Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A CADA UM



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A CADA UM
Levanta-te direito sobre os teus pés.
Paulo. (ATOS, 14: 10.)

De modo geral, quando encarnados no mundo físico, apenas enxergamos os aleijados do corpo, os que perderam o equilíbrio corporal, os que se arrastam penosamente no solo, suportando escabrosos defeitos. Não possuímos suficiente visão para identificar os doentes do espírito, os coxos do pensamento, os aniquilados de coração.
Onde existissem somente cegos, acabaria a criatura perdendo o interesse e a lembrança do aparelho visual; pela mesma razão, na Crosta da Terra, onde esmagadora maioria de pessoas se constituem de almas paralíticas, no que se refere à virtude, raros homens conhecem a desarmonia de saúde espiritual que lhes diz respeito, conscientes de suas necessidades incontestes.
Infere-se, pois, que a missão do Evangelho é muito mais bela e mais extensa que possamos imaginar. Jesus continua derramando bênçãos todos os dias. E os prodígios ocultos, operados no silêncio de seu amor infinito, são maiores que os verificados em Jerusalém e na Galiléia, porqüanto os cegos e leprosos curados, segundo as narrativas apostólicas, voltaram mais tarde a enfermar e morrer. A cura de nossos espíritos doentes e paralíticos é mais importante, porqüanto se efetua com vistas à eternidade.
É indispensável que não nos percamos em conclusões ilusórias. Agucemos os ouvidos, guardando a palavra do apóstolo aos gentios. Imprescindível é que nos levantemos, individualmente, sobre os próprios pés, pois há muita gente esperando as asas de anjo que lhe não pertencem.

MINHA REFLEXÃO
Há doença de toda sorte. Aquelas do corpo físico, à mostra, causam comoção e comiseração. Aquelas outras do Espírito, que acabam somatizando o corpo físico, são muitas das vezes passadas despercebidas, quando não são rechaçadas com o desprezo, pelo comportamento advindo delas.
Cada um segundo sua obra, nos ensinou o Mestre Jesus (Mateus, 13: 10 a 14) e explicou a Doutrina Espírita.[1]
Antes que tenhamos pena dos que sofrem por um aleijão, agradeçamos a Deus por termos o corpo sadio e não percamos nosso tempo em lamúrias. Pelo contrário, cuidemos do que é nosso: o bem mais precioso que o Pai no deu - a própria vida espiritual a se desenvolver no infinito, que poderia ser de modo mais rápido.
Devemos cuidar do corpo, nosso vaso reencarnatório, bem também precioso de nossa vida, sem responsabilizá-lo pelos nosso instintos. Nessa relação Espírito-corpo, devemos atentar que a razão de tudo que nos acontece está em nós, Espíritos em evolução, conforme Georges, Espirito Protetor, nos recomenda. [2]
Somos devedores, infinitamente, da misericórdia de Deus. Se quisermos vê-Lo, que sejamos mais cuidadosos conosco mesmo para não sermos alvo da comiseração alheia. Que possamos sempre ver com otimismo os aleijões corporais e indulgentes para com os aleijões espirituais.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantos se arruinam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos! Quantas uniões desgraçadas, porque resultaram de um cálculo de interesse ou de vaidade e nas quais o coração não tomou parte alguma! Quantas dissensões e funestas disputas se teriam evitado com um pouco de moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero! (...). Allan Kardec in: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 5, Item 4.
[2]  Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa. Sereis, porventura, mais perfeitos se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo? Não, a perfeição não está nisso: está toda nas reo formas por que fizerdes passar o vosso Espírito. Dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse o meio de o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17, Item 11.)

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