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POSSES DEFINITIVAS
Eu vim para que tenham vida, e a tenham em
abundância. — Jesus.
JOÃO, 10: 10.
Se a paz da criatura não consiste na abundância do que
possui na Terra, depende da abundância de valores definitivos de que a alma é
possuída.
Em razão disso, o Divino Mestre veio até nós para que
sejamos portadores de vida transbordante, repleta de luz, amor e eternidade.
Em favor de nós mesmos, jamais deveríamos esquecer os dons substanciais
a serem amealhados em nosso próprio espírito.
No jogo de forças exteriores jamais encontraremos a
iluminação necessária.
Maravilhosa é a primavera terrena, mas o inverno virá
depois dela.
A mocidade do corpo é fase de embriagantes prazeres; no
entanto, a velhice não tardará.
O vaso físico mais íntegro e harmonioso experimentará, um
dia, a enfermidade ou a morte.
Toda a manifestação de existência na Terra é processo de
transformação permanente.
É imprescindível construir o castelo interior, de onde
possamos erguer sentimentos aos campos mais altos da vida.
Encheu-nos Jesus de sua presença sublime, não para que
possuamos facilidades efêmeras, mas para sermos possuídos pelas riquezas
imperecíveis; não para que nos cerquemos de favores externos e, sim, para
concentrarmos em nós as aquisições definitivas.
Sejamos portadores da vida imortal.
Não
nos visitou o Cristo, como doador de benefícios vulgares. Veio ligar-nos a
lâmpada do coração à usina do Amor de Deus, convertendo-nos em luzes
inextinguíveis.
MINHA REFLEXÃO
Quantas vezes o fato de não sermos reconhecidos nos deixa
acabrunhados, melindrados. Não nos bastas estar presente na Terra. Temos que
ser laureados pelo que fazemos. Dizemos que sofremos injustiças. Isto significa
que trabalhamos para vivermos eternos momentos de glória efêmeros.
Estarmos aqui tem um objetivo fundamental: evoluirmos
perante Deus[1].
Passar pelas provas e expiações, aprendendo sempre, de modo que, conforme
Emmanuel nos fala, “Sejamos portadores da vida imortal”.
Que tenhamos em mente que tudo que nos acontece é para o
nosso bem. As mais difíceis situações nos servem de borracha para corrigirmos o
que ainda está desarmonizado com o conjunto da obra que somos nós, Espíritos
criados à imagem e semelhança do Pai; “simples e ignorantes”[2], no princípio, para nos
tornamos Espíritos Puros[3].
Jesus Cristo veio ao mundo para dar sequência ao projeto
Divino de tornar a Terra o Reino de Deus. Naquele momento, disse ele que: “Meu
Reino não é deste mundo” (João, 18:36). Allan Kardec, em O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. II, item 2, nos esclarece que,
por
essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias,
como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das
maiores preocupações do homem na Terra.
Então, que
possamos, cada vez mais, nos enchemos de “posses definitivas”, conforme nos ensina
Emmanuel, e nos tornemos “luzes inextinguíveis” do Amor de Deus na
Terra.
Que Ele nos ajude.
Domício.
[1]
O Livro dos Espíritos, questão 132.
Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a
encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para
outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as
vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa
ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a
parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo,
toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse
mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim
que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
[2]
O Livro dos Espíritos, questão
115. Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus?
“Deus criou todos os
Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada
missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à
perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta
perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas
provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns
aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi
assinada. Outros só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo
incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”
[3]
O Livro dos Espíritos, questão 170.
O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?
“Espírito bem-aventurado; puro Espírito.”
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