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AMAS O BASTANTE?
Perguntou-lhe
terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me?
João
(21: 17.)
Aos aprendizes menos
avisados é estranhável que Jesus houvesse indagado do apóstolo, por três vezes,
quanto à segurança de seu amor. O próprio Simão Pedro, ouvindo a interrogação
repetida, entristecera-se, supondo que o Mestre suspeitasse de seus sentimentos
mais íntimos.
Contudo, o ensinamento é
mais profundo.
Naquele instante,
confiava-lhe Jesus o ministério da cooperação nos serviços redentores. O
pescador de Cafarnaum ia contribuir na elevação de seus tutelados do mundo, ia
apostolizar, alcançando valores novos para a vida eterna.
Muito significativa,
portanto, a pergunta do Senhor nesse particular. Jesus não pede informação ao
discípulo, com respeito aos raciocínios que lhe eram peculiares, não deseja
inteirar-se dos conhecimentos do colaborador, relativamente a Ele, não reclama
compromisso formal. Pretende saber apenas se Pedro o ama, deixando perceber
que, com o amor, as demais dificuldades se resolvem. Se o discípulo possui
suficiente provisão dessa essência divina, a tarefa mais dura converte-se em
apostolado de bênçãos promissoras.
É imperioso, desse modo, reconhecer que as
tuas conquistas intelectuais valem muito, que tuas indagações são louváveis, mas
em verdade somente serás efetivo e eficiente cooperador do Cristo se tiveres
amor.
MINHA
REFLEXÃO
Amar o Mestre, em última
análise, é um ato de inteligência. Sobretudo um ato de amor a Deus e,
particularmente, um amor a si mesmo.
Aquele se compromete com a
religiosidade sentida (como um compromisso de melhoria espiritual e identidade
religiosa) é chamado a ser melhor que si mesmo, todo dia, seja na relação
conjugal, paternal/filial/fraternal, ou mesmo na relação social/trabalho.
Amar o Mestre significa amar
incondicionalmente, trabalhar pela própria reforma íntima, divulgar seus
ensinamentos em atos e pensamento, vive-los na intimidade espiritual. É buscar
a perfeição espiritual. É trabalhar para ser um homem de bem, um bom espírita[1]. Dessa forma, divulgamos
sua Boa Nova, teorizando e praticando, como Ele o fez.
Deus, Nosso Pai, enviou seu
Filho amado para nos assegurar elementos intelectuais e espirituais, reafimar
sua Lei, já gravada em nossa consciência[2].
Então, que sigamos Seu
exemplo, pois a pergunta que Ele fez a Pedro, pode ser remetida a nós que nos
identificamos com seus ensinamentos.
Que Deus nos ajude.
Domício.
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