Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

ESTIMA DO MUNDO

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ESTIMA DO MUNDO

Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos?
Jesus.
Mateus (10: 25.)
Muitos discípulos do Evangelho existem, ciosos de suas predileções e pontos de vista, no campo individual.
Falsas concepções ensombram-lhes o olhar.
Quase sempre se inquietam pelo reconhecimento público das virtudes que lhes exornam o caráter, guardam o secreto propósito de obter a admiração de todos e sentem-se prejudicados se as autoridades transitórias do mundo não lhes conferem apreço.
Agem esquecidos de que o Reino de Deus não vem com aparência exterior; não percebem que, por enquanto, somente os vultos destacados, nas vanguardas financeiras ou políticas, arvoram-se em detentores de prerrogativas terrestres, senhores quase absolutos das homenagens pessoais e dos necrológios brilhantes.
Os filhos do Reino Divino sobressaem raramente e, de modo geral, enchem o mundo de benefícios sem que o homem os veja, à feição do que ocorre com o próprio Pai.
Se Jesus foi chamado feiticeiro, crucificado como malfeitor e arrebatado de sua amorosa missão para o madeiro afrontoso, que não devem esperar seus aprendizes sinceros, quando verdadeiramente devotados à sua causa?
O discípulo não pode ignorar que a permanência na Terra decorre da necessidade de trabalho proveitoso e não do uso de vantagens efêmeras que, em muitos casos, lhe anulariam a capacidade de servir. Se a força humana torturou o Cristo, não deixará de torturá-lo também. É ilógico disputar a estima de um mundo que, mais tarde, será compelido a regenerar-se para obter a redenção.
MINHA REFLEXÃO
O Cristo nos exortou a separar bem os nossos deveres: aqueles para com o mundo e os outros para com Deus[1]. Nessa passagem, somos ensinados a fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem (KARDEC, A. in: O Evang. Segundo o Espiritismo, cap. XI, Itens 6 e 7 .
Também podemos nos amparar no Cristo que nos ensinou a dar valor a vida futura, e, portanto, cumprir nossos deveres consonantes a nossa liberdade e compromisso com a nossa evolução.[2]
Não podemos, em termos de evolução espiritual, nos preocuparmos com a estima do mundo, mas com a estima de Deus, que é o único que, verdadeira e absolutamente, nos julga em, nossas ações. A vida física é passageira e tem um objetivo primeiro, que encontramos em O Livro dos Espíritos, questão 132, qual seja:
132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
Então, devemos estimar o mundo, na medida que ele nos oferece oportunidades de progresso espiritual, nos afastando de valorizar tão somente os lauréis que eles nos oportunizam.
Sejamos Cristãos...
Que Deus nos ajude.
Domício



[1]  Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras. - Mandaram então seus discípulos, em companhia dos herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo? Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu: Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendo- lhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta inscrição? - De César, responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 15 a 22. - S. MARCOS, cap. XII, vv. 13 a 17.)
[2] Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon.” (Lucas, 16: 13.)

O CRISTÃO E O MUNDO

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O CRISTÃO E O MUNDO
Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.
Jesus. (MARCOS, 4: 28.)
Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu sabiamente aos símbolos vivos da Natureza, favo- recendo-nos a compreensão.
A erva está longe da espiga, como a espiga permanece distanciada dos grãos maduros.
Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.
Quando o homem comum descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos. Suas atitudes não interessam a quem quer que seja. Todavia, em lhe surgindo no coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a multidão. Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem-lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância. O pobre aspirante ao título de discípulo do Senhor ainda não passa de folhagem promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva-se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.
Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.
Esquece-se o mundo de que essas almas ansiosas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o casulo das paixões inferiores na aspiração de subir; dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar- se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de sequência da Natureza. Resta ao cristão cultivar seus propósitos sublimes e ouvir o Mestre: Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.
MINHA REFLEXÃO
O mal se acostuma com o mal e repudia a luz, por mais tenra que seja. O bem faz-nos distanciar das trevas e chama a atenção, pois faz bem. Quem está no lodo, não concebe que um companheiro de vícios saia dele.
No entanto, sair do lodo é difícil, pois ele pesa e nos liga a ele. Esta saída metafórica está relacionada a nossa reforma íntima preconizada por Allan Kardec como seja a bandeira do espiritista verdadeiro (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4 – Os bons espíritas).
Esta mensagem de Emmanuel nos dá uma força no tocante a fé na mudança lenta e gradual, mas constante. Que respeitemos nossas limitações, como a dos outros também (sejam espíritas ou não).
Que Deus nos ajude.

