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VIDAS SUCESSIVAS
Não te maravilhes de
te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
Jesus.
João, 3: 7.
A palavra de Jesus a Nicodemos
foi suficientemente clara.
Desviá-la para
interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado,
atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade
legítima.
A reencarnação é lei
universal.
Sem ela, a existência
terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus
esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.
O homem ainda não percebeu
toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e
reajustamento.
Entre os homens, o criminoso
é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.
A Providência, todavia,
corrige, amando... Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina
somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e
voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos
outros.
Para a Sabedoria Magnânima
nem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e
sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo;
conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.
O algoz integral como a vítima integral são
desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus
filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos
compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as
dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.
MINHA
REFLEXÃO
A mensagem fala da justiça
divina diante dos sofridos embates existentes entre os humanos. Ninguém é
vítima. Os litigantes apenas trocam de lugar de uma encarnação para outra.
Ninguém sofre injustamente e
ninguém fere impunemente.
O algoz em vez de ferir deve
perdoar e a vítima também deve se conscientizar que se sofre é por que Deus permite e, então, deve perdoar, também, para que o ciclo de ódio seja cortado[1].
Perdoar para ser perdoado,
eis o que temos que fazer. Quem sofre um ultraje, uma
ingratidão, um desrespeito, deve ser suficientemente humilde para não dar sequência
à troca de ultrajes[2].
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1] Reconciliai-vos
o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a
caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao
ministro da justiça e não sejais metido em prisão. – Digo-vos, em verdade, que
daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil (Mateus, 5: 25 e
26).
[2] Se perdoardes aos homens as faltas
que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; -
mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai
celestial também não vos perdoará os pecados (Mateus, 6: 14 e 15).
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