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HONRAS VÃS
Em vão, porém, me
honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Jesus.
MARCOS, 7: 7
A atualidade do Cristianismo oferece-nos
lições profundas, relativamente à declaração acima mencionada.
Ninguém duvida do sopro cristão que anima a
civilização do Ocidente.
Cumpre notar, contudo, que a essência cristã,
em seus institutos, não passou de sopro, sem renovações substanciais, porque,
logo após o ministério divino do Mestre, vieram os homens e lavraram ordenações
e decretos na presunção de honrar o Cristo, semeando, em verdade, separatismo e
destruição.
Os últimos séculos estão cheios de figuras
notáveis de reis, de religiosos e políticos que se afirmaram defensores do
Cristianismo e apóstolos de suas luzes.
Todos eles escreveram ou ensinaram em nome de
Jesus.
Os príncipes expediram mandamentos famosos, os
clérigos publicaram bulas e compêndios, os administradores organizaram leis
célebres. No entanto, em vão procuraram honrar o Salvador, ensinando doutrinas
que são caprichos humanos, porquanto o mundo de agora ainda é campo de batalha
das ideias, qual no tempo em que o Cristo veio pessoalmente a nós, apenas com a
diferença de que o Farisaísmo, o Templo, o Sinédrio, o Pretório e a Corte de César
possuem hoje outros nomes. Importa reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço
de tantos anos, é necessário renovar a compreensão geral e servir ao Senhor,
não segundo os homens, mas de acordo com os seus próprios ensinamentos.
MINHA REFLEXÃO
Eis a questão do personalismo que dividiu as
pessoas a partir do pensamento do Mestre Jesus. A ideia foi deixada incólume
com a compreensão que o separativismo religioso ia acontecer, até mesmo dentro
de um lar, em consequência de acontecer dentro de um seio religioso (S. Mateus, cap. 10: 34 – 36.; S. Lucas, cap. 12:
49 – 53; O Evang. Segundo o Espiritismo – Cap. XXIII – Itens 9 à 18).
Depois do Cristo, muitos se apossaram de suas
ideias para fazer ignomínias em seu nome e assim assinaram condenações à morte
de um ou milhares de pessoas (inquisição-poder religioso; guerras santas-poder
político).
A religião não é determinante a salvação
espiritual. Como disse Allan Kardec: “Fora da Caridade não há salvação” quando
criticou a máxima “Fora da Igreja não há salvação”. (O Evang. Seg. o
Espiritismo – Cap.
XV – Item 8).
A religião é uma escola que forma o
espiritualista, portanto, é necessário que tenha uma, pois em conjunto com os “colegas”
de formação, ele se fortalece pelos laços da amizade e compreende as filosofias
que levam a espiritualização. Ou seja, a religião bem aproveitada potencializa
a espiritualização do Homem.
No entanto, devemos nos precaver de, pelo
estudo, ou até mesmo pela prática da caridade, fomentar a dissensão, dentro do
seio religioso, motivados pelo orgulho intelectual e vaidade da história
pessoal voltada para as obras sociais. A liderança nem sempre nos é benéfica se
não lideramos para o bem comum.
Tomamos então, para nos vigiar o ensinamento do
Espírito Emmanuel nos ensina: “Importa
reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço de tantos anos, é necessário
renovar a compreensão geral e servir ao Senhor, não segundo os homens, mas de
acordo com os seus próprios ensinamentos”.
Que Deus nos ajude.
Domício
Os tempos atuais com suas gentes requerem de nós testemunho cristão. Emmanuel descreve o andar da humanidade sob o "progresso incompleto" da civilização.(O Livro dos Espiritos, Q. 790). Afirma que muito nos detivemos em manifestações externas, materializadas em teorias, convenções e monumentos.Nos corações, porém, ainda não se implantou o evangelho de Jesus. A palavra viva que consola e vincula cada homem a outro homem como irmaos, não é o nosso verbo.
ResponderExcluirEstamos sendo alertados de que a substância é Jesus. Por nos afastarmos dessa compreensão, esvaziamos a Alma do verdadeiro conhecimento. Apresentamos depoimentos em nosso nome. Mas quem somos para tanto? Homens vaidosos. Membros de uma civilização de expressivo saber intelectual, armazenado em encarnações várias, no entanto visivelmente teimosos e reticentes. Afeitos a suas próprias ideias fragilizadas de cunho moral e, portanto, carentes do fermento crístico.
Não basta a fé humana, aleijada pela presunção. Somos limpos, quando renovados em Jesus. Coloquemo-nos despretensiosos e solicitos às aprendizagens reparadoras no Mestre Divino.
Luz e Paz!
Lourença