Mensagem de boas vindas


sábado, 29 de outubro de 2011

REUNIÕES CRISTÃS

9
REUNIÕES CRISTÃS
“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas da casa onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus e pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco”. (JOÃO, 20:19)

Desde o dia da ressurreição gloriosa do Cristo, a Humanidade terrena foi considerada digna das relações com a espiritualidade.
O Deuteronômio proibira terminantemente o intercâmbio com os que houvessem partido pelas portas da sepultura, em vista da necessidade de afastar a mente humana de cogitações prematuras. Entretanto, Jesus, assim como suavizara a antiga lei da justiça inflexível com o perdão de um amor sem limites, aliviou as determinações de Moisés, vindo ao encontro dos discípulos saudosos.
Cerradas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que anelavam o convívio divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na vida eterna. Desde essa hora inolvidável, estava instituído o movimento de troca, entre o mundo visível e o invisível. A família cristã, em seus vários departamentos, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas e íntimas. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém, como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda dessas assembléias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos protestantes ou nos centros espíritas.
O objetivo é um só: procurar a influenciação dos planos superiores, com a diferença de que, nos ambientes espiritistas, a alma pode saciar-se, com mais abundância, em vôos mais altos, por se conservar afastada de certos prejuízos do dogmatismo e do sacerdócio organizado.

MINHA REFLEXÃO
A vinda de Jesus está a serviço do cumprimento da lei de Deus no tocante aos deveres para com Este e para com o próximo – princípios norteadores de Sua doutrina. A lei divina, contida nas leis mosaicas, serão apresentadas pelo Mestre  aos homens em seu “verdadeiro sentido” (O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), Cap. I, Item 3 ).
Jesus, no cumprimento de Sua missão, ensina com a sabedoria de espírito evoluído as coisas que podiam ser compreendidas. Dentre essas, ressalta a eternidade da vida para além  da existência material e a trilha a cumprir para o refazimento de todos nós em semelhantes ao Pai.
A ressurreição de Jesus testemunha a inexistência da morte e a garantia de que aqueles munidos de fé não seguiriam órfãos do conforto esclarecedor e amoroso do Bom Pastor.
O Cristo, observa Emmanuel, faz-se presente ao conjunto dos discípulos em reunião e não a um deles em especial. Ele cumpre a Sua promessa de estar “em qualquer lugar em que se encontrem duas ou três pessoas“ em Seu nome (São Mateus, 18: 20).
Em nome de Jesus significa colocar-se, verdadeiramente, um vinculado ao outro pelo bem que deve ser comum ao grupo e a que se intenciona. Portanto, é imperativo renunciar a quaisquer interesses egoísticos para a supremacia do amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
A história do Cristianismo ganhou voz e vigor em reuniões que disseminaram os ensinos do Cristo entre seus membros e aos novos seguidores.
Temos conosco a certeza da presença de Jesus a nos orientar, mesmo quando não estamos em agrupamentos de duas ou mais pessoas, desde que o bem seja a nossa finalidade. Atentemos, porém, para a importância dada por Jesus ao “efeito da união e da fraternidade” (ESE, Cap. 28, Item 5). Assim, se mais de um em caridade clama pela ajuda do Alto, há o fortalecimento da vontade.
Que valorizemos as nossas assembléias como momentos de sincera aliança para rogar a ajuda divina e exercitarmos o companheirismo comum aos irmãos em Cristo.
Luz e Paz.
Lourença

