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GLÓRIA CRISTÃ
Porque a nossa glória é
esta: o testemunho da nossa consciência.
Paulo. (2ª Epístola aos
Coríntios, 1: 12).
Desde as tribos selvagens, que
precederam a organização das famílias humanas, tem sido a Terra grande palco
utilizado na exibição das glórias passageiras.
A concorrência intensificou a
procura de títulos honoríficos transitórios.
O mundo desde muito conhece
glórias sangrentas da luta homicida, glórias da avareza nos cofres da fortuna
morta, do orgulho nos pergaminhos brasanados e inúteis, da vaidade nos prazeres
mentirosos que precedem o sepulcro; a ciência cristaliza as que lhe dizem
respeito nas academias isoladas; as religiões sectaristas nas pompas externas e
nas expressões do proselitismo.
Num plano onde campeiam tantas
glórias fáceis, a do cristão é mais profunda, mais difícil. A vitória do
seguidor de Jesus é quase sempre no lado inverso dos triunfos mundanos. É o
lado oculto. Raros conseguem vê-lo com olhos mortais.
Entretanto, essa glória é tão
grande que o mundo não a proporciona, nem pode subtraí-la. É o testemunho da
consciência própria, transformada em tabernáculo do Cristo vivo.
No instante divino dessa glorificação,
deslumbra-se a alma ante as perspectivas do Infinito. É que algo de estranho
aconteceu aí dentro, na cripta misteriosa do coração: o filho achou seu Pai em
plena eternidade.
MINHA
REFLEXÃO
Essa glória cristã, todos nós,
um dia, seremos merecedores, pois o Pai nos criou puros para sermos puros, à
sua semelhança. Vê-lo,[1] de fato, deve ser
indescritível. Viver vibrando alto, feliz... esse o nosso destino, alcançar a
pureza espiritual[2].
Somos iludidos, por achar que
todos devem nos compreender, nos devem respeito incondicionalmente, nos devem
amar, realçar apenas o bem que fazemos, hoje. Mas consciente disso, Francisco
de Assis, nos ensinou em sua oração o desprendimento do orgulho e nos convida a
pedir ao Mestre que nos ensine a compreender, antes que sejamos compreendidos,
consolar, antes que sejamos consolados, perdoar, antes que sejamos perdoados e
amar, antes que sejamos amados. Ele nos convida a prática da caridade[3] (benevolência, indulgência
e misericórdia) incondicionalmente, todos os momentos de nossa vida.
Que possamos caminhar mais
céleres ao encontro do seio do Senhor, sob a égide dos ensinamentos do Cristo,
nosso modelo, nosso guia maior[4]
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1]
O Livro dos Espíritos, questão 244.
Os Espíritos vêem a Deus? “Só os Espíritos superiores o vêem e compreendem. Os
inferiores o sentem e adivinham.”
[2]
Escala dos Espíritos puros.
Os Espíritos que a compõem
percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da
matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura,
não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à
reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus. Allan
Kardec – O Livro dos Espíritos – Parte 2, cap. I – Dos Espíritos – Primeira
Ordem
[3]O Livro dos Espíritos,
questão 886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia
Jesus? “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos
outros, perdão das ofensas.”
[4] O Livro dos Espíritos,
questão 625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para
lhe servir de guia e modelo? “Jesus.”
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