Domício.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

AUXÍLIOS DO INVISÍVEL

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AUXÍLIOS DO INVISÍVEL
E, depois de passarem a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua e logo o anjo se apartou dele.
ATOS (12: 10).
Os homens esperam sempre ansiosamente o auxílio do plano espiritual. Não importa o nome pelo qual se designe esse amparo. Na essência é invariavelmente o mesmo, embora seja conhecido entre os espiritistas por “proteção dos guias” e nos círculos protestantes por “manifestações do Espírito Santo”.
As denominações apresentam interesse secundário. Essencial é considerarmos que semelhante colaboração constitui elemento vital nas atividades do crente sincero.
No entanto, a contribuição recebida por Pedro, no cárcere, representa lição para todos.
Sob cadeias pesadíssimas, o pescador de Cafarnaum vê aproximar-se o anjo do Senhor, que o liberta, atravessa em sua companhia os primeiros perigos na prisão, caminha ao lado do mensageiro, ao longo de uma rua; contudo, o emissário afasta-se, deixando-o novamente entregue à própria liberdade, de maneira a não desvalorizar-lhe as iniciativas.
Essa exemplificação é típica.
Os auxílios do invisível são incontestáveis e jamais falham em suas multiformes expressões, no momento oportuno; mas é imprescindível não se vicie o crente com essa espécie de cooperação, aprendendo a caminhar sozinho, usando a independência e a vontade no que é justo e útil, convicto de que se encontra no mundo para aprender, não lhe sendo permitido reclamar dos instrutores a solução de problemas necessários à sua condição de aluno.
MINHA REFLEXÃO
Deus nos criou simples e ignorantes para que desenvolvêssemos nossa inteligência em seus aspectos cognitivos e emocionais. O mérito espiritual deve ser nosso. Os Espíritos da Codificação Espírita deu a A. Kardec, na questão de nº 115, a seguinte resposta em relação a perfectibilidade do Espírito, no momento de ser criado por Deus:
Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento.
Assim, os Espíritos, mensageiros do Senhor, encarregados de nos assistir em nossa evolução, não traem as Leis de Deus. Ajudam, sem tornar o assistido um dependente, pois a inteligência se desenvolve resolvendo problemas. Desse modo:
Os Espíritos não vêm isentar o homem da lei do trabalho: vêm unicamente mostrar-lhe a meta que lhe cumpre atingir e o caminho que a ela conduz, dizendo-lhe: Anda e chegarás. Toparás com pedras; olha e afasta-as tu mesmo. Nós te daremos a força necessária, se a quiseres empregar (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 25, Item 4).
Então, nossos guias espirituais não nos deixam abandonados à própria sorte. Sempre que levantamos nossos pensamentos a Deus, pedindo ajuda, em prece, eles se acercam de nós e nos inspiram ideias que podem nos auxiliar na solução de um problema. Necessário, é, que sejamos fervorosos e esforçados, pois ajudando-nos, seremos ajudados pelo Céu, como nos explica A. Kardec no Cap. 27, Item 7, de O Evangelho Segundo o Espiritismo:
Deus assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: Ajuda-te, que o Céu te ajudará"; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço.
Sejamos diligentes quanto a nossa evolução e aproveitemos todas as oportunidades de crescimento espiritual.
Que Deus nos ajude.

Domício.

TUDO EM DEUS

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TUDO EM DEUS
Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma.
Jesus. (JOÃO, 5:30).
Constitui ótimo exercício contra a vaidade pessoal a meditação nos fatores transcendentes que regem os mínimos fenômenos da vida.
O homem nada pode sem Deus.
Todos temos visto personalidades que surgem dominadoras no palco terrestre, afirmando-se poderosas sem o amparo do Altíssimo; entretanto, a única realização que conseguem efetivamente é a dilatação ilusória pelo sopro do mundo, esvaziando-se aos primeiros contatos com as verdades divinas. Quando aparecem, temíveis, esses gigantes de vento espalham ruínas materiais e aflições de espírito; todavia, o mesmo mundo que lhes confere pedestal projeta-os no abismo do desprezo comum; a mesma multidão que os assopra incumbe-se de repô-los no lugar que lhes compete.
Os discípulos sinceros não ignoram que todas as suas possibilidades procedem do Pai amigo e sábio, que as oportunidades de edificação na Terra, com a excelência das paisagens, recursos de cada dia e bênçãos dos seres amados, vieram de Deus que os convida, pelo espírito de serviço, a ministérios mais santos; agirão, desse modo, amando sempre, aproveitando para o bem e esclarecendo para a verdade, retificando caminhos e acendendo novas luzes, porque seus corações reconhecem que nada poderão fazer de si próprios e honrarão o Pai, entrando em santa cooperação nas suas obras.
MINHA REFLEXÃO
A vida, que nos foi presenteada por Deus, chegou toda o apoio que um Pai generoso oferece para um filho, pensando no seu progresso e construção de um projeto de vida, que em síntese, objetiva a co-criação.
Deus é um pai que cria seus filhos para ajudá-lo em sua criação. Então, estabeleceu suas leis para que não houvesse, em nenhum momento, a parcialidade paternal.
Todos Seus filhos têm o direito à felicidade, mas cada um, a seu modo, deve trabalhar para obtê-la. E todos farão! Pois contam com o apoio incondicional dos “mais velhos” e experientes, além de todo um conhecimento herdado da contemporaneidade e das sociedades passadas.
Todos temos a inteligência e mestres para acompanhar nosso crescimento. Então, ninguém pode pretender que cresce e realiza qualquer coisa sozinho ou que se fez exclusivamente pelo esforço próprio, pois nesse crescimento foi preciso a compreensão de uns, a paciência de outros e companheirismo de mais alguns. E Deus orquestrando tudo isso.
Só precisamos ser gratos ao nosso infinitamente bondoso, justo e amoroso Pai.
Obrigado, PAI!!

Domício