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NO
TRATO COM O INVISÍVEL
E, chamando-os a si,
disse-lhes por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás?
Marcos, 3: 23
Esta passagem do Evangelho é sumamente esclarecedora para
os companheiros da atualidade que, nas tarefas do Espiritismo cristão, se esforçam
por auxiliar desencarnados infelizes a se equilibrarem no caminho redentor.
Ninguém aguarde êxito imediato, ao procurar amparar os que
se perderam na desorientação.
É impossível dispensar a colaboração do tempo para que se
esclareçam as personagens das tragédias humanas e, segundo sabemos, nem mesmo
os apóstolos conseguiram, de pronto, convencer as entidades perturbadas, quanto
ao realismo de sua perigosa situação. Todavia, sem atitudes esterilizantes, muito
pode fazer o discípulo no setor dessas atividades iluminativas. Na atualidade,
companheiros devotados ao serviço ainda sofrem a perseguição dos adversários da
luz, que lhes atribuem sombrio pacto com poderes perversos. O sectarismo
religioso cognomina-os sequazes de Satanás, impondo-lhes torturas e
humilhações.
No entanto, as mesmas objurgatórias e recriminações
descabidas foram atiradas ao Mestre Divino pelo sacerdócio organizado de seu
tempo.
Atendendo
aos enfermos e obsidiados, entregues a destrutivas forças da sombra, recebeu
Jesus o título de feiticeiro, filho de Belzebu. Isso constitui significativa
recordação que, naturalmente, infundirá muito conforto aos discípulos novos.
MINHA REFLEXÃO
Há muito preconceito em torno das atividades espíritas,
sobretudo aquelas relativas ao trato com os Espíritos em desalinho. Nessa
passagem citada e refletida pelo Espírito Emmanuel, para nos consolar, o Cristo
tinha curado muitas pessoas, seja de alejumes, seja da possessão espiritual. Os
seus inimigos o acusavam de estar acomunado com o Satanás. Mas Jesus, colocou
aquela assertiva que complemento aqui:
Um reino
divido contra si mesmo cairá. Uma casa cheia de luta e divisão destrói-se a si
mesma. E se Satanás está lutando contra si mesmo, como pode ele realizar alguma
coisa? Ele não sobreviveria nunca (Marcos, 3: 24-26).
Então, quando formos tratado como macumbeiros, ligado com o
diabo, porque nos reunimos com os Espíritos, seja para libertá-los dos
processos subjugatórios em que se comprazem, seja para receber do Alto
esclarecimentos prementes, não nos importemos, pois o Cristo também foi acusado
desse modo, como o Emmanuel nos lembra.
Devemos considerar que O Cristo não só curou os endemoniados, e quando fez, fez gratuitamente, orientando que fizéssemos do mesmo modo. Senão, vejamos em Mateus (10: 8): Restituí
a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os
demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido.
É importante aqui notar, que muitas somos confundidos com
irmãos que fazem de sua mediunidade uma profissão e refletindo sobre essa
passagem de Mateus, aqui transcrita, vale apresentar o que A. Kardec nos
esclarece em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVI, item 2:
“Dai
gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”, diz Jesus a seus
discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo
por que nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a
faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, isto é, os maus
Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e
como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem
dele objeto de comércio, nem de especulação, nem meio de vida.
Bem compreendido, devemos ser tarefeiros da Seara do
Senhor, ajudando, voluntariamente, as equipes socorristas do plano espiritual
no seu trabalho de reorientação aos Espíritos que praticam as obsessões, sem
pressa de sucessos e sem nos colocarmos como adversários deles, mas como irmãos
em seu auxílio.
Que Deus nos ajude.
Domício.
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