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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O OURO INTRANSFERÍVEL

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O OURO INTRANSFERÍVEL
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças.
Apocalipse (8: 18).
Sempre vulgares as aquisições de custo fácil.
Nada difícil ao homem comum perseguir as possibilidades financeiras aliciar interesses mesquinhos, inventar mil recursos para atingir os fins inferiores; entretanto, os que adotam semelhante norma desconhecem o caráter sagrado do mais humilde patrimônio que lhes vai às mãos, abusando da posse para sentirem-se, depois, mais empobrecidos que nunca.
A recomendação divina é suficientemente clara.
Para que um homem se enriqueça, deve adquirir o ouro provado no fogo, fortuna essa que procede das mãos generosas do Altíssimo.
Somente essa riqueza espiritual, adquirida nas situações de trabalho árduo, de profunda compreensão, de vitória sobre si mesmo, de esforço incessante, conferirá ao Espírito a posição de ascendência legítima, de bem-estar permanente, além das transformações impostas pelo sepulcro, e apenas levará a efeito tão elevada conquista após entregar-se totalmente ao Pai para a grandeza do Divino Serviço.
O homem mobilizado pelo homem poderá, sem dúvida, receber volumosos salários. Convenhamos, porém, que esses bens se transformam sempre ou algum dia serão transferidos a outrem pelo detentor provisório. No entanto, quando o trabalhador gasta suas possibilidades nos trabalhos do bem, com esquecimento do egoísmo, desinteressado de si próprio, colocando acima dos caprichos da personalidade os objetivos da Obra de Deus, lutando, amando, sofrendo e entregando-se a Ele, adquire, indiscutivelmente, o ouro eterno e intransferível.
MINHA REFLEXÃO
Há duas riquezas que o homem pode construir: a material e a espiritual. A primeira, pode ser fruto do uso da inteligência voltada para o bem e desenvolvimento da sociedade. Não há nenhum problema em obtê-la, pois, o trabalho gera trabalho, facultando oportunidades a outros de construírem a sua. Mas pode ser também fruto da desonestidade. Em vez de ser um móvel de evolução, pode ser de estagnação espiritual.
A segunda pode ser consequência da primeira se esta for originária de uma mente produtiva e altruísta e, assim, fiel ao Senhor. A administração de uma riqueza material qualifica seu administrador em mal ou bom servidor. Dessa forma, o detentor da posse, cumpre a orientação do Mestre ao nos ensinar que “ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon” (Lucas, 16: 13).[1]
A riqueza material é uma prova de abnegação e foco na evolução espiritual. Ser rico, materialmente falando, não é uma transgressão à Lei. Mas essa riqueza, muitas vezes obtida pelo derramamento do suor e dispêndio de energias intelectuais, não pertence ao usufrutuário, pois ele terá que deixá-la quando voltar ao plano espiritual. O Mestre nos contou uma parábola, da qual referenciamos só o seu final[2], ao ser exortado por um homem que reclamava parte da herança deixada pelo pai. Mas, antes, respondeu ao consulente: “Tende o cuidado de preservar-vos de toda a avareza, seja qual for a abundância em que o homem se encontre, sua vida não depende dos bens que ele possua (Lucas, 12: 15).
Desse modo, a riqueza verdadeira, e que não é transferível, é aquela resultante do cumprimento dos desígnios de Deus, na forma da Lei, que está gravada na consciência do Espírito.[3]
Que sejamos servos fiéis e bons usufrutuários dos bens que Deus nos confere para evoluirmos, ou seja, nos transformarmos em ricos do verdadeiro “ouro eterno e intransferível”, conforme nos aponta Emmanuel.
Que Deus nos ajude.
Domício Maciel.



[1] Vide interpretação em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVI.
[2]  (...) Que insensato és! Esta noite mesmo tomar-te-ão a alma; para que servirá o que acumulaste? É o que acontece àquele que acumula tesouros para si próprio e que não é rico diante de Deus. (Lucas, 12: 13 a 21.)
[3] O Livro dos Espíritos, questão nº 621. Onde está escrita a lei de Deus? “Na consciência”.

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