
Interessante quando Emmanuel nos assevera que “daí resulta a perturbação geral, porque os ouvintes se sentem à vontade para mudar a “roupa do caráter””, quando disserta sobre os dois modos de agir dos muitos que “ensinam” e “pregam” a doutrina cristã.
Entendemos que o exemplo é mais importante que a fala, a pesar de que a palavra motiva, induz à reflexão e estimula a mudança com base num estudo. Assim, para sermos salvos, não basta sermos eloquentes, transparentemente convictos daquilo que pregamos, espiriticamente falando. Necessário se faz, para isso, que nos esforcemos em combater nossas imperfeições, pois este foi o objetivo de termos reencarnado.
Então, não basta que sejamos espíritas para sermos salvos. Devemos nos modificar e sermos fiéis aos ensinamentos da Doutrina, que são cristãos, dando exemplos aos iniciantes; ou seja, divulgando a Doutrina pela nossa transformação moral, também. Paulo, o Apóstolo, é enfático sobre isso, pois nos assevera:

Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. Paulo, o apóstolo. (O Evangelho. Segundo o Espiritismo – Cap.XV – Fora da Caridade não há Salvação.)

Assim, a pregação oral, se fizermos, deve servir em primeiro lugar para nós mesmos.
Que Deus nos ajude.
Domício.

sábado, 6 de outubro de 2012

HONRAS VÃS


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HONRAS VÃS
Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Jesus.
MARCOS, 7: 7
A atualidade do Cristianismo oferece-nos lições profundas, relativamente à declaração acima mencionada.
Ninguém duvida do sopro cristão que anima a civilização do Ocidente.
Cumpre notar, contudo, que a essência cristã, em seus institutos, não passou de sopro, sem renovações substanciais, porque, logo após o ministério divino do Mestre, vieram os homens e lavraram ordenações e decretos na presunção de honrar o Cristo, semeando, em verdade, separatismo e destruição.
Os últimos séculos estão cheios de figuras notáveis de reis, de religiosos e políticos que se afirmaram defensores do Cristianismo e apóstolos de suas luzes.
Todos eles escreveram ou ensinaram em nome de Jesus.
Os príncipes expediram mandamentos famosos, os clérigos publicaram bulas e compêndios, os administradores organizaram leis célebres. No entanto, em vão procuraram honrar o Salvador, ensinando doutrinas que são caprichos humanos, porquanto o mundo de agora ainda é campo de batalha das ideias, qual no tempo em que o Cristo veio pessoalmente a nós, apenas com a diferença de que o Farisaísmo, o Templo, o Sinédrio, o Pretório e a Corte de César possuem hoje outros nomes. Importa reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço de tantos anos, é necessário renovar a compreensão geral e servir ao Senhor, não segundo os homens, mas de acordo com os seus próprios ensinamentos.

MINHA REFLEXÃO
Eis a questão do personalismo que dividiu as pessoas a partir do pensamento do Mestre Jesus. A ideia foi deixada incólume com a compreensão que o separativismo religioso ia acontecer, até mesmo dentro de um lar, em consequência de acontecer dentro de um seio religioso (S. Mateus, cap. 10: 34 – 36.; S. Lucas, cap. 12: 49 – 53; O Evang. Segundo o Espiritismo – Cap. XXIII – Itens 9 à 18).
Depois do Cristo, muitos se apossaram de suas ideias para fazer ignomínias em seu nome e assim assinaram condenações à morte de um ou milhares de pessoas (inquisição-poder religioso; guerras santas-poder político).
A religião não é determinante a salvação espiritual. Como disse Allan Kardec: “Fora da Caridade não há salvação” quando criticou a máxima “Fora da Igreja não há salvação”. (O Evang. Seg. o Espiritismo – Cap. XV – Item 8).
A religião é uma escola que forma o espiritualista, portanto, é necessário que tenha uma, pois em conjunto com os “colegas” de formação, ele se fortalece pelos laços da amizade e compreende as filosofias que levam a espiritualização. Ou seja, a religião bem aproveitada potencializa a espiritualização do Homem.
No entanto, devemos nos precaver de, pelo estudo, ou até mesmo pela prática da caridade, fomentar a dissensão, dentro do seio religioso, motivados pelo orgulho intelectual e vaidade da história pessoal voltada para as obras sociais. A liderança nem sempre nos é benéfica se não lideramos para o bem comum.
Tomamos então, para nos vigiar o ensinamento do Espírito Emmanuel nos ensina: “Importa reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço de tantos anos, é necessário renovar a compreensão geral e servir ao Senhor, não segundo os homens, mas de acordo com os seus próprios ensinamentos”.
Que Deus nos ajude.
Domício