Mensagem de boas vindas


domingo, 28 de fevereiro de 2016

ENTRE OS CRISTÃOS

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ENTRE OS CRISTÃOS
Mas entre vós não será assim. Jesus. (Marcos, 10: 43.)
Desde as eras mais remotas, trabalham os agrupamentos religiosos pela obtenção dos favores celestes.
Nos tempos mais antigos, recordava-se da Providência tão-só nas ocasiões dolorosas e graves. Os crentes ofereciam sacrifícios pela felicidade doméstica, quando a enfermidade lhes invadia a casa; as multidões edificavam templos, em surgindo calamidades públicas.
Deus era compreendido apenas através dos dias felizes.
A tempestade purificadora pertencia aos gênios perversos.
Cristo, porém, inaugurou uma nova época. A humildade foi o seu caminho, o amor e o trabalho o seu exemplo, o martírio a sua palma de vitória. Deixou a compreensão de que, entre os seus discípulos, o princípio de fé jamais será o da conquista fácil de favores do céu, mas o de esforço ativo pela iluminação própria e pela execução dos desígnios de Deus, através das horas calmas ou tempestuosas da vida.
A maior lição do Mestre dos Mestres é a de que ao invés de formularmos votos e sacrifícios convencionais, promessas e ações mecânicas, como a escapar dos deveres que nos competem, constitui-nos obrigação primária entregarmo-nos, humildes, aos sábios imperativos da Providência, submetendo-nos à vontade justa e misericordiosa de Deus, para que sejamos aprimorados em suas mãos.
MINHA REFLEXÃO
Jesus Cristo nos ensinou a submetermos à vontade de Deus, na Oração Dominical, como segue: “Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu.” (Mateus, 6:10).
E Allan Kardec ampliou essa rogativa, assim:
Se a submissão é um dever do filho para com o pai, do inferior para com o seu superior, quão maior não deve ser a da criatura para com o seu Criador! Fazer a tua vontade, Senhor, é observar as tuas leis e submeter-se, sem queixumes, aos teus decretos. O homem a ela se submeterá, quando compreender que és a fonte de toda a sabedoria e que sem ti ele nada pode. Fará, então, a tua vontade na Terra, como os eleitos a fazem no Céu.
Esta não é só uma ampliação, mas uma síntese da compreensão dos ensinos dos Espíritos quanto a grandeza e sabedoria de Deus, que tão bem o Mestre Jesus nos revelou.
Temos e fazemos programações, e devemos ter e fazer. Entretanto, como cristãos, Emmanuel nos esclarece sobre a necessidade de colocarmos em Deus o ultimato. Ele sabe o que é melhor para nós. Não devemos, então, ficar prometendo fazer isso ou aquilo para obtermos uma benção de Deus. Sejamos gratos quando algo bom nos acontecer e também quando não for tão bom. Afinal, temos virtudes a se desenvolver em nós, como a humildade, a paciência, a fé, a resignação, a perseverança, a misericórdia, ... etc.
Que sejamos otimistas, mesmo no dissabor, pois com certeza, de coisa pior fomos livrados. O melhor está por vir, em particular, nossa felicidade espiritual. A felicidade de quem cumpriu seus deveres, se quitou com as Leis Divinas, se aproximou mais do Reino de Deus, sintonizando-se um pouco mais com o Cristo, e em última análise, com o Pai.
Que Deus nos ajude, e sua vontade seja feita.
Domício.

P.S.

VIVENDO EM SINTONIA COM DEUS
L. ANGEL
Quem vive segundo as Leis de DEUS,
Nos momentos de equilíbrio,
– Eis a característica dos terráqueos Seus –
O sucesso não eleva os brios.
A saúde se estabelece,
Os trabalhos se encaminham,
O ser cresce,
 E nele as pessoas confiam.
É verdade,
E isto é consolador,
Até o Cristo sofreu a incompreensão, a descrença e a maldade
Dos que não tinha por Ele, o verdadeiro amor.           
Mas ao exercer a fé divina,
Combinada com a fé humana,
O homem ao labor se inclina,
Segue em frente e não se engana.
Quando há uma meta a alcançar,
Sob as bênçãos de DEUS,
Ele segue sem pestanejar,
Pois felicidade aos fervorosos, Ele prometeu.
Então, nada como um dia
Que segue o anterior.
A gente sabe que não é uma porfia,

E sim, a ação de DEUS em seu infinito AMOR.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

RENUNCIAR

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RENUNCIAR
E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna. Jesus.
Mateus, 19: 29.
Neste versículo do Evangelho de Mateus, o Mestre Divino nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna. Há necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e mãe, mulher e irmãos do mundo. No entanto, é necessário esclarecer como renunciar.
Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor de seu nome.
À primeira vista, o alvitre divino parece contra-senso.
Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o Cristo veio até nós para santificá-los? Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos tempos mais antigos. Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis.
Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou.
Aos companheiros que o abandonaram aparece, glorioso, na ressurreição. Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os júbilos eternos. Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime roteiro de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das criaturas.
Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor ao Cristo. É perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu.
Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é ingrata, se os irmãos parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento com Jesus.
Acaso, não encontras compreensão no lar? Os amigos e irmãos são indiferentes e rudes? Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais tarde o júbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo. Somente desse modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes todo o bem por dedicação ao Mestre, e, somente com semelhante renúncia, alcançarás a vida eterna.
MINHA REFLEXÃO
Entendemos que não podemos pedir dos que nos cercam, em particular os familiares, as pessoas mais queridas, perfeição que eles não têm e, em consequência, a renúncia de nossa companhia para que possamos aspirar o Reino de Deus, ou seguir as pegadas do Mestre.
No convívio com eles, podemos servi-Lo, sem necessariamente se afastar deles. Servindo ao Mestre, podemos reuni-los em torno de nós, aplicando os ensinamentos Dele. De modo organizado, podemos participar das atividades cristãs, no Centro Espírita, sem atrapalhar a convivência com os familiares e amigos. Não podemos fazer das atividades espíritas um motivo de fuga da convivência dos que o Mestre oportunizou que viéssemos conviver para o nosso resgate e evolução espiritual. Muitos já confundiram e outros estão confundindo esse mister. Se nascemos sem uma missão coletiva, é por que temos compromissos com um círculo familiar, ou com amizades a serem considerado na atual existência. Então, devemos cumprir com todos os deveres: os da fé espírita e os da família, corpórea ou espiritual.
Allan Kardec fez a seguinte pergunta (nº 681 de O Livros dos Espíritos) aos Espíritos Superiores que responderam prontamente:

