123
ESPERAR EM CRISTO
Se esperamos em Cristo
só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
1ª Epístola aos
Coríntios, 15: 19.
O exame do versículo fornece
ao estudioso explicações muito claras.
É natural confiar em Cristo e
aguardar n’Ele, mas que dizer da angústia da alma atormentada no círculo de
cuidados terrestres, esperando egoisticamente que Jesus lhe venha satisfazer os
caprichos imediatos?
Seria razoável contar com o
Senhor tão-só nas expressões passageiras da vida fragmentária?
É indispensável descobrir a
grandeza do conceito de “vida”, sem confundi-lo com “uma vida”.
Existir não é viajar da zona
de infância, com escalas pela juventude, madureza e velhice, até ao porto da
morte; é participar da Criação pelo sentimento e pelo raciocínio, é ser alguém
e alguma coisa no concerto do Universo.
Na condição de encarnados,
raros assuntos confundem tanto como os da morte, interpretada erroneamente como
sendo o fim daquilo que não pode desaparecer.
É imprescindível, portanto,
esperar em Cristo com a noção real da eternidade. A filosofia do imediatismo,
na Terra, transforma os homens em crianças.
Não vos prendais à idade do corpo físico, às
circunstâncias e condições transitórias. Indagai da própria consciência se
permaneceis com Jesus. E aguardai o futuro, amando e realizando com o bem,
convicto de que a esperança legítima não é repouso e, sim, confiança no
trabalho incessante.
MINHA
REFLEXÃO
Somos todos convidados a
esperar uma vida futura que não se prende a um só corpo. A vida futura, que Jesus
promete é a vida espiritual, entremeada em várias vidas corpóreas. Nela
colheremos os frutos do que fizermos na Terra enquanto reencarnados.
Muitos se enganam, crendo que
a vida futura se dá apenas depois de uma vida, a atual.[1] Como Emmanuel nos adverte,
sendo cristãos, nesta vida, depois da morte do corpo, não repousaremos.
Entraremos em convalescência espiritual, mas estando recuperando da jornada
terrestre, o trabalho nos espera.
Que sejamos crentes e
perseverantes.
Com a ajuda de Deus.
Domício.
[1]
Em O Livro dos Espíritos temos as
questões 168 e 169 que tratam da reencarnação, que seguem abaixo;
168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito
reencarna perpetuamente?
“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante
na senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem
mais necessidade das provas da vida corporal”.
169. É invariável o número das encarnações para todos os
Espíritos?
“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se
forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto
o progresso é quase infinito”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário