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BASES
“Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.”
(JOÃO, 13: 8.)
É natural vejamos, antes de tudo, na resolução do Mestre, ao lavar os pés dos discípulos, uma demonstração sublime de humildade santificante.
Primeiramente, é justo examinarmos a interpretação intelectual, adiantando, porém, a análise mais profunda de seus atos divinos. É que, pela mensagem permanente do Evangelho, o Cristo continua lavando os pés de todos os seguidores sinceros de sua doutrina de amor e perdão.
O homem costuma viver desinteressado de todas as suas obrigações superiores, muitas vezes aplaudindo o crime e a inconsciência. Todavia, ao contacto de Jesus e de seus ensinamentos sublimes, sente que pisará sobre novas bases, enquanto que suas apreciações fundamentais da existência são muito diversas.
Alguém proporciona leveza aos seus pés espirituais para que marche de modo diferente nas sendas evolutivas.
Tudo se renova e a criatura compreende que não fora essa intervenção maravilhosa e não poderia participar do banquete da vida real.
Então, como o apóstolo de Cafarnaum, experimenta novas responsabilidades no caminho e, desejando corresponder à expectativa divina, roga a Jesus lhe lave, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.
MINHA REFLEXÃO
Jesus reúne o fundamento e o destino do homem de bem. A caminhada na Terra é oportunidade de experiência concedida a cada um, para o conhecimento de si mesmo e a realização como semelhante ao Cristo.
O cultivo de interesses, preponderantemente contentadores da matéria, têm retardado a realização desse projeto de perfectibilidade. Quantas decisões são baseadas em postulados que estimulam a competitividade, o oportunismo e a ganância; resultando em ansiedade, medo, solidão e na falta de liberdade já que esta só será possível quando todos se vincularem pelo amor, respeito e aceitação.
Tem-se optado pelo caminho mais fácil. A vida pautada em propósitos imediatistas que não colocam o homem em reflexão. Mas tal fuga tem data de validade a vencer e a reforma íntima se apresenta como instrumento para a descoberta (ou reconquista) de identidade o que promove a auto-realização. O homem descobrirá que não é pior nem tem que ser melhor que o outro. É um ser único, portanto diferente.
E o próximo passo desse despertamento é, admitindo-se imperfeito, gestar o homem novo. Mas o que fazer com o “homem velho” que ainda existe? O Espírito Ermance Dufaux no livro Reforma íntima sem martírio recomenda que o submeta a um processo de educação. Adverte, ainda, que é o orgulho que estimula a negação do passado e que se reconciliar com o mesmo é “dar nova forma“ à existência futura.
A reforma íntima não deve ser entendida como um tormento, um suplício. É a construção de uma vida feliz baseada em novos valores, novos referenciais.
A ética da transformação não sugere uma relação conflituosa, nesse processo, com o “homem velho“, mas só haverá auto-aprimoramento se conhecermos esse ser que desejamos reeducar e questionarmos os seus fundamentos.
Em seu amor inteiro, o Divino Pai nos oferece o exemplo da vida modelar de seu santo filho, para que logremos a plenitude. Não estamos em desamparo, a não ser de nós mesmos, quando direcionamos o pensar e o comportamento pelo egoísmo.
Jesus materializa o saber, a direção e a vida verdadeira substanciada no amor a Deus e ao próximo. E como Trabalhador Divino incansável, Ele permanece na “esperança de limpar a Terra que lhe foi confiada às salvadoras diretrizes“ (Emmanuel, Pão Nosso).
Limpemo-nos, evangelizando-nos no Cristo para que possamos estar com Ele.
Luz e Paz!
Lourença
O lava pés foi um momento simbólico que revelou o extremo amor de Jesus pelos seus discípulos, como a dizer: “a caminhada é árdua na senda cristã. Contem comigo quando estiverem cansados que eu os vos aliviarei”. Essa mensagem lembra-me a metáfora das pegadas na areia: o homem reparou que nos momentos mais difíceis de sua vida não tinha a companhia do Cristo, pois nesses momentos ele só via duas pegadas, e, então, Ele esclarece que as pegadas eram Dele, pois o carregava no colo.
ResponderExcluirEm certos momentos de nossas vidas trabalhamos de modo assoberbado reclamando e achando que não vamos dar conta. Essa lição nos lembra que nessas horas não podemos deixar de lembrar que temos um Amigo a nos aliviar os “calos” dos pés já cansados da viagem exaustiva. Emmanuel esclarece-nos que devemos sim pedir que Ele nos lave “os pés”, pois esse é um ato de quem sabe que em muitos momentos vivemos nos limites de nossas forças.
Que Jesus nos abençoe com esse extremo carinho do Irmão-Pai que não nos quer esmorecidos e desanimados.
O “lava pés” poderia ser substituído por outra ação carinhosa como apenas um jato de energia, mas, como foi feito, Ele mostrou também um ato de humildade e acolhimento extremo de um líder que quer sua equipe para lá de produtiva.
Que sejamos, na liderança, um líder como Ele.
Que Deus nos ajude.
Domicio M. Maciel
Façamos também nossa a aspiração do apóstolo Pedro. Aceitemos a disposição humilde do Mestre em nos " lavar " aquilo que em nós é empecilho para a santificadora renovação e assim podermos estar com Ele, para que realizemos a " expectativa divina " a que nos destinamos.
ResponderExcluirOs pés representam o homem que por inteiro precisa ser limpado de seus erros e vícios. Como filhos de Deus, a sua semelhança seremos. Mas isso, conforme nos aproximarmos de Jesus.
Encarnados ou desencarnados, estamos em serviço, vencendo o estado de espíritos imperfeitos. O homem civilizado atingiu nível de progresso intelectual e moral que o torna responsável pelo que faz; pelo que é capaz; pelos popósitos a que obedece e pelo seu destino.
Domício considera, muito apropriadamente, que no cotidiano das atividades nos sentimos necessitando do generoso amparo de Jesus como Mestre, Amigo, Líder amoroso. Consideremos que poucos buscam os nortes basilares do Cristo para o consolo e encontro da força necessária para prosseguir. Muitos de nós nos desesperamos, sem entender a ação santificadora do sofrimento e nos rebelamos contra o Pai e o Filho que se colocam como pronto socorro a sarar as dores e a cegueira de homens que vivem conforme a carne.
Sigamos aprendendo no exemplo do Cristo.
Luz e Paz!
Lourença