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VERDADES E FANTASIAS
Mas, porque vos digo a verdade, não me credes.
Jesus. (JOÃO: 8, 45.)
O mundo sempre distingue ruidosamente os expositores de fantasias.
É comum observar-se, quase em toda parte, a vitória dos homens palavrosos, que prometem milagres e maravilhas. Esses merecem das criaturas grande crédito. Basta encobrirem a enfermidade, a fraqueza, a ignorância ou o defeito dos homens, para receberem acatamento. Não acontece o mesmo aos cultivadores da verdade, por mais simples que esta seja. Através de todos os tempos, para esses últimos, a sociedade reservou a fogueira, o veneno, a cruz, a punição implacável.
Tentando fugir à angustiosa situação espiritual que lhe é própria, inventou o homem a “buena-dicha”, impondo, contudo, aos adivinhadores o disfarce dourado das realidades negras e duras. O charlatão mais hábil na fabricação de mentiras brilhantes será o senhor da clientela mais numerosa e luzida.
No intercâmbio com a esfera invisível, urge que os novos discípulos se precatem contra os perigos desse jaez.
A técnica do elogio, a disposição de parecer melhor, o prurido de caminhar à frente dos outros, a presunção de converter consciências alheias, são grandes fantasias. É necessário não crer nisso. Mais razoável é compreender que o serviço de iluminação é difícil, a principiar do esforço de regeneração de nós mesmos. Nem sempre os amigos da verdade são aceitos. Geralmente são considerados fanáticos ou mistificadores, mas... apesar de tudo, para a nossa felicidade, faz-se preciso atender à verdade enquanto é tempo.
MINHA REFLEXÃO
Há quem se compraz na satisfação de ter chamado a atenção de outros pelo feito inteligente, “caritativo” ou de fé. Somos chamados a todo instante a provar nossa fé na vida futura, quando somos expostos exacerbar o orgulho próprio ou a se entregar ao mérito conjunto daquilo que fizemos, elevando a Deus o agradecimento de mais uma tarefa em Seu Nome.
Se quisermos ser os primeiros, que sejamos os últimos (Mateus, 18: 1-5; 20-28); se quisermos nos elevar, que nos rebaixemos (Lucas, 14: 1, 7 a 11), nos ensinou o Mestre Jesus.
Que possamos cultivar e praticar a caridade como Paulo, inspirado no Mestre, iluminadamente a definiu:
A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; - não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, cap. XIII, vv. 1 a 7 e 13.).
Vide comentários de A. Kardec a essa passagem do Apóstolo Paulo em O Evang. Segundo o Espiritismo, Cap. 15, Item 7.
Que sejamos difusores tão somente da Verdade incorporadas em nós, por pensamentos e ações.
Que Deus nos ajude.
Domício.
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