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ZELO DO BEM
E qual é aquele que vos fará mal, se fordes
zelosos do bem?
1ª Epístola a Pedro, 3:
13.
Temer os que praticam o mal é demonstrar que o bem ainda
não se nos radicou na alma convenientemente.
A interrogação de Pedro reveste-se de enorme sentido.
Se existe sólido propósito do bem nos teus caminhos, se és
cuidadoso em sua prática, quem mobilizará tamanho poder para anular as
edificações de Deus?
O problema reside, entretanto, na necessidade de
entendimento. Somos ainda incapazes de examinar todos os aspectos de uma
questão, todos os contornos e uma paisagem. O que hoje nos parece a felicidade
real pode ser amanhã cruel desengano. Nossos desejos humanos modificam-se aos
jorros purificadores da fonte evolutiva. Urge, pois, afeiçoarmo-nos à Lei
Divina, refletir-lhe os princípios sagrados e submeter-nos aos Superiores
Desígnios, trabalhando incessantemente para o bem, onde estivermos.
Os melindres pessoais, as falsas necessidades, os
preconceitos cristalizados, operam muita vez a cegueira do espírito. Procedem
daí imensos desastres para todos os que guardam a intenção de bem fazer, dando
ouvidos, porém, ao personalismo inferior.
Quem cultiva a obediência ao Pai, no coração, sabe
encontrar as oportunidades de construir com o seu amor.
Os que alcançam, portanto, a compreensão legítima, não
podem temer o mal. Nunca se perdem na secura da exigência nem nos desvios do
sentimentalismo.
Para
essas almas, que encontraram no íntimo de si próprias o prazer de servir sem
indagar, os insucessos, as provas, as enfermidades e os obstáculos são
simplesmente novas decisões das Forças Divinas, relativamente à tarefa que lhes
dizem respeito, destinadas a conduzi-las para a vida maior.
MINHA
RELFEXÃO
A nossa integração com Deus, pelo cumprimento de suas Leis,
nos garante proteção em relação ao mal. Isto é ratificado pelos Espíritos
Superiores da Iluminada Doutrina Espírita na resposta à questão de nº 469 de O
Livro dos Espíritos, como segue:
469. Por
que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos? “Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis
a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter
sobre vós. Guardai--vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus
pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as
paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que
esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração
dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! não nos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal.”
Praticar o bem, como Pedro nos assevera, interpretado por
Emmanuel, é a grande força moral que podemos ter nessa vida. Mesmo que tenhamos
uma vida pregressa bastante comprometida com a Lei de Deus, o bem que
praticarmos será nosso salvo-conduto na convivência com os maus nesse planeta de
provas e expiações. Isso está relacionado com a Lei de Causa e Efeito. Sabemos
que temos que resgatar as dívidas adquiridas em vidas pretéritas, temos um
atenuante encontrado em Pedro (I Pedro, 4:8) que nos alivia a consciência culpada:
“o Amor cobre uma multidão de pecados”.
Isso dá a certeza que a Lei de Causa e Efeito não é determinista e inflexível.
Conforme Irmão Sânzio, na obra Ação e Reação (pela FEB) de André Luiz, pelo
Chico Xavier,
(...) embora nos reconheçamos
subordinados aos efeitos de nossas próprias ações, não podemos ignorar que o
comportamento de cada um de nós, dentro desse determinismo relativo, decorrente
de nossa própria conduta, pode significar liberação abreviada ou cativeiro
maior, agravo ou melhoria em nossa condição de almas endividadas perante a Lei.
Sejamos, então, zelosos no bem e teremos nossa proteção garantida
em Deus.
Que Deus nos guarde.
Domício
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