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

JESUS VEIO

8
JESUS VEIO
“Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” – Paulo.
(FILIPENSES, 2: 7.)
Muitos discípulos falam de extremas dificuldades por estabelecer boas obras nos serviços de confraternização evangélica, alegando o estado infeliz de ignorância em que se compraz imensa percentagem de criaturas da Terra.
Entretanto, tais reclamações não são justas.
Para executar sua divina missão de amor, Jesus não contou com a colaboração imediata de Espíritos aperfeiçoados e compreensivos e, sim, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”.
Não podíamos ir ter com o Salvador, em sua posição sublime; todavia, o Mestre veio até nós, apagando temporariamente a sua auréola de luz, de maneira a beneficiar-nos sem traços de sensacionalismo.
O exemplo de Jesus, nesse particular, representa lição demasiado profunda.
Ninguém alegue conquistas intelectuais ou sentimentais como razão para desentendimento com os irmãos da Terra.
Homem algum dos que passaram pelo orbe alcançou as culminâncias do Cristo. No entanto, vemo-lo à mesa dos pecadores, dirigindo-se fraternalmente a meretrizes, ministrando seu derradeiro testemunho entre ladrões.
Se teu próximo não pode alçar-se ao plano espiritual em que te encontras, podes ir ao encontro dele, para o bom serviço da fraternidade e da iluminação, sem aparatos que lhe ofendam a inferioridade.
Recorda a demonstração do Mestre Divino.
Para vir a nós, aniquilou a si próprio, ingressando no mundo como filho sem berço e ausentando-se do trabalho glorioso, como servo crucificado.

MINHA REFLEXÃO
Certamente que temos alguma evolução, mas não chega aos pés do Cristo. Por que pretextar a ignorância das pessoas para ser indiferente a elas?
Jesus veio para os humildes, conforme nos ensina a bem-aventurança respectiva a essa virtude (S. MATEUS, 5:3). Nesse tocante, A. Kardec, no Cap. VII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Item 2, nos chama a seguinte atenção:
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção.
Daí Jesus Cristo não ter se preocupado, mais diretamente com esses e demais orgulhosos de toda sorte, pois segundo Ele:
Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não vêem e, ouvindo, não escutam e não compreendem. E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os vossos ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis (S. MATEUS,13:13-14).
Nosso Mestre ainda asseverou que não veio para os sãos, mas para os doentes (S. MATEUS, 9: 10-12).
Então, Emmanuel chama a atenção daqueles que se consideram cristãos, tendo já adquirido algum conhecimento sobre a doutrina espírita cristã, mesmo tendo reconhecidas imperfeições a serem resolvidas.
De modo comum, devemos acolher todos como irmãos que da mesma maneira que nós ainda tem um longo percurso até chegar à angelitude de Jesus Cristo.
A luz deve ser levada indistintamente. Assim, quem detém o recurso intelectual mais desenvolvido (um pouco da luz do Mestre), a pretexto de se moralizar na mesma medida, deve buscar compartilhar o que já conseguiu amealhar em termos de aquisições morais e intelectuais, já que de longe está vindo, ou seja, já vivenciou muitas experiências que hoje não concebe ver nos outros.
Que Deus nos ajude.
Domício

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

TUDO NOVO

7
TUDO NOVO


“Assim é que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, 5:17)

É muito comum observarmos crentes inquietos, utilizando recursos sagrados da oração para que se perpetuem situações injustificáveis tão-só porque envolvem certas vantagens imediatas para suas preocupações egoísticas.
Semelhante atitude mental constitui resolução muito grave.
Cristo ensinou a paciência e a tolerância, mas nunca determinou que seus discípulos estabelecessem acordo com os erros que infelicitam o mundo. Em face dessa decisão, foi à cruz e legou o último testemunho de não-violência, mas também de não-acomodação com as trevas em que se compraz a maioria das criaturas.
Não se engane o crente acerca do caminho que lhe compete.
Em Cristo tudo deve ser renovado, O passado delituoso estará morto, as situações de dúvida terão chegado ao fim, as velhas cogitações do homem carnal darão lugar a vida nova em espírito, onde tudo signifique sadia reconstrução para o futuro eterno.
É contra-senso valer-se do nome de Jesus para tentar a continuação de antigos erros.
Quando notarmos a presença de um crente de boa palavra, mas sem o íntimo renovado, dirigindo-se ao Mestre como um prisioneiro carregado de cadeias, estejamos certos de que esse irmão pode estar à porta do Cristo, pela sinceridade das intenções; no entanto, não conseguiu, ainda, a penetração no santuário de seu amor.

