Mensagem de boas vindas


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

DAR

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DAR
E dá a qualquer que te pedir; e, ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.
Jesus. (LUCAS, 6:30.)
O ato de dar é dos mais sublimes nas operações da vida; entretanto, muitos homens são displicentes e incompreensíveis na execução dele. Alguns distribuem esmolas levianamente, outros se esquecem da vigilância, entregando seu trabalho a malfeitores.
Jesus é nosso Mestre nas ocorrências mínimas. E se ouvimo-lo recomendando estejamos prontos a dar “a qualquer” que pedir, vemo-lo atendendo a todas as criaturas do seu caminho, não de acordo com os caprichos, mas segundo as necessidades.
Concedeu bem-aventuranças aos aflitos e advertências aos vendilhões. Certo, os mercadores de má-fé, no íntimo, rogavam-lhe a manutenção do “status quo”, mas sua resposta foi eloquente. Deu alegrias nas bodas de Caná e repreensões em assembleias dos discípulos. Proporcionou a cada situação e a cada personalidade o que necessitavam e, quando os ingratos lhe tomaram o direito da própria vida, aos olhos da Humanidade, não voltou o Cristo a pedir- lhes que o deixassem na obra começada.
Deu tudo o que se coadunava com o bem. E deu com abundância, salientando-se que, sob o peso da cruz, conferiu sublime compreensão à ignorância geral, sem reclamação de qualquer natureza, porque sabia que o ato de dar vem de Deus e nada mais sagrado que colaborar com o Pai que está nos céus.
MINHA REFLEXÃO
O Cristo nos ensinou a oferta incondicional. A ingratidão não era sua preocupação, mesmo sabendo, de antemão, que seria vítima dela por parte de todos os que receberam sua solicitude e confiança[1], exceção raríssima.
Devemos dar com a alma de quem não tem nada, exceto o próprio pensamento e as virtudes já alcançadas, o Amor de Deus e de seus filhos que já alcançaram a pureza Espiritualidade. Por nossa vez, não podemos exigir amor, respeito e gratidão de quem não alcançou a pureza espiritual, como nós.
Quando nos tirarem o que alcançamos com o suor de nosso rosto, demonstremos o desapego, até porque temos capacidade de reaver tudo o que nos tirarem. Sejamos desapegados. Cobrar de quem nos deve, materialmente, é se instituir de dono de algo que não levaremos para o plano espiritual. Se for um ato afetivo, também não nos perturbemos o coração, se foi dado de coração. Deus nos Ama infinitamente e vivemos respondendo com a ingratidão a um Pai infinitamente solícito.
Devemos dar com desapego, mesmo que o que dermos for de forma sacrificial, como a senhora do gazofilácio[2].
Se formos cerceados de nossa liberdade por atos injustos, que possamos aguardar o momento da justiça de Deus, que chegará na hora certa. Perdoar incessantemente é o nosso dever, mesmo que nos doa muito no estágio que nos encontramos. Com o tempo, com os exercícios que Deus nos oferece, mais adiante, faremos tão espontaneamente que nem nos sentiremos injuriados como o Cristo demonstrou fazê-lo[3].
Que Deus nos ajude.
Domício



[1] Vide situações vividas com Judas e Pedro.
[2]  Estando Jesus sentado defronte do gazofilácio, a observar de que modo o povo lançava ali o dinheiro, viu que muitas pessoas ricas o deitavam em abundância. - Nisso, veio também uma pobre que apenas deitou duas pequenas moedas do valor de dez centavos cada uma. - Chamando então seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu muito mais do que todos os que antes puseram suas dádivas no gazofilácio; - por isso que todos os outros deram do que lhes abunda, ao passo que ela deu do que lhe faz falta, deu mesmo tudo o que tinha para seu sustento. (Marcos, 12: 41 a 44. - Lucas, 21: 1 a 4.)
[3] Aprendestes que foi dito: “Amareis o vosso próximo e odiareis os vossos inimigos.” Eu, porém, vos digo: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos. - Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa? Não procedem assim também os publicanos? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é o que com isso fazeis mais do que os outros? Não fazem outro tanto os pagãos?” (Mateus, 5: 43 a 47.)
 - “Digo-vos que, se a vossa justiça não for mais abundante que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.”(Mateus,.5: 20.)

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