681. A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais? “Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita frequência se esquece na vossa sociedade atual.”
Então, motivados por servir ao Cristo, não podemos esquecer de nossos deveres filiais e paternais. Pelo contrário, se possível, estabelecemos o Evangelho no Lar ou os levemos para as atividades espíritas que praticamos.
A missão familiar, de cada um de nós, é lembrada pelo Espírito François de Genève, em o Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 25, quando nos orienta:

São inatas no espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor; mas, não as busqueis neste mundo e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe pertencem, para vos instruírem acerca da felicidade que Ele vos reserva, aguardai pacientemente o anjo da libertação, para vos ajudar a romper os liames que vos mantêm cativo o Espírito. Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.
Essa mensagem foi ditada para os melancólicos que perderam a vontade de viver, esquecendo do que vieram fazer na carne. Entretanto, nos faz lembrar que temos, mesmo com muita vontade de viver e servir o Mestre, missões a cumprir com os que Deus nos oportunizou estar juntos pela reencarnação a fora. O Espiritismo não deve nos afastar, mas nos ligar mais ainda a eles.
Que Deus nos ajude a não esquecer de nossos deveres, quando estivermos na lide espírita.

Domício.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

PASSES

153
PASSES
E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva.
Marcos, 5: 23.
Jesus impunha as mãos nos enfermos e transmitia-lhes os bens da saúde. Seu amoroso poder conhecia os menores desequilíbrios da Natureza e os recursos para restaurar a harmonia indispensável.
Nenhum ato do Divino Mestre é destituído de significação. Reconhecendo essa verdade, os apóstolos passaram a impor as mãos fraternas em nome do Senhor e tornavam-se instrumentos da Divina Misericórdia.
Atualmente, no Cristianismo redivivo, temos, de novo, o movimento socorrista do plano invisível, através da imposição das mãos. Os passes, como transfusões de forças psíquicas, em que preciosas energias espirituais fluem dos mensageiros do Cristo para os doadores e beneficiários, representam a continuidade do esforço do Mestre para atenuar os sofrimentos do mundo.
Seria audácia por parte dos discípulos novos a expectativa de resultados tão sublimes quanto os obtidos por Jesus junto aos paralíticos, perturbados e agonizantes.
O Mestre sabe, enquanto nós outros estamos aprendendo a conhecer. É necessário, contudo, não desprezar-lhe a lição, continuando, por nossa vez, a obra de amor, através das mãos fraternas.
Onde exista sincera atitude mental do bem, pode estender-se o serviço providencial de Jesus.
Não importa a fórmula exterior. Cumpre-nos reconhecer que o bem pode e deve ser ministrado em seu nome.
MINHA REFLEXÃO
O Mestre Jesus, o Messias esperado, era um médium de Deus. Operava com poderes que ainda devemos adquirir quando nos tornarmos Espíritos Puros, como Ele é e já era, quando desceu para estar pessoalmente conosco, materializado no corpo de Jesus.
Nós, ainda estamos engatinhando nessa área, mas podemos fazer muito se com Ele estivermos em oração, quando alguém precisar de um concurso fluídico. Além de nossas energias, o paciente contará com a energia dos benfeitores espirituais que se aproveitam de nossa caridade para fazer um bem maior pelo doente.
É preciso que se note que o magnetismo, todos temos, e podemos estudá-lo e praticá-lo com fins de apropriação de conhecimento, a despeito do viés religioso que pode ser inserido no processo. Entretanto, devemos considerar a orientação de Emmanuel, extraída do livro Religião dos Espíritos, através de Chico Xavier:
Se te afeiçoas, assim, ao fenômeno magnético, seja qual for o filão de tuas atividades, poderás estudá-lo e incrementá-lo, estendê-lo e defini-lo, mas, para que dele faças motivo de santidade e honra, somente em Jesus-Cristo encontrarás o luminoso e indiscutível padrão.
Isto nos lembra que o Cristo nos delegou esse poder, pois contávamos conosco no processo de mitigação da dor do próximo, como consta em Mateus, 10: 8: Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido[1]. E nessa orientação do Mestre tem uma informação a mais: Ele curava sem cobrar e exortou que fizéssemos do mesmo modo, pois assim estaria conosco, como Deus estava com Ele.
Que Deus nos ajude nessa prática.
Domício.




[1] Sobre isso, Allan Kardec nos esclarece muito bem: ““Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”, diz Jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo por que nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, isto é, os maus Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem dele objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida” (In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVI, item 2).