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SEGUE-ME TU
“Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.”
João (21:22).
Nas comunidades de trabalho cristão, muitas vezes observamos companheiros altamente preocupados com a tarefa conferida a outros irmãos de luta.
É justo examinar, entretanto, como se elevaria o mundo se cada homem cuidasse de sua parte, nos deveres comuns, com perfeição e sinceridade.
Algum de nossos amigos foi convocado para obrigações diferentes?
Confortemo-lo com a legítima compreensão.
Às vezes, surge um deles, modificado ao nosso olhar. Há cooperadores que o acusam. Muitos o consideram portador de perigosas tentações. Movimentam-se comentários e julgamentos à pressa. Quem penetrará, porém, o campo das causas? Estaríamos na elevada condição daquele que pode analisar um acontecimento, através de todos os ângulos? Talvez o que pareça queda ou defecção pode constituir novas resoluções de Jesus, relativamente à redenção do amigo que parece agora distante.
O Bom Pastor permanece vigilante. Prometeu que das ovelhas que o Pai lhe confiou nenhuma se perderá.
Convém, desse modo, atendermos com perfeição aos deveres que nos foram deferidos. Cada qual necessita conhecer as obrigações que lhe são próprias.
Nesse padrão de conhecimento e atitude, há sempre muito trabalho nobre a realizar.
Se um irmão parece desviado aos teus olhos mortais, faze o possível por ouvir as palavras de Jesus ao pescador de Cafarnaum: “Que te importa a ti? Segue-me tu”.
MINHA REFLEXÃO
Em todo trabalho, em que muitos se predispõem a colaborar, sempre há os “desertores” de última hora, decepcionando os resistentes aos chamados de “César” (Lucas, 16:13).
Não podemos nos deixar impactar com esse fato muito comum na seara do Cristo. Na verdade devemos olhar com os olhos daquele que pode cair em tentação a qualquer momento. Ou seja, devemos ser indulgentes com aqueles que ainda se vêem limitados e então optam pelos apelos mundanos. Até porque não podemos julgar ninguém por desconhecer-lhes seus conflitos, como nos esclarece Emmanuel.
Jesus nos ensina que não devemos cuidar dos “desertores”, mas, sim, daquilo que nos compete fazer. Aqueles terão sua verdadeira hora para o trabalho, pois chamados sempre estarão sendo enquanto houver uma seara com muitos serviços como a do Cristo (Mateus, 20: 1-16). Mas em verdade, nem todos chamados para o trabalho serão escolhidos (Mateus, 22: 1-14)
É importante notar que o que pode fortalecer um trabalhador cristão, em sua atividade, é o ganho que terá por ser grato a tanto recebido (Marcos, 4:24-25).
Que importa se a equipe está a menor em algum dia? Façamos o trabalho, pois ele é voluntário e o compromisso maior que devemos firmar não é com os companheiros de equipe, mas com o Cristo.
Que sejamos fiéis com os nossos propósitos e façamos nossa parte, pedindo a Deus a superação dos entraves que podem nos desfalecer em algum momento.
Que Deus nos ajude.
Domício M. Maciel
A tarefa é trabalhar no Bem, acatando o convite de Jesus, para que o progresso da humanidade se dê.
ResponderExcluirE, de nossa parte, como temos agido?
Emmanuel observa que há desvio de esforços da ação beneficente para a formulação de conjecturas acerca do comportamento de irmãos que se afastam do trabalho de Cristo. Prossegue, identificando, em nós, uma avidez em apresentar diagnóstico da situação, quando não dispomos dos elementos de causa.
Aceitemos, então que, nesse panorama, deixa de acertar quem esmorece e aquele que julga, muitas vezes sem a autoridade do exemplo. Perguntemos, em nossa intimidade, o porquê da censura ao companheiro de jornada. Seria para "reprimir o mal" ou "desacreditar a pessoa"? ( O E. S. E., cap.X, item 13 ). Cuidemos para não fomentar a exposição de alguém que está a fraquejar como também pode encontrar-se impelido por "novas resoluções de Jesus".
