14
EM TI MESMO
“Tens fé? Tem-na em ti mesmo, diante de Deus.” — Paulo.
(ROMANOS, 14:22)
No mecanismo das realizações diárias, não é possível esquecer a criatura aquela expressão de confiança em si mesma, e que deve manter na esfera das obrigações que tem de cumprir à face de Deus.
Os que vivem na certeza das promessas divinas são os que guardam a fé no poder relativo que lhes foi confiado e, aumentando-o pelo próprio esforço, prosseguem nas edificações definitivas, com vistas à eternidade.
Os que, no entanto, permanecem desalentados quanto às suas possibilidades, esperando em promessas humanas, dão a idéia de fragmentos de cortiça, sem finalidade própria, ao sabor das águas, sem roteiro e sem ancoradouro.
Naturalmente, ninguém poderá viver na Terra sem confiar em alguém de seu círculo mais próximo; mas, a afeição, o laço amigo, o calor das dedicações elevadas não podem excluir a confiança em si mesmo, diante do Criador.
Na esfera de cada criatura, Deus pode tudo; não dispensa, porém, a cooperação, a vontade e a confiança do filho para realizar. Um pai que fizesse, mecanicamente, o quadro de felicidades dos seus descendentes, exterminaria, em cada um, as faculdades mais brilhantes.
Por que te manterás indeciso, se o Senhor te conferiu este ou aquele trabalho justo? Faze-o retamente, porque se Deus tem confiança em ti para alguma coisa, deves confiar em ti mesmo, diante d’Ele.
MINHA REFLEXÃO
Somos deuses, nos motivou Jesus Cristo. Mas essa condição divina pressupõe a integração com a Divindade Maior: Deus. Paulo nos lembra, muito bem, essa condição do desenvolvimento da fé no ser humano.
Podemos “sozinhos” fazer muitas coisas. Se deixarmos as pessoas próximas (familiares, companheiros de trabalho etc.) nos ajudar com sua singularidade, conseguiremos fazer muito mais. Mas, se, além disso, confiarmos na benevolência de Deus, então nos agigantaremos e nos transformaremos em pequenos Deuses, como o próprio Jesus Cristo se mostrou ser e que sabemos ser o Governador do nosso planeta. O Cristo certamente não nos iludiu e imaginemos ter uma consciência a ponto de governar a humanidade de um planeta, como Ele.
Diz-nos Um Espírito Protetor que há a fé humana e a fé divina (ESE, Cap. XIX, Item 12). Diz-nos ele:
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. Um Espírito Protetor. (Paris, l863.)
Entendo que a união dessas duas naturezas de fé é que torna o homem mais produtivo, colaborador de si mesmo e dos que Deus colocou em seu círculo de relações, bem como da humanidade como toda.
Que sejamos assim: fervorosos em nós e em Deus.
Que Deus nos ajude.
Domício
Esta mensagem é um convite à reanimação do vínculo com Deus. A confiança em si testemunha o amor ao Pai Divino.
ResponderExcluirHá na compreensão de Emmanuel uma necessária observação de que o homem não deve desconfiar da sua capacidade de realização no mundo, pois o Pai que tudo sabe acredita em seus filhos todos, apesar do que ainda são eles.
Muitos agem como se ofedessem ao Altíssimo por agirem confiantes diante das solicitações da vida. Emmanuel, a partir do apóstolo Paulo, vem esclarecer que não é assim.
Lembremos quantas vezes nos omitimos e deixamos de colaborar na obra do Cristo, porque não enxergamos em nós as muitas faculdades que só renderão frutos se as exercitarmos. Nos escondemos, porque a fé humana é diminuta e isso nos condena como fiéis em Deus.
A Providência divina nos deixa agir, lembra Emmanuel, por bondade, respeito e valorização.
Não somos "cobaias de Deus" como, inadvertidamente, escreveu um certo poeta.
Somos filhos de um Pai que tudo pode, mas por amor a nós, deixa-nos amadurecer em inteligência e moralidade para que, desde já, possamos ser deuses como destacou Domício.
Sigamos, ampliando a fé em nós e em Deus.
Luz e Paz!
Lourença