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ESPEREMOS
Não esmagará a cana quebrada e não apagará o
morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo.
Mateus, 12: 20.
Evita as sentenças definitivas, em face dos quadros
formados pelo mal.
Da lama do pântano, o Supremo Senhor aproveita a
fertilidade.
Da pedra áspera, vale-se da solidez.
Da areia seca, retira utilidades valiosas. Da substância
amarga, extrai remédio salutar. O criminoso de hoje pode ser prestimoso
companheiro amanhã. O malfeitor, em certas circunstâncias, apresenta qualidades
nobres, até então ignoradas, de que a vida se aproveita para gravar poemas de
amor e luz.
Deus não é autor de esmagamento.
É Pai de misericórdia.
Não destrói a cana quebrada, nem apaga o morrão que fumega.
Suas mãos reparam estragos, seu hálito divino recompõe e
renova sempre.
Não desprezes, pois, as luzes vacilantes e as virtudes
imprecisas. Não abandones a terra pantanosa, nem desampares o arvoredo sufocado
pela erva daninha.
Trabalha pelo bem e ajuda incessantemente.
Se
Deus, Senhor Absoluto da Eternidade, espera com paciência, por que motivo, nós
outros, servos imperfeitos do trabalho relativo, não poderemos esperar?
MINHA REFLEXÃO
Esperar é uma virtude. Mas muitos confundem com indiferença. Entretanto,
cada um tem o seu limite de espera, que é variável, mas renovável. Não podemos
decidir pela vida num momento de atrito, de conflitos existenciais. Toda decisão
deve ser tomada num momento de calma, mas íntima calma espiritual. Numa situação
de emergência, a calma possibilita tomadas de decisões rápidas, mas ajuizadas.
Numa situação em que as ofensas, as incompreensões e as
afetações nos castigam, não devemos tomar decisões, como não tivesse o dia de amanhã.
O silêncio é a melhor receita. No outro dia (que pode durar dias para chegar),
porque ele existe e sempre existirá, ajuizamos sobre o problema e tomamos a
decisão, com calma, sem afetar ninguém, particularmente as pessoas que dizemos “amar”.
Conforme Um Espírito Amigo:
Sede
pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de
caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na
esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais
penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos
do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.[1]
Num momento de brios feridos, por causa de nossas
imperfeições, fazemos o que não queremos e não fazemos o que queremos, conforme
Paulo, o Apóstolo[2].
Somos o nosso problema existencial, porque somos impacientes.
Que saibamos ser pacientes diante de nossos entes queridos
e mesmo dos não queridos (que deveriam ser, por sermos filhos do mesmo Pai) e
ganhemos em evolução.
Que Deus nos ajude!
Domício.
[1]
Um Espírito Amigo in: O Evangelho
Segundo o Espiritismo, cap. IX (Os que são brandos e pacíficos), item 7.
[2]Cartas aos Romanos, 7:
19-20 Impotência da lei diante do pecado
Não faço o bem que quereria,
mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço,
mas sim o pecado que em mim habita.
Obrigado amigo.
ResponderExcluirDisponha, Cristiano!!
ExcluirQualquer dúvida ou complementação à minha reflexão, de sua parte, fique à vontade.
Grato!!
Este comentário foi removido pelo autor.
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