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REUNIÕES CRISTÃS
“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas da casa onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus e pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja convosco”. (JOÃO, 20:19)
Desde o dia da ressurreição gloriosa do Cristo, a Humanidade terrena foi considerada digna das relações com a espiritualidade.
O Deuteronômio proibira terminantemente o intercâmbio com os que houvessem partido pelas portas da sepultura, em vista da necessidade de afastar a mente humana de cogitações prematuras. Entretanto, Jesus, assim como suavizara a antiga lei da justiça inflexível com o perdão de um amor sem limites, aliviou as determinações de Moisés, vindo ao encontro dos discípulos saudosos.
Cerradas as portas, para que as vibrações tumultuosas dos adversários gratuitos não perturbassem o coração dos que anelavam o convívio divino, eis que surge o Mestre muito amado, dilatando as esperanças de todos na vida eterna. Desde essa hora inolvidável, estava instituído o movimento de troca, entre o mundo visível e o invisível. A família cristã, em seus vários departamentos, jamais passaria sem o doce alimento de suas reuniões carinhosas e íntimas. Desde então, os discípulos se reuniriam, tanto nos cenáculos de Jerusalém, como nas catacumbas de Roma. E, nos tempos modernos, a essência mais profunda dessas assembléias é sempre a mesma, seja nas igrejas católicas, nos templos protestantes ou nos centros espíritas.
O objetivo é um só: procurar a influenciação dos planos superiores, com a diferença de que, nos ambientes espiritistas, a alma pode saciar-se, com mais abundância, em vôos mais altos, por se conservar afastada de certos prejuízos do dogmatismo e do sacerdócio organizado.
MINHA REFLEXÃO
A vinda de Jesus está a serviço do cumprimento da lei de Deus no tocante aos deveres para com Este e para com o próximo – princípios norteadores de Sua doutrina. A lei divina, contida nas leis mosaicas, serão apresentadas pelo Mestre aos homens em seu “verdadeiro sentido” (O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE), Cap. I, Item 3 ).
Jesus, no cumprimento de Sua missão, ensina com a sabedoria de espírito evoluído as coisas que podiam ser compreendidas. Dentre essas, ressalta a eternidade da vida para além da existência material e a trilha a cumprir para o refazimento de todos nós em semelhantes ao Pai.
A ressurreição de Jesus testemunha a inexistência da morte e a garantia de que aqueles munidos de fé não seguiriam órfãos do conforto esclarecedor e amoroso do Bom Pastor.
O Cristo, observa Emmanuel, faz-se presente ao conjunto dos discípulos em reunião e não a um deles em especial. Ele cumpre a Sua promessa de estar “em qualquer lugar em que se encontrem duas ou três pessoas“ em Seu nome (São Mateus, 18: 20).
Em nome de Jesus significa colocar-se, verdadeiramente, um vinculado ao outro pelo bem que deve ser comum ao grupo e a que se intenciona. Portanto, é imperativo renunciar a quaisquer interesses egoísticos para a supremacia do amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
A história do Cristianismo ganhou voz e vigor em reuniões que disseminaram os ensinos do Cristo entre seus membros e aos novos seguidores.
Temos conosco a certeza da presença de Jesus a nos orientar, mesmo quando não estamos em agrupamentos de duas ou mais pessoas, desde que o bem seja a nossa finalidade. Atentemos, porém, para a importância dada por Jesus ao “efeito da união e da fraternidade” (ESE, Cap. 28, Item 5). Assim, se mais de um em caridade clama pela ajuda do Alto, há o fortalecimento da vontade.
Que valorizemos as nossas assembléias como momentos de sincera aliança para rogar a ajuda divina e exercitarmos o companheirismo comum aos irmãos em Cristo.
Luz e Paz.
Lourença
O Espírito Emmanuel coloca um ponto final na questão da proibição bíblica de se comunicar com os mortos. Sim, Jesus, volta em Espírito, depois de seu decesso físico. Bonita essa iluminação. Nunca tinha tido uma saída para essa questão.
ResponderExcluirEntão, apesar de voltar ao plano espiritual, nossa pátria verdadeira, Ele não nos deixou órfãos de sua assistência amorosa e esclarecedora.
Todos os cristãos, independentemente do credo religioso, estão sob a Sua assistência ou de um enviado Dele. O que diferencia os Espíritas dos demais cristãos é que eles sabem, por convicção doutrinária, não ser só Ele a nos assistir.
A continuidade da vida no plano espiritual e a comunicabilidade dos que partem com os que ficam ainda encarnados é o que de mais consolador existe na Doutrina Espírita, e, hoje (02/11 Dia de Finados), ao fazer essa reflexão, lembro-me de todos os irmãos que estão sofrendo ou já sofreram pela separação, por morte do corpo físico, de seus entes queridos. Alguns se resignaram e “esqueceram” a dor sem a esperança de um dia vir a reencontrar seus entes queridos, outros ainda se encontram inconsoláveis.
A doutrina nos afirma: “A vida Continua! (...)” – E continua:
Creiam que aqueles que vocês chamam de mortos estão mais vivos que vocês, pois eles vêem o que vocês não vêem, e ouvem o que vocês não ouvem; reconhecei, naqueles que lhes vêm falar, seus parentes, seus amigos, e todos aqueles que vocês amaram na terra e que acreditavam perdidos irremediavelmente; infelizes aqueles que crêem que tudo acaba com o corpo, pois serão cruelmente desenganados, infelizes daqueles a que terá faltado caridade, pois sofrerão o que tiverem feito os outros sofrer! Escutai a voz daqueles que sofrem e que lhes vêm dizer: "Nós sofremos por não ter reconhecido o poder de Deus e duvidado de sua misericórdia infinita; sofremos por nosso orgulho, nosso egoísmo, nossa avareza e por todas as más paixões que não soubemos reprimir; sofremos por todo o mal que fizemos ao nosso semelhante, pelo esquecimento da caridade. (O Espiritismo em Sua Mais Simples Expressão – ALLAN KARDEC).
Que não nos esqueçamos da presença constante de Jesus Cristo nas nossas vidas e, em particular, nas nossas reuniões voltadas para as práticas cristãs, sejam relacionadas aos Centros Espíritas (como bem lembra a Lourença) ou aquelas familiares, pois se dois ou mais pensam melhor, que dizer se feitas na companhia do Cristo?