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quarta-feira, 23 de março de 2016

BATISMO

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BATISMO
E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
Atos, capítulo 19: 5.
Nos vários departamentos da atividade cristã, em todos os tempos, surgem controvérsias relativamente aos problemas do batismo na fé.
O sacerdócio criou, para isso, cerimoniais e sacramentos. Há batismos de recém-natos, na Igreja Romana; em outros centros evangélicos, há batismo de pessoas adultas. No entanto, o crente poderia analisar devidamente o assunto, extraindo melhores ilações com a ascendência da lógica. A renovação espiritual não se verificará tão-só com o fato de se aplicar mais água ou menos água ou com a circunstância de processar-se a solenidade exterior nessa ou naquela idade física do candidato.
Determinadas cerimônias materiais, nesse sentido, eram compreensíveis nas épocas recuadas em que foram empregadas.
Sabemos que o curso primário, na instrução infantil, necessita de colaboração de figuras para que a memória da criança atravesse os umbrais do conhecimento.
O Evangelho, porém, nas suas luzes ocultas, faz imensa claridade sobre a questão do batismo.
“E os que ouviram foram batizados em nome de Jesus.”
Aí reside a sublime verdade. A bendita renovação da alma pertence àqueles que ouviram os ensinamentos do Mestre Divino, exercitando-lhes a prática. Muitos recebem notícias do Evangelho, todos os dias, mas somente os que ouvem estarão transformados.
MINHA REFLEXÃO
O batismo é um processo renovador, de comprometimento, que está no nível do coração. Não se torna mais impactante na vida de uma pessoa se ela participar de uma cerimônia social ou religiosa.
É uma conversão a uma ideia, uma ligação com princípios novos: uma transformação, uma identidade filosófica ou religiosa.
Daí, no Espiritismo, não haver cerimônia religiosa de conversão, pois não mudamos pelo fato de nos tornamos adeptos. Todo dia, à medida que nos transformamos, sofremos um batismo: o batismo do fogo e do Espírito Santo, como diz João Batista:

Eu batizo vocês com água para a conversão. Mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. E eu não sou digno nem de tirar-lhe as sandálias. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo”. (Mateus, 3,11)
Então, o verdadeiro batismo seria o que viria a partir do Cristo que não batizou ninguém em água. De outro modo, há vários indícios de que o batismo de Jesus, foi tão somente um ato simbólico, um sinal, de que o Messias tinha chegado. Paulo, deixou claro a desnecessidade do batismo ou mesmo a circuncisão, como está escrito em 1ª Epístola aos Coríntios: 1:17: “De fato, Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o Evangelho. Nessa mesma Epístola, versículos 18 e 19, ele nos assevera:

18Por exemplo, um homem que já passou pelo rito judaico da circuncisão antes de se tornar cristão, não deve se preocupar com isso; e se não foi circuncidado, não deve fazê-lo agora. 19Porque não faz diferença alguma se um cristão passou por essa cerimônia ou não. Entretanto, faz muita diferença se ele está agradando a Deus e guardando os mandamentos de Deus. Isso é que é importante.
Allan Kardec, corrobora com isso em O Céu e o Inferno (1ª parte – Cap. II, item 6), nos esclarece sobre a invalidade do batismo para a redenção dos Espíritos:

Custa crer que, só por haver recebido o batismo, o selvagem ignorante - de senso moral obtuso -, esteja ao mesmo nível do homem que atingiu, após longos anos de trabalho, o mais alto grau de ciência e moralidade práticas. Menos concebível ainda é que a criança falecida em tenra idade, antes de ter consciência de seus atos, goze dos mesmos privilégios somente por força de uma cerimônia na qual a sua vontade não teve parte alguma. Estes raciocínios não deixam de preocupar os mais fervorosos crentes, por pouco que meditem.
Daí, concluirmos, com Allan Kardec, que não é a Igreja ou esse ou aquele sacramento que nos vai redimir de nossos pecados, mas sim nossa transformação moral, isto é: Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, Item 4).
Que Deus nos ajude e possamos todos os dias nos batizarmos pelo fogo das provações.

Domício.

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