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A ESPADA SIMBÓLICA
Não cuideis que vim
trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada.
Jesus. (Mateus, 10:34).
Inúmeros leitores do Evangelho
perturbam-se ante essas afirmativas do Mestre Divino, porquanto o conceito de
paz, entre os homens, desde muitos séculos foi visceralmente viciado. Na
expressão comum, ter paz significa haver atingido garantias exteriores, dentro
das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, rodeando-se o homem de
servidores, apodrecendo na ociosidade e ausentando-se dos movimentos da vida.
Jesus não poderia endossar tranquilidade
desse jaez, e, em contraposição ao falso princípio estabelecido no mundo,
trouxe consigo a luta regeneradora, a espada simbólica do conhecimento interior
pela revelação divina, a fim de que o homem inicie a batalha do aperfeiçoamento
em si mesmo. O Mestre veio instalar o combate da redenção sobre a Terra. Desde
o seu ensinamento primeiro, foi formada a frente da batalha sem sangue,
destinada à iluminação do caminho humano. E Ele mesmo foi o primeiro a
inaugurar o testemunho pelos sacrifícios supremos.
Há quase vinte séculos vive a
Terra sob esses impulsos renovadores, e ai daqueles que dormem, estranhos ao
processo santificante!
Buscar a mentirosa paz da
ociosidade é desviar-se da luz, fugindo à vida e precipitando a morte. No
entanto, Jesus é também chamado o Príncipe da Paz.
Sim, na verdade o Cristo trouxe ao mundo a
espada renovadora da guerra contra o mal, constituindo em si mesmo a divina
fonte de repouso aos corações que se unem ao seu amor; esses, nas mais
perigosas situações da Terra, encontram, nEle, a serenidade inalterável. É que
Jesus começou o combate de salvação para a Humanidade, representando, ao mesmo
tempo, o sustentáculo da paz sublime para todos os homens bons e sinceros.
MINHA
REFLEXÃO
Emmanuel nos traz uma outra
reflexão sobre a espada deixada por Cristo, em função de seus ensinamentos
revolucionários.
Conhecíamos aquela encontrada
no capítulo 23 (Estranha Moral) de O Evangelho Segundo o Espiritismo, itens 11
e seguintes em respeito a passagem evangélica encontra da em Mateus, 10:34-36.[i]. Naquele capitulo, A.
Kardec nos esclarece sobre o digladiamento existente entre cristãos da mesma
casa/família em que podemos encontrar irmãos contra irmãos, filhos(as) contra
pai/mãe, brigando pela supremacia da interpretação dos ensinos de Jesus. Isso,
esclarece o Codificador, é muito normal, já que uma ideia revolucionária é
seguida do debate entre os seus adeptos e, por questões de orgulho e vaidade,
muitas vezes, alguém estabelece sua opinião como sendo a verdade absoluta e
assim a dissensão ocorre no grupo. Tivemos essa ocorrência entre os discípulos
da Casa do Caminho e acontece até entre os espíritas, em relação ao
Espiritismo. Daí, abençoada foi a ideia do Movimento Unificado[ii] liderado pela Federação
Espirita Brasileira e suas federativas filiadas.
Segundo Emmanuel, não existe a
paz sem o esforço redentor do Espírito pela sua libertação dos processos
automáticos e viciados adquiridos ao longo de sua vida espiritual.
Que saibamos embainhar nossa
espada contra nós mesmos, em busca de nossa paz redentora, e não contra o nosso
próximo, respeitando sua liberdade de crença e estágio evolutivo para
compreender a verdade proveniente do Cristo.
Que Deus nos ajude.
Domício
Ofereço com carinho uma poesia de L Angel sobre
o tema dessa mensagem.
A ESPADA QUE REGENERA
L. ANGEL 08/09/2014
A
espada que regenera
É
uma doutrina de luz.
É
o cristianismo que acelera
A
evolução que não precisa mais de cruz.
Jesus
não trouxe paz ociosa,
Mas
aquela que tira o ser da inercia espiritual;
Alavanca-o, sem muita prosa,
Por ser um estado de alma
laboral.
A doutrina também produz a
dissenção
No seio de uma família.
Mas são pensamentos
divergentes que produzem a desunião.
Cada um briga pelo seu ponto
de vista.
Eis a luta de todo dia,
Mas no tempo certo, todos
andarão no mesmo sentido, pela mesma pista.
[i]
Não penseis que eu tenha vindo
trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada; - porquanto vim separar
de seu pai o filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a nora; - e o homem terá
por inimigos os de sua própria casa. (Mateus, 10: 34 a 36.)
[ii] Vide mais sobre em
ESDE – TOMO ÚNICO - módulo IX Movimento
espírita e unificação, disponível em http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/ESDE-Programa-Fundamental-Tomo-Unico1.pdf. Recomenda-se também
material sobre unificação em http://www.institutoandreluiz.org/unificacao_espirita.html.
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