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POR AMOR
Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração,
a fim de que não vejam com os olhos e compreendam no coração e se convertam e
eu os cure.
JOÃO, 12:40
Os planos mais humildes da Natureza revelam a Providência
Divina, em soberana expressão de desvelo e amor.
Os lírios não tecem, as aves não guardam provisões e
misteriosa força fornece-lhes o necessário.
A observação sobre a vida dos animais demonstra os extremos
de ternura com que o Pai vela pela Criação desde o princípio: aqui, uma asa;
acolá, um dente a mais; ali, desconhecido poder de defesa.
Afirma-se a grande revelação de amor em tudo.
No entanto, quando o Pai convoca os filhos à cooperação nas
suas obras, eis que muita vez se salientam os ingratos, que convertem os
favores recebidos, não em deveres nobres e construtivos, mas em novas
exigências; então, faz-se preciso que o coração se lhes endureça cada vez mais,
porque, fora do equilíbrio, encontrarão o sofrimento na restauração
indispensável das leis externas desse mesmo amor divino. Quando nada enxergam
além dos aspectos materiais da paisagem transitória, sobrevém, inopinadamente,
a luta depuradora.
É quando Jesus chega e opera a cura.
Só então torna o ingrato à compreensão da Magnanimidade
Divina.
O amor
equilibra, a dor restaura. É por isso que ouvimos muitas vezes: “Nunca teria
acreditado em Deus se não houvesse sofrido.”
MINHA REFLEXÃO
Tudo que o Pai Maior faz é absolutamente perfeito. Até a
maneira de nos trazer à consciência de Sua existência e amor é perfeita. Nos
distanciamos dele pelas nossas incúrias e sofremos como aquele que
resolutamente envia o dedo em uma tomada elétrica.
Temos duas escolhas: amor ou dor.
Temos duas escolhas: amor ou dor.
A melhor escolha é decidir pelo AMOR que requer renúncia,
humildade, indulgência e perdão das ofensas[1], ou seja, consciência
voltada para o coletivo que resulta em avanço espiritual – Cumprimento das Leis
de Deus.
Emmanuel nos faz refletir sobre essa decisão quando nos
diz:
“O
amor equilibra, a dor restaura. É por isso que ouvimos muitas vezes: “Nunca
teria acreditado em Deus se não houvesse sofrido”.
Quando se quebra um braço, dói muito. Colocá-lo de volta
dói, também, demais! Assim acontece com quem se transvia das Leis de Deus. Dói
ao transgredir e dói na reparação também, e o Cristo, o Médico Maior, nos dá o
remédio: O Sermão do Monte.
O que é
mais perfeito do que o Amor de Deus (que não é eterno no castigar, que, aliás
nem castiga), considerando que a dor e a reparação são tão somente momentos de
aprendizagens? Allan Kardec nos faz bem compreender isso:
As
tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente
ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os
Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito
e de proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que,
havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder
o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo,
expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação
ao futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade,
faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma
primeira falta[2].
Deus não nos condena eternamente nem pela primeira, nem pelas
subsequentes faltas. Allan Kardec nos explica o significado da expressão
Bem-aventurados os aflitos:
Também
podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por
sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as
vossas passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente na Terra,
essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis, pois,
sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis
agora, o que vos garantirá a tranquilidade no porvir.[3]
Que tenhamos consciência do dever e amor que devemos
desenvolver em nós mesmos, amando a Deus e aos nossos semelhantes. Isto faz
parte da medicação passada pelo nosso Excelsior Médico.
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1]
Vide questão nº 886 de o Livro dos Espíritos
[2] O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V – Bem-aventurados os aflitos, item 8.
[3] O
Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V – Bem-aventurados os aflitos, item 12.
Bom dia Domicío M.Maciel!
ResponderExcluirEu faço parte de um grupo de desobsessão, e estamos estudando o livro Caminho Verdade e Vida,estamos no capítulo 139, e suas conclusões tem nos ajudado muito, pois, consideramos um livro difícil de entender, agradeço muito sua colaboração.
Obrigada. Janete Aparecida Butião. Lins- SP.
Caríssima Janete, que bom que minhas reflexões estão ajudando vocês. Um abraço de gratidão pela postagem gratificante.
ExcluirTenho outro blog em teço minha reflexão sobre as mensagens do livro O Espírito da Verdade, de autores diversos e psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, também da FEB.
Segue o link http://oconsolador.blogspot.com.br/