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MADALENA
Disse-lhe Jesus: Maria!
— Ela, voltando-se,
disse-lhe: Mestre!”
João
(20: 16)
Dos fatos mais significativos
do Evangelho, a primeira visita de Jesus, na ressurreição, é daqueles que
convidam à meditação substanciosa e acurada.
Por que razões profundas
deixaria o Divino Mestre tantas figuras mais próximas de sua vida para surgir
aos olhos de Madalena, em primeiro lugar?
Somos naturalmente compelidos
a indagar por que não teria aparecido, antes, ao coração abnegado e amoroso que
lhe servira de Mãe ou aos discípulos amados...
Entretanto, o gesto de Jesus é
profundamente simbólico em sua essência divina.
Dentre os vultos da Boa Nova,
ninguém fez tanta violência a si mesmo, para seguir o Salvador, como a
inesquecível obsidiada de Magdala. Nem mesmo “morta” nas sensações que operam a
paralisia da alma; entretanto, bastou o encontro com o Cristo para abandonar
tudo e seguir-lhe os passos, fiel até ao fim, nos atos de negação de si própria
e na firme resolução de tomar a cruz que lhe competia no calvário redentor de
sua existência angustiosa.
É compreensível que muitos estudantes
investiguem a razão pela qual não apareceu o Mestre, primeiramente, a Pedro ou
a João, à sua Mãe ou aos amigos. Todavia, é igualmente razoável reconhecermos
que, com o seu gesto inesquecível, Jesus ratificou a lição de que a sua
doutrina será, para todos os aprendizes e seguidores, o código de ouro das
vidas transformadas para a glória do bem. E ninguém, como Maria de Magdala,
houvera transformado a sua, à luz do Evangelho redentor.
MINHA
REFLEXÃO
Madalena recebeu o diploma
maior de sua aprendizagem com o Mestre Jesus: SUA PRIMEIRA APARIÇÃO. Ela, como o Saulo de Tarso, como um passe de
mágica, absorveu de modo muito profundo, as lições do Mestre e o seguiu até a morte, sem nenhuma vacilação.
O Mestre disse que veio para
os doentes e necessitados da água e do pão da vida: Ele (sua Boa Nova-Mateus, 9:
10 a 12; Lucas, 19: 1 a 10).
Daí, não podermos ter aversões
aos irmãos de toda sorte, que cometem até os atos de maior atrocidade, pois eles
terão também seu encontro com Jesus e se tornarão verdadeiros discípulos, como
Paulo e Maria Magdala e todos os discípulos da primeira era, que entregaram a
própria vida em fidelidade aos ensinos do Mestre.
A maioria de nós, detentores
dos ensinos de Jesus, está só no caminho que leva ao Pai, quem sabe antes da
metade dele, mesmo com todo conhecimento evangélico que já detém. Então, devemos
continuar a perseverar no bem e conquistar cada vez mais os degraus da pureza
espiritual, despojando-se das capas que nos impede de sentar à mesa com o
Senhor, no banquete em que a senha é a “túnica nupcial” (Mateus, 22: 1 a 14).
Que Deus nos ajude.
Domício.