Emmanuel afirma que "ainda hoje, a maioria dos homens aceita as obrigações inerentes ao próprio dever, porque a isso é constrangida." ( Pão nosso, mensagem 103 )
Jesus convida a todos, mas como Mestre Perfeito, sabe que cada um aceitará, a seu tempo, conforme o acordamento moral, o amoroso apelo.
Também nos lembra que Ele é o nosso guia, portanto tenhamos fé na vida futura, cuja construção possibilita às ovelhas do Pai maneiras diversas de servir e de autoreformar-se.
Emmanuel recomenda, então, que cada um lance olhos atentos sobre si mesmo. Tal postura educativa resultará em solidificação da fraternidade entre os trabalhadores cristãos.
Em sua reflexão, Domício ressalta a importância de nos concentrarmos, tão somente, em servir com Jesus.
Que Deus tenha piedade de nós!
Ajude-nos a auxiliar na grande obra de progresso da humanidade, consagrando-nos como cooperadores de Cristo.
Lourença
Lourença, o trabalho realmente é do Cristo. Somos somente colaboradores voluntários da última hora. Que saibamos ser digno dessa "última" chamada.
ResponderExcluirSegue uma poesia de Maria Dolores extraída de
XAVIER, Francisco Cândido. Poetas Redivivos: Diversos Espíritos. 3ed. Rio de Janeiro: FEB, 1996, p. 88.
DEUS CONTA CONTIGO
Maria Dolores
Ouço-te, às vezes, coração amigo,
Em torno ao bem, numa questão qualquer:
— “Farei... Conseguirei... Conta comigo...
Se Deus quiser, se Deus quiser...”
Mas não te alteres, a pretexto disso.
De segundo a segundo, estrada a estrada,
A Vontade de Deus é revelada
Em bondade e serviço.
Fita os quadros da gleba, campo afora:
Tudo o que existe, vibra, luta e sente,
Serve constantemente,
Dia-a-dia, hora a hora!...
De alvorada a alvorada, o Sol fecundo,
Sem aguardar requerimento
Garante sem cessar o equilíbrio do mundo
De seu carro de luz no firmamento.
A fonte, a deslizar singela e boa,
Passa fazendo o bem,
Dessedenta, consola, alivia, abençoa
Sem perguntar a quem...
Sem recorrer a humanos estatutos,
Nem a filosofias enganosas,
A laranjeira estende os próprios frutos,
A roseira dá rosas...
O lírio não se ofende, nem reclama:
Sobre a terra onde alguém lhe deitou a raiz,
Seja em vaso de estufa ou num trato de lama,
Desabrocha feliz.
Assim no mundo, coração amigo,
Faze o bem onde for, seja a quem for;
Em toda parte, Deus conta contigo
Na tarefa do amor.
A Lei de Progresso se realiza em consonância com a Lei de Trabalho e não precisamos nos perturbar, ocasionando atrapallhos ao modo particular de cada um de nós evoluirmos.
ResponderExcluirO Espírito Maria Dolores em sua lírica amorosa lembra-nos que apesar do contexto que, às vezes, parece favorável ou repelente, nós seguiremos sempre em frente sem involução, pois a bondade divina não nos subtrai as conquistas por menores que sejam.Tudo de bom que fazemos é contabilizado em nosso favor. A pluralidade das existências possibilita a soma das experiências de superação de nossas imperfeições.
Há oportunidades de servir para todos e onde quer que estejamos. Sirvamos no lar, no trabalho, nas instituições diversas nas quais atuamos.
Então caminhemos atentos ao convite de Mestre Divino . Vençamos o orgulho e a vaidade, naturalmente, em quaisquer momentos, um pouco todo dia, renovando o modelo de Jesus em nós.
Domício, na leitura desse poema reavivamos a certeza de que não estamos sozinhos na caminhada evolutiva. Além do Divino Pai, de Jesus, temos tantos outros . São Espíritos irmãos que nos inserem como tarefa e assim nos estimulam ao refazimento moral. Não deixemos de agradecer e de fazer a nossa parte, pois esta a ninguém cabe