MINHA REFLEXÃO
A todo momento a escolha entre ser homens segundo  a carne ou homens em espírito está colocada. Temos clareza de que, como habitantes da Terra, estamos em exílio por rebeldia às Leis de Deus.
A Providência Divina em sua excelsa generosidade oferece socorros os mais diversos. Contamos com os bons espíritos que nos intuem e se afligem com a comum indisciplina em aceitarmos o sofrimento que burila. Jesus se faz constante como modelo e guia. Os irmãos encarnados de quem já angariamos algum afeto também torcem e nos aconselham.
A prática da oração, comum a todos os credos, é meio que consola, orienta e potencializa a vontade. Todo o Universo opera em sintonia com o trabalho do homem que busca resistir aos impulsos inferiores.
Emmanuel parece nos instigar a uma leitura de nossas verdadeiras intenções. O que desejamos, de fato, quando recorremos à prece e o exemplo de Jesus? Invocamos Jesus através do precioso recurso da oração como homens de fé que pretendem munir-se de coragem para derrogar suas montanhas ou, tão somente, escondidos sob suas fraquezas e pouca vontade precisam  de um álibe?
Estudemos os nossos corações.
Jesus na sua estada na Terra nos ensinou "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; Amarás o teu próximo, como a ti mesmo "( S. Mateus, cap. XXII, vv. 34 a 40 ). Para tanto, Ele suportou a ignorância e a humilhação.
Jesus nasceu e viveu na Terra para testemunho da verdade pelo que morre crucificado.
Há uma necessidade de nos aproximarmos dos interesses de Jesus. Desarrazoado é exigir de nós - e acreditar em - mudanças intempestivas. Possível se faz que “(...) experimentemos sentir, pensar, falar e agir um tanto mais com o Cristo...” (Emmanuel, Rumo certo).
O Mestre Amoroso nos propõe suportarmos a nossa cruz, sem lamentações, para que a transformação em “ nova criatura “ se faça, um pouco todo dia, conforme permite a natureza. Sem saltos, mas constante.
Luz e Paz!
Lourença

sábado, 8 de outubro de 2011

ESFORÇO E ORAÇÃO

6
ESFORÇO E ORAÇÃO

“E, despedida a multidão, subiu ao monte a fim de orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.”
(MATEUS, 14: 23.)

De vez em quando, surgem grupos religiosos que preconizam o absoluto retiro das lutas humanas para os serviços da oração.
Nesse particular, entretanto, o Mestre é sempre a fonte dos ensinamentos vivos. O trabalho e a prece são duas características de sua atividade divina.
Jesus nunca se encerrou a distância das criaturas, com o fim de permanecer em contemplação absoluta dos quadros divinos que lhe iluminavam o coração, mas também cultivou a prece em sua altura celestial.
Despedida a multidão, terminado o esforço diário, estabelecia a pausa necessária para meditar, à parte, comungando com o Pai, na oração solitária e sublime.
Se alguém permanece na Terra, é com o objetivo de alcançar um ponto mais alto, nas expressões evolutivas, pelo trabalho que foi convocado a fazer. E, pela oração, o homem recebe de Deus o auxílio indispensável à santificação da tarefa.
Esforço e prece completam-se no todo da atividade espiritual.
A criatura que apenas trabalhasse, sem método e sem descanso, acabaria desesperada, em horrível secura do coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa, estaria ameaçada de sucumbir pela paralisia e ociosidade.
A oração ilumina o trabalho, e a ação é como um livro de luz na vida espiritualizada.
Cuida de teus deveres porque para isso permaneces no mundo, mas nunca te esqueças desse monte, localizado em teus sentimentos mais nobres, a fim de orares “à parte”, recordando o Senhor.

MINHA REFLEXÃO
Emmanuel é bem claro sobre como Jesus era comprometido com as duas atitudes que devem fazer parte de um homem de bem: trabalhar e orar. Ambas se complementam, devem estar integrada, pois integram o homem com Deus. Ainda hoje vivem algums religiosos na clausura. Deus sabe o que passa no coração deles. Contudo, devemos seguir o exemplo de Jesus Cristo que aliou muito bem essas duas virtudes: de ser um trabalhador incansável e se manter sempre ligado ao Pai pela oração.
Os Espíritos Superiores foram questionados sobre isso por Allan Kardec na questão 657 de O Livro dos Espíritos: Têm, perante Deus, algum mérito os que se consagram à vida contemplativa, uma vez que nenhum mal fazem e só em Deus pensam?
Os Iluminados da Divina Codificação responderam-lhe:
“Não, porquanto, se é certo que não fazem o mal, também o é que não fazem o bem e são inúteis. Demais, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que o homem pense Nele, mas não quer que só Nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra. Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à Humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito.”
Desse modo, devemos, além de não fazer o mal, fazer o bem através do trabalho, de modo interligado com Deus a partir das atitudes cristãs. E num momento particular ou em grupo vamos nos fortalecer através da prece.
Que Deus nos ajude a sempre pensar assim.
Domício M. Maciel

