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AGIR DE ACORDO
Confessam que conhecem
a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis e desobedientes, e
reprovados para toda boa obra.
Paulo (Tito, 1: 16.)
O Espiritismo, em sua feição
de Cristianismo redivivo, tem papel muito mais alto que o de simples campo para
novas observações técnicas da ciência instável do mundo.
A Terra, até agora, no que se
refere às organizações religiosas, tem vivido repleta dos que confessam a
existência de Deus, negando-O, porém, através das obras individuais.
O intercâmbio dos dois mundos,
visível e invisível, de maneira direta objetiva esse reajustamento sentimental,
para que a luz divina se manifeste nas relações comuns dos homens.
Como conciliar o conhecimento
de Deus com o menosprezo aos semelhantes?
As antigas escolas religiosas,
à força de se arregimentarem como agrupamentos políticos do mundo, sob o
controle do sacerdócio, acabaram por estagnar os impulsos da fé, em
exterioridades que aviltam as forças vivas do espírito.
A doutrina consoladora da sobrevivência e da
comunicação entre os habitantes da Terra e do Infinito, com bases profundas e
amplas no Evangelho, floresce entre as criaturas com características de nova
revelação, para que o homem seja, nas atividades vulgares, real afirmação do
bem que nasce da fé viva.
MINHA
REFLEXÃO
Não adianta dizer: “Senhor,
senhor...”.[1]
Em geral, pela nossa imaturidade espiritual, negamos o Cristo, não só três
vezes, como o Pedro, mas centenas de vezes, negando a Deus, nosso Pai. Praticar
a caridade moral, que, segundo os Espíritos superiores, na questão de número
886 da obra kardequiana “O Livro dos
Espíritos”, é ter “benevolência para com todos, indulgência para as
imperfeições dos outros, perdão das ofensas”, é o nosso grande desafio.
Bastaria fazer isso para nos sentirmos salvos, mas na prova, vemos que
precisamos de outras e outras provas, pois nem sempre conseguimos ser superiores às imperfeições dos outros.
Ter consciência de que também
erramos é só um passo para sermos caridosos, inclusive conosco, mas isso não
basta. É necessário sermos vigilantes com nossa imperfeição e tolerantes com a
dos outros.
Acreditamos em Deus, nos
ensinos do Cristo, como emissário direto Dele, mas precisamos vivenciar as Leis
do Pai. E quanto mais conhecimento tivermos das Leis Divinas, mais comprometidos
e cobrados seremos, como disse o próprio Cristo, conforme Lucas (12: 47-48) e
João (9: 39-41) e a Doutrina Espírita em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. XVIII, Item 12.
Paulo nos assevera que somos
desobedientes a Deus. Temos consciência disso e o que é pior, temos sido assim,
há milênios. Temos melhorado muito (precisamos ser caridosos conosco), mas
muito temos ainda que crescer, e isso só faremos na relação com os nossos
irmãos, por vidas e vidas.
Que
Deus nos ajude.
Domício.
[1] . Nem todos os que me dizem: “Senhor!
Senhor!” — entrarão no Reino dos Céus; apenas entrará aquele que faz a vontade
de meu Pai, que está nos céus. Muitos, nesse dia, me dirão: “Senhor! Senhor!
não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos
muitos milagres em teu nome?” — Eu então lhes direi em altas vozes:
“Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniquidade.” (Mateus, 7:21 a 23.)
(Mateus, 7: 21 -23.). Vide interpretação espírita em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XVIII, item 9.
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