Mensagem de boas vindas


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

RENUNCIAR

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RENUNCIAR
E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna. Jesus.
Mateus, 19: 29.
Neste versículo do Evangelho de Mateus, o Mestre Divino nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna. Há necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e mãe, mulher e irmãos do mundo. No entanto, é necessário esclarecer como renunciar.
Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor de seu nome.
À primeira vista, o alvitre divino parece contra-senso.
Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o Cristo veio até nós para santificá-los? Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos tempos mais antigos. Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis.
Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou.
Aos companheiros que o abandonaram aparece, glorioso, na ressurreição. Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os júbilos eternos. Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime roteiro de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das criaturas.
Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor ao Cristo. É perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu.
Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é ingrata, se os irmãos parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento com Jesus.
Acaso, não encontras compreensão no lar? Os amigos e irmãos são indiferentes e rudes? Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais tarde o júbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo. Somente desse modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes todo o bem por dedicação ao Mestre, e, somente com semelhante renúncia, alcançarás a vida eterna.
MINHA REFLEXÃO
Entendemos que não podemos pedir dos que nos cercam, em particular os familiares, as pessoas mais queridas, perfeição que eles não têm e, em consequência, a renúncia de nossa companhia para que possamos aspirar o Reino de Deus, ou seguir as pegadas do Mestre.
No convívio com eles, podemos servi-Lo, sem necessariamente se afastar deles. Servindo ao Mestre, podemos reuni-los em torno de nós, aplicando os ensinamentos Dele. De modo organizado, podemos participar das atividades cristãs, no Centro Espírita, sem atrapalhar a convivência com os familiares e amigos. Não podemos fazer das atividades espíritas um motivo de fuga da convivência dos que o Mestre oportunizou que viéssemos conviver para o nosso resgate e evolução espiritual. Muitos já confundiram e outros estão confundindo esse mister. Se nascemos sem uma missão coletiva, é por que temos compromissos com um círculo familiar, ou com amizades a serem considerado na atual existência. Então, devemos cumprir com todos os deveres: os da fé espírita e os da família, corpórea ou espiritual.
Allan Kardec fez a seguinte pergunta (nº 681 de O Livros dos Espíritos) aos Espíritos Superiores que responderam prontamente:

681. A lei da Natureza impõe aos filhos a obrigação de trabalharem para seus pais? “Certamente, do mesmo modo que os pais têm que trabalhar para seus filhos. Foi por isso que Deus fez do amor filial e do amor paterno um sentimento natural. Foi para que, por essa afeição recíproca, os membros de uma família se sentissem impelidos a ajudarem-se mutuamente, o que, aliás, com muita frequência se esquece na vossa sociedade atual.”
Então, motivados por servir ao Cristo, não podemos esquecer de nossos deveres filiais e paternais. Pelo contrário, se possível, estabelecemos o Evangelho no Lar ou os levemos para as atividades espíritas que praticamos.
A missão familiar, de cada um de nós, é lembrada pelo Espírito François de Genève, em o Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 25, quando nos orienta:

São inatas no espírito de todos os homens as aspirações por uma vida melhor; mas, não as busqueis neste mundo e, agora, quando Deus vos envia os Espíritos que lhe pertencem, para vos instruírem acerca da felicidade que Ele vos reserva, aguardai pacientemente o anjo da libertação, para vos ajudar a romper os liames que vos mantêm cativo o Espírito. Lembrai-vos de que, durante o vosso degredo na Terra, tendes de desempenhar uma missão de que não suspeitais, quer dedicando-vos à vossa família, quer cumprindo as diversas obrigações que Deus vos confiou.
Essa mensagem foi ditada para os melancólicos que perderam a vontade de viver, esquecendo do que vieram fazer na carne. Entretanto, nos faz lembrar que temos, mesmo com muita vontade de viver e servir o Mestre, missões a cumprir com os que Deus nos oportunizou estar juntos pela reencarnação a fora. O Espiritismo não deve nos afastar, mas nos ligar mais ainda a eles.
Que Deus nos ajude a não esquecer de nossos deveres, quando estivermos na lide espírita.

Domício.

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