sábado, 1 de outubro de 2011

BASES

5
BASES

“Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.”
(JOÃO, 13: 8.)

É natural vejamos, antes de tudo, na resolução do Mestre, ao lavar os pés dos discípulos, uma demonstração sublime de humildade santificante.
Primeiramente, é justo examinarmos a interpretação intelectual, adiantando, porém, a análise mais profunda de seus atos divinos. É que, pela mensagem permanente do Evangelho, o Cristo continua lavando os pés de todos os seguidores sinceros de sua doutrina de amor e perdão.
O homem costuma viver desinteressado de todas as suas obrigações superiores, muitas vezes aplaudindo o crime e a inconsciência. Todavia, ao contacto de Jesus e de seus ensinamentos sublimes, sente que pisará sobre novas bases, enquanto que suas apreciações fundamentais da existência são muito diversas.
Alguém proporciona leveza aos seus pés espirituais para que marche de modo diferente nas sendas evolutivas.
Tudo se renova e a criatura compreende que não fora essa intervenção maravilhosa e não poderia participar do banquete da vida real.
Então, como o apóstolo de Cafarnaum, experimenta novas responsabilidades no caminho e, desejando corresponder à expectativa divina, roga a Jesus lhe lave, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.

MINHA REFLEXÃO
Jesus reúne o fundamento e o destino do homem de bem. A caminhada na Terra é oportunidade de experiência concedida a cada um, para o conhecimento de si mesmo e a realização como semelhante ao Cristo.
O cultivo de interesses, preponderantemente contentadores da matéria, têm retardado a realização desse projeto de perfectibilidade. Quantas decisões são baseadas em postulados que estimulam a competitividade, o oportunismo e a ganância; resultando em ansiedade, medo, solidão e na falta de liberdade já que esta só será possível quando todos se vincularem pelo amor, respeito e aceitação.
Tem-se optado pelo caminho mais fácil. A vida pautada em propósitos imediatistas que não colocam o homem em reflexão. Mas tal fuga tem data de validade a vencer e a reforma íntima se apresenta como instrumento para a descoberta (ou reconquista) de identidade o que promove a auto-realização. O homem descobrirá que não é pior nem tem que ser melhor que o outro. É um ser único, portanto diferente.
E o próximo passo desse despertamento é, admitindo-se imperfeito, gestar o homem novo. Mas o que fazer com o “homem velho” que ainda existe? O Espírito Ermance Dufaux no livro Reforma íntima sem martírio recomenda que o submeta a um processo de educação. Adverte, ainda, que é o orgulho que estimula a negação do passado e que se reconciliar com o mesmo é “dar nova forma“ à existência futura.
A reforma íntima não deve ser entendida como um tormento, um suplício. É a construção de uma vida feliz baseada em novos valores, novos referenciais.
A ética da transformação não sugere uma relação conflituosa, nesse processo, com o “homem velho“, mas só haverá auto-aprimoramento se conhecermos esse ser que desejamos reeducar e questionarmos os seus fundamentos.
Em seu amor inteiro, o Divino Pai nos oferece o exemplo da vida modelar de seu santo filho, para que logremos a plenitude. Não estamos em desamparo, a não ser de nós mesmos, quando direcionamos o pensar e o comportamento pelo egoísmo.
Jesus materializa o saber, a direção e a vida verdadeira substanciada no amor a Deus e ao próximo. E como Trabalhador Divino incansável, Ele permanece na “esperança de limpar a Terra que lhe foi confiada às salvadoras diretrizes“ (Emmanuel, Pão Nosso).
Limpemo-nos, evangelizando-nos no Cristo para que possamos estar com Ele.
Luz e Paz